Puppyeon 5 – Essas abelhas

Puppyeon

   Não acho que esse capitulo seja engraçado, tão pouco de para rir nele. Desculpe se era isso que você procurava agora, mas acho que está fluffy demais para isso. Mas fiz com muito amor e espero que você tenha uma boa leitura.


 

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Aquela era uma manhã que passarinhos cantarolavam na minha janela. Quem não gostaria de acordar assim? Obvio que não reclamei e logo sentei na cama e joguei minhas mãos pra cima, me espreguiçando e definitivamente despertando todo o meu corpo, naquela manhã ensolarada, mas que ao mesmo tempo refrescante.

Esfreguei meus olhos com as pontas dos meus dedos e contemplei todo meu quarto rosa que me trazia ainda mais alegria. Observei de uma ponta a outra do meu quarto e me lembrei de que além de mim havia um habitante novo no mesmo local no qual eu habitava que deveria estar deitado naquele amontoado de edredons a frente da minha cama, porém esse tal ser não se encontrava lá. Achei estranho, mas como não queria destruir minha vibe da paz, me foquei em não me preocupar com tal detalhe. Fiquei em silencio para ver se conseguia ouvir barulhos que indicavam que Taeyeon ainda estava por perto. Por sorte eu ouvi barulhos vindos do meu banheiro pessoal. Os sons eram estranhos, parecia de água, mas nada similar ao barulho do chuveiro, descarga ou da pia.

Não que eu quisesse ver Taeyeon nua ou essas coisas, mas minha curiosidade me fez com que me dirigisse até o banheiro para ver o que estava ocorrendo. Ao abrir a porta eu senti a vibe da paz indo em bora, meu sangue começando a ferver e uma vontade enorme de GRITAR COM AQUELA MENINA.

– TAEYEON! O QUE DIABOS VOCÊ ESTÁ FAZENDO BEBENDO ÁGUA DA PRIVADA?

– Privada? - ela perguntou, inclinando a cabeça. – Não é um rio?

– Que rio, mulher?! Sim! Privada! O lugar aonde você faz o que deve fazer, suas necessidades... você sabe... xixi e coco essas coisas!

– Xixi? Coco? - ela pendeu a cabeça para o outro lado dessa vez.

– É! Fezes e urina!

– Aaah! - ela murmurou, como se tivesse entendido o que eu tinha dito. – Serve pra isso?

– Por céus Taeyeon! Onde você está fazendo essas coisas durante todo esse tempo?!

– Moita, atrás da casa.

– T-A-E-Y-E-O-N!!!

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Eu estava levando meu café da manhã para o meu quarto, mas não sem antes passar perto do meu pai, que estava sentado no sofá vendo televisão, e dar um beijo em sua testa. Fazendo com que assim tirasse sua atenção da TV e por alguns minutos olhasse para mim e desse um largo sorriso, como se fosse seu cumprimento de bom dia.

– Está acordada a essa hora da manhã no sábado? O que está acontecendo com a minha pink monster? - na duvida, sim. Esse é o apelido que meu pai deu pra mim. Eu não entendo muito o porquê disso, só sei que ele me deu esse apelido após comer uma comida que eu tinha feito. Mas não me importei de não saber, por ter pink no nome acho que é um elogio.

– Sim pai. Hoje o dia estava tão bonito que achei que era um desperdício passar dormindo. – respondi dando meu melhor eye smile.

– Você está certa. - ele responde de forma convicta. – E essa bandeja cheia de comida, está levando pra onde? - appa perguntou apontando para o objeto que eu levava em mãos.

– Estou levando erh... pro meu quarto. Eu quero começar a estudar sem nada me atrapalhando.

– Oh! Tudo bem, eu entendi a indireta. Não vou te pertubar.

Não era bem isso que eu queria. Na verdade mentir pra ele machucou o meu coração, mas não era algo que eu poderia contar pra ele. Não me imagino chegando para appa e dizendo “pai tem uma menina feat. cachorro no meu quarto, vou lá alimenta-la rapidinho e depois eu volto.” Claro que não. Tentei levar esses pensamentos pra longe e dei um ultimo sorriso pra ele antes de subir as escadas e ir até meu quarto.

Ao abrir a porta vi que Taeyeon estava brincando com o meu porta canetas, na verdade todas as canetas estavam espalhadas no chão enquanto ela tentava desvendar o que cada uma fazia, com qual cor pintava e estava encabulada por não entender porque ela não conseguia pintar o chão.

Não me importei muito com a bagunça, na verdade eu começava a me acostumar com o jeito dela. Peguei a bandeja de comida e coloquei-a no chão, próximo a Taeyeon e ao lado de onde eu tinha sentado. Só quando eu sentei na frente dela é que Taeyeon percebeu minha presença.

– Brinquei com isso antes. - disse ela repentinamente, sem tirar o foco naquilo que ela fazia.

– Está falando do que? A caneta?

Ela se limitou a balançar a cabeça positivamente e voltou a tentar fazer com que de alguma forma a caneta escrevesse no chão.

Era estranho a forma de Taeyeon agir. Ela não usava muitos pronomes referentes a ela como ‘Eu’ ou artigos como ‘um’ ‘uma’ ‘a’ entre outras variedades de palavras que ela cortava ou deixava de falar nas frases, mas mesmo assim sua fala era compreensível. Ela estranhamente entende o que são a maioria das coisas, mas de forma técnica. Por exemplo, ela não sabia o que era algo como xixi, mas sabia o que era urina. Acho que antes de mim ela foi treinada por alguém que eu ainda não conheço e que provavelmente tem uma caneta.

– Tae, aonde você brincou com isso antes?

Ela parou de tentar de rabiscar em vão o chão e por um tempo parou para olhar pra mim. Seus olhos pareciam um pouco rubros, o que não era normal, e sua feição não parecia muito alegre. Ela voltou a rabiscar o chão e disse:

– No lugar branco.

– Lugar branco?

– É... cheio de pessoas... todo branco... coleira... não gosto de lá.

A atmosfera tinha se tornado pesado entorno dela. Taeyeon parecia melancólica ao lembrar daquilo, o suposto lugar brinco no qual ela brincava com canetas... estranho, mas isso quer dizer que além da minha casa ela já teve contato com a civilização antes. Talvez ela tenha sido tirada da matilha por esses homens. Por isso que ela não gosta de caras? Talvez ela tenha se perdido e esses homens tenham achado? Por que teriam dado uma caneta a ela? Pra ensina-la a escrever? Não posso negar que eles a ensinaram alguma coisa a ela, mas pelo o que pude perceber é de forma seca e rasa.

Fui tirada do meu devaneio, por Taeyeon que sem que eu percebesse devorava a comida como uma selvagem.

– Taeyeon! - a alertei.

Ela rapidamente pausou, olhou pra mim e começou a comer devagar.

Passei a mão no topo da sua cabeça e acariciei seu cabelo.

– Muito bom Tae. - disse dando um curto sorriso. – Você tem muito que aprender...

Suspirei e passei a pensar nas coisas que ela tem que aprender sobre a vida que ela ainda não sabe e que nem aquelas pessoas do lugar branco a ensinaram. Eu, Tiffany Wolf... quer dizer Hwang! Me senti no dever de ensina-la a viver normalmente.

Mas ensina-la a viver como cachorro ou pessoa? Eis a questão.

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Por sorte consegui fazer que Taeyeon saísse pela porta dos fundos sem que meu pai a visse e consegui permissão para dar uma volta no parque próximo que fica a três quadras daqui, com a desculpa que deveria estudar zoologia por lá e que pra isso eu precisava de dinheiro. Não sei como ele acreditou nisso, mas consegui. Quando sai de casa vi que Taeyeon encarava a moita da frente de casa com um olhar perturbador e logo gritei.

– Não, você não vai fazer nada ai!

Ela dispersou do seu mundo e veio andando logo atrás de mim.

Quando nos encontramos em uma distancia segura de casa eu tirei o que escondia debaixo da minha blusa. Levantei a camisa e tirei da minha barriga um objeto redondo e mostrei pra ela.

– Tadã! O que acha disso Tae? - balancei em frente ao rosto dela. – Isso te parece atrativo?

Ela olhou para o objeto e depois olhou para mim. Era evidente um ponto de interrogação estampado no seu rosto. Ela não entendia o que era aquilo e muito menos o que se fazia com ele.

– Isso é um frisbee, você não gosta? Qual é?! Todo cachorro se amarra em um frisbee.

– Frir—bi. - ela tentou falar vagarosamente de forma monossilábica o nome do objeto e franziu o cenho logo em seguida. Ela deve ter achado estranho.

– O nome é estranho, mas garanto que você vai gostar quando chegarmos ao parque.

Se passou mais ou menos uns dez minutos e já estávamos no parque. Ah! O parque, esse lugar era incrivelmente encantador para mim. Lembro-me bem de quando eu era criança e vinha brincar com os meus irmãos aqui. Eu meio que ficava de fora da brincadeira deles por ser a caçula, mas os cachorros que tinham no parque me faziam companhia na ausência deles. Lembro bem que no final do dia eu sempre estava brincando com um cachorro diferente de um dono aleatório que gentilmente deixasse que eu brincasse com o docil animal. Faz muito tempo que eu não ia lá então eu já comecei a sentir todo aquele clima de dejavú.

Tae do meu lado parecia animada. Ela olhava pra todo aquele mato e todos aqueles animais e parecia se sentir em casa, juro que se ela tivesse um rabo ela estaria abanando agora. Ela estava inquieta, mas não saia correndo por ai. Era como se ela estivesse com uma coleira invisível, eu a estivesse segurando e como se a minha permissão fosse a chave que ela precisava para sair corendo livremente.

– Ok Tae você pode correr por ai.

Então é ai. É exatamente ai que eu me arrependo de ter dito essa maldita frase. Taeyeon saiu correndo como uma louca. Ela foi unicamente e exclusivamente na direção do primeiro cachorro que ela viu. Ela parecia um trem desenfreado indo na direção dele. O dono do cachorro se assustou e ficou com tanto medo que ando pra trás e deixou que a coleira do cachorro dele se soltasse. Isso foi o suficiente pro cachorro da raça labrador saísse correndo de encontro a Taeyeon.

Foi uma cena esplendorosa, ironicamente, simplesmente algo catastrófico. Aquelas duas coisas acéfalas se chocando no ar em seguida rolando pela grama e brincando enquanto se sujavam de terra. Não demorou muito e mais alguns cachorros se aproximaram e brincavam com Taeyeon e seu novo amigo. Ela era basicamente Taeyeon, a messias da cachorrada e logo ela tinha seus discípulos. Praticamente formando uma nova matilha.

Se eu pensei em deixar ela ali naquele momento? Pensei. Se eu pensei que ela ia achar uma cadela pra se apaixonar e criar uma matilha com ela? Pensei também. Se eu pensei que finalmente eu ia me ver livre dela e que ela iria se tornar a mais nova atração do parque? Mas é claro.

Porém todo meu coração mole e o meu excesso de humanidade não me permitiu fazer tal coisa. Mesmo vendo ela feliz com toda cachorrada ao redor dela e com uns cheirando lugares indevidos de outros, eu decidi acabar com toda aquela alegria estranha.

– Taeyeooooon! Vem aqui! Agora!

Taeyeon me encarou, mas se negou a vir. Ela parecia estar em uma luta mortal entre me obedecer e ficar brincando com a nova matilha dela, mas mesmo na duvida ela não tirava os olhos de mim.

Aproveitei essa oportunidade, cerrei os olhos e apontei pra ela.

– Sem filhotes pra você! - disse baixinho.

Aquela criança poderia até ser idiota, mas elas tinha grandes habilidades. Tenho quase certeza que de longe ela fez leitura labial e viu o que eu estava falando. Ela imediatamente saiu correndo, tropeçou em alguns cachorros e caiu no chão, mas não demorou muito e se levantou. Seguindo sua corrida em minha direção.

Taeyeon chegou ao meu lado como de costume e parou para respirar. Ela produzia um barulho ainda mais alto do que uma pessoa normal ofegante, mas dessa vez eu resolvi não me importar muito com isso. Na verdade eu estava mais preocupada com os donos dos cachorros que iam correndo em direção a eles para pega-los de volta. Seria difícil achar qual cachorro era de qual dono no meio daquele ninho de cachorros, mas não queria nem saber como eles fariam isso.

Uns já começavam a olhar para nós de cara feia. Isso quer dizer que era hora de sair dali.

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Fomos para um canto mais sossegado do parque e que também não tivesse cachorros pra ela formar uma legião. Então começamos meu treinamento com ela.

– Ok Tae, isso é relativamente simples. Eu jogo isso e você sai correndo e pega com a boca.

Ela olhou pra mim com os olhos esbugalhados como se aquilo fosse estranho, mas não era. A estranha aqui era ela ser do jeito que ela é, fora isso mais nada.

– Você consegue me entender?

Ela se mantinha parada ao meu lado me encarando.

– Eu jogo, você corre, você pega.

Ela respondeu balançando a cabeça positivamente.

Eu joguei o frisbee para o alto e esperei que Taeyeon o pegasse.

Ela saiu correndo muito rápido, assustadoramente rápido. Taeyeon não desviava o olhar do frisbee e infelizmente ela não viu um banco que estava em sua frente e por isso tropeçou e saiu catando cavaco. Não preciso dizer que ela não conseguiu pegar...

E eu? Bem, eu estava com sede então tirei umas moedas do bolso e fui comprar um refrigerante de uma maquina que eu vi em um canto.

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Eu tentei jogar varias e varias vezes o frisbee para ela, mas pelo o que me parece ela não era feita pra isso. De uma forma mágica ela sempre tropeçava em alguma coisa ou fazia com que o disco caísse no rosto dela e não na boca. Tentei fazer algo diferente. Propus que ela ficasse um pouco distante pra que ela não tivesse que correr e se machucar enquanto corria atrás do disco de plástico.

Antes de jogar o disco eu a orientei:

– Taeyeon! Eu sei que você é tapada, mas não se esforce muito pra isso. Tá bom?

Ela fez que sim com a cabeça e ficou atenta olhando pra minha mão e prestando total atenção para a minha jogada, e assim o fiz. O disco voou o mais alto que pude jogar ele ia de modo lento e calmo, assim seria fácil para que ela o pegasse. No fim Taeyeon deu um grande salto para pega-lo, porém o pulo foi alto demais e o disco bateu na barriga dela.

Sinceramente, eu desisto dessa mulher.

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Apesar de tudo que imaginei que faríamos hoje, acabamos no fim sentadas em um dos bancos do parque. Fazíamos absolutamente nada e isso era o que mais me frustrava.

– Você não tem muitas habilidades. - comentei.

Taeyeon grunhiu em tristeza, do outro dado do banco. Não dei muito atenção e continuei bebendo meu refrigerante. Alguns minutos se passaram em silencio, a calmaria só não era completa porque percebi que Taeyeon estava um pouco inquieta do outro lado. Olhei pra ela e a vi com os olhos fixos em um casal que estava se abraçando.

Sem olhar pra mim ela procurou pelo meu braço e puxou levemente a manga da minha camisa.

– Que é aquilo? - ela perguntou sem desprender seus olhos deles – É tipo de brincadeira?

– Não, aquilo é um abraço.

– Abraço?

– Sim um abraço. É quando seus braços percorrem o corpo do outro se adequando a cada curva em um aperto suave em uma certa demora para que se possa sentir o calor de outra, transmitindo seus sentimentos a outra pessoa que é abraçada. Pode vir cheio de significados como carinho, amor, afeto e amizade fazendo uma ligação intima entre as duas pessoas que estão se abraçando. Esses com sentimento e não só apenas por educação é o melhor tipo de abraço. É algo simples, mas quando feito verdadeiramente é uma das melhores coisas do mundo. - dei um suspiro longo, dando uma pausa a minha fala. – Você nunca abraçou antes Tae?

Ela não respondeu e também não parecia que iria responder. Ela olhava maravilhada a cada coisa que eu dizia e parecia compreender perfeitamente. Através das suas ações pode perceber que provavelmente não, Taeyeon nunca tinha ganhado um abraço.

– Tae levante-se. - disse, levantando e parando de frente a ela.

Taeyeon o fez obedientemente e parou na minha frente. Abri meus braços e esperei que ela visse ao meu encontro, mas ela não pareceu entender muito que eu queria. Lentamente me aproximei dela e envolvi um dos meus braços na sua cintura e outro no seu ombro, puxando-a para um abraço. Imediatamente ela ficou tensa, seu corpo enrijeceu e não deu nenhum sinal de que ela estava respirando normalmente.

– Calma Tae, me abrace de volta.

De modo lendo e desajeitado ela fez o mesmo movimento que o meu e apertou um pouco. Foi um abraço curto, mas acho que ela pode entender um pouco do que se tratava daquilo.

– Então... o que achou?

– Estranho. - ela se limitou a dizer, de cabeça baixa. Taeyeon voltou a sentar no banco e continuou encarando o chão.

Meu orgulho foi ferido por meu abraço não ter surtido muito efeito, foi quase uma ofensa para minha pessoa, mas me conformei e voltei a sentar no banco.

Olhando ela assim de lado eu admito, ela até que era muito bonita. Agora entendia porque ela agiu estranho, seu rosto estava ruborizado e toda sua bochecha rosada realçava a beleza natural dela. Confesso que nunca vi Taeyeon como um humano de verdade, mas agora, desvendando os seus sentimentos que estão mais evidentes a cada dia, só me faz acreditar que ela só precisa de ajuda.

Não demorou muito e logo ela voltava a olhar para as pessoas do parque e dessa vez eu a observava. Taeyeon fixou seu olhar em um ponto, dessa vez era em um banco na nossa frente a alguns metros de distância. O casal estava de mãos dadas e riam juntos, conversando algo que parecia muito divertido.

Percebi que Taeyeon roubava alguns olhares de mim, mas fingi não ver. Lentamente sua mão escorregava pelo banco até chegar perto da minha. Ela relutou, mas no fim ela colocou a mão dela em cima da minha. Fingi estar surpresa com seu toque e olhei rapidamente para ela e para nossas mãos juntas.

– Pra onde você estava olhando agora? - perguntei quase que de forma retórica.

Taeyeon apontou com a mão livre para o casal. Eu olhei e fingi estar surpresa de novo.

– Isso é o que chamam de dar as mãos. Essa forma está meio errada, sabia? A palma da minha mão está pra baixo e a sua está encostando no dorso da minha. As pessoas encostam assim geralmente quando vão puxar a outra.

Virei a palma a minha mão para cima e apertei a sua mão.

– Olha, assim é realmente pessoas de mãos dadas. - coloquei a mão livre no queixo e pensei um pouco antes de continuar e explicar. – Geralmente amigos andam assim, porque são próximos ou pode-se usar também pra você não se perder de alguém.

Mudei a posição da minha mão, dessa vez eu entrelacei nossos dedos, encaixando perfeitamente um ao outro. Incrivelmente nossas mãos se fechavam perfeitamente, preenchendo as lacunas que haviam entre eles.

– E tem essa forma, geralmente namorados andam assim já que isso é mais romântico, mas já vi amigos agirem assim também.

Finalizei a explicação sorrindo para Taeyeon, esperando que ela estivesse olhando pra mim. Pra minha surpresa ela estava olhando fixamente pras nossas mãos e de repente ela soltou um barulho estranho.

– WOOOOOAAAAH!!!

Ela usou sua mão livre e passou na sua barriga. Ela piscou algumas vezes e olhou pra mim, espantada. Sua boca estava aberta em um perfeito ‘O’ e por sua feição ela parecia muito surpresa com aquilo.

– Você sente isso?

– Isso o que? - perguntei, assustada.

– Essa coisa na barriga.... Parece ter varias abelhas voando aqui. - ela olhou espantada pra sua barriga. – Tão legal.

Puxei minha mão e a encarei.

– Eu te faço sentir abelhas... – parei de falar e nessa fração de segundos eu entendi o que ela falava. – As pessoas dizem borboletas na barriga e não abelhas. Elas sentem isso quando... estão... apaixonadas. E NÃO É O SEU CASO OK TAEYEON?!

Ela se assustou um pouco e se retraiu, balançando a cabeça positivamente. Acho que ela não tinha entendido meu estresse, mas preferiu me agradar para que eu não brigasse com ela.

– Você tem muito que aprender.

Suspirei ao parar pra pensar o quanto ela realmente tinha que entender da sociedade e do quanto seria difícil explica-la detalhadamente sobre tudo. Repentinamente uma ideia surgiu na minha cabeça. Afinal qual é o lugar onde você absorve informações e se aliena facilmente? A televisão é claro! Mas não posso usar isso agora, appa está em casa e não dá pra colocar ela em casa agora. Algo que mais se assemelhava isso era o cinema. Então decidi que eu a levaria pra lá.

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No fim do dia fomos ao cinema com um pouco de dinheiro que eu tinha levado, não era pra fazer muita coisa e sim a ajuda-la e compreender mais as ações do ser humano, o que a propósito foi muito engraçado. Taeyeon soltou um grito quando o trailer começou a passar no telão e ficou assustada por ver pessoas daquele tamanho “presas” na parede. Tive que ficar o tempo do trailer todo explicando a ela que tudo aquilo era sucessão de fotografias, o que ela não sabe o que é também, então resumi em explicar que aquilo eram pinturas muito boas passadas de forma rápida. Ela não se convenceu muito disso, mas pelo menos parou de gritar e prestou atenção no que acontecia.

O filme se tratava do cotidiano, de como uma mãe e sua filha sobreviviam nesse mundo moderno do capitalismo. Não era grandes produções cinematográficas ou coisas assim, mas vi que tinha ações o suficiente para ensina-la alguma coisa.

Agora nós estávamos no meu quarto, trocando de roupa e nos preparando para dormir. Taeyeon tinha um pouco de dificuldade de colocar minhas roupas, mas eu tentava ajudar. Enquanto eu colocava a camiseta dela tentei puxar assunto para espantar aquele silencio constrangedor.

– Gostou de ver um filme?

Ela concordou balançando a cabeça em seguida colocou o seu braço na manga e se adequou a camiseta.

– Que bom que tenha gostado. - me afastei e a olhei por completo, para ver se tinha colocado tudo certo. – Espero que passe a se comportar melhor a partir de agora.

Me virei e apaguei as luzes do quarto. Vi Taeyeon indo pro ninho de cama dela enquanto eu, satisfeita, fui me direcionando a minha. Deitei confortavelmente e puxei o cobertor até o meu peito, me sentindo completamente confortável e pronta pra dormir, virei para apagar a luz do abajur ao meu lado. Antes de completar o movimento a cabeça de Taeyeon apareceu magicamente do lado da minha cama.

– O que foi Tae?

Ela olhou pro lado, mordeu os lábios e se encolheu um pouco antes de fazer seu pedido.

– Eu... posso fazer uma coisa do filme?

Cerrei meus olhos e a encarei com cuidado. Nesses poucos minutos eu repassei todo o filme em minha cabeça, relembrando cada parte dele para ver se não tinha alguma coisa que não a fizesse agir estranho. Por fim concordei com a cabeça e fiquei olhando seus próximos movimentos.

Taeyeon parecia um pouco sem graça, vi seu pequeno pombo de adão se mexer ao engolir a saliva. Meio receosa ela se aproximou de mim, lentamente. Em um movimento sútil Taeyeon pousou seus lábios sobre minha testa e a beijou. Não era algo romântico ou que tivesse durado muito tempo, mas foi algo completamente estranho. Ela se afastou e olhou pra mim. Taeyeon soltou um leve sorriso tímido, aquele sorriso lateral que só ela tinha que revelava uma única covinha ao lado da boca. Passou alguns segundos e ela sussurrou.

– Boa noite.

E desapareceu, abaixou-se e engatinhou de volta para sua cama. Enquanto eu permanecia estática, olhando para o lugar no qual ela estava antes nem estava mais. Mal conseguia piscar depois daquilo, meu corpo reagiu estranho e de repente eu senti uma coisa mais estranha ainda. Coloquei a mão na minha barriga e senti algo diferente.

Naquela noite foi a primeira vez na minha vida que eu senti a tal daquelas abelhas voando por toda minha barriga.

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Thank you!
Anaforever
Escrevendo puppy em meu tempo livre. só deu 2588 palavras. não posso publicar só isso T-T

Comments

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TaegangerBR
#1
Chapter 15:
_Yui-Chan
#2
Chapter 15: saudades dessa fic T_T
biasnsd #3
Chapter 15: fany não deixe a Tae ir
tae fica com a fany vai

que bom que vc não paro com a fic :)
SweetPotatos #4
Chapter 15: OMG PUPPYEON!!!
Achei q vc era um dos autores q desistiram depois de khunfany/baekyeon :/
Q bom q não! amo pupyeon, essa Tae é uma graça s2s2
o q será q vai acontecer? ela tem q ficar juntas!
o Jeito q a Tae faz as coisas, de abraçar a Tiff e tal, por instinto é tão s2
atualiza logo ^^
lihrr3 #5
Chapter 15: Olá, quanto tempo.
Tae tem que ficar com a Fany :C cara, essa Tae é uma fofura <3
Espero que você não demore muito pra postar o próximo ;))
SouUmMushroom
#6
Chapter 15: atualização dei um pequeno gritinho de alegria >//<

esse cap ficou muito bom,como sempre, mas esse final ne deixou com o coração na mão (sou bobona mesmo) T^T espero que fique tudo certo entre as duas hehe

pls não demore pra atualizar =D e vou te acompanhar no instagram e no cantinho do pensamento tbm ;-)

chu ~<3
Kwons-
#7
Saudades de ler puppyeon ;-;
daniela1894 #8
Chapter 16: continue por favor
AJKJKryBer
#9
Chapter 16: Atualiza a fic sim pq puppyeon é amor, é vida e tudo que há de bom s2 autor por favor continua *-*
KaiKimTaeNy #10
Chapter 16: Amo quando você atualiza :3 deixa eu amar mais? *u*