Home - Parte II

Dance On Our Graves - PT

A minha falta de paciência em ficar muito tempo sem poder fazer nada junto ao grande incômodo de ter ferimentos em processo de cura, gerou uma grande ansiedade para que o tudo passasse logo. Assim, quando chegou enfim o dia de me ver livre de toda aquela fisioterapia que se seguiu após retirar o que envolvia meu braço, minha vontade foi de dar uma festança para todo mundo em um bar. É claro que não o fiz, mas a vontade era o que valia. Quando dei por conta, o fim de ano estava aí novamente. Os meses que se passaram foram quase um borrão se não por alguns eventos esporádicos, mas eu não estava em condição de reclamações.

Sentada na cama com o notebook no colo, meu corpo se encontrava encostado na cabeceira da cama enquanto a mão que saíra ilesa pescava por batatas no saco posicionado ao meu lado. Eu podia ouvir a voz de Tiffany soar do banheiro ao cantar mais um dos hits pops que ela ultimamente não parava de ouvir, enquanto terminava seu banho. Isso era algo que nunca falhava em me arrancar sorrisos, algo que eu apreciava sempre. Os movimentos da minha mão livre eram quase que automáticos, revezando entre me alimentar e ajudar a outra a digitar lentamente feito uma lesma a pesquisa que eu queria. Nesse passar de tempo, descobri utilidades incríveis para uma só mão. Meu braço ainda não estava cem por cento, mas já era um começo.

Com o show ao vivo que estava tendo o prazer de presenciar, só retirei os olhos da tela quando Tiffany surgiu com duas toalhas, uma enrolada no corpo e a outra no cabelo.

“O que você tanto faz aí? Voltou a trabalhar?”

“Uhum.” Acenei positivamente. “Estou trabalhando em algo muito sério.”

“Projeto novo?” Ela parecia surpresa, se vestindo na minha frente. Meus olhos nunca mais retornaram à tela, já que preferiram ficar a apreciar aquela obra de arte viva.

“Yep. Sabe qual o nome?”

“Huh?” Ela retirou a toalha do cabelo, secando-o freneticamente.

“Sequestro 1.0.”

Tiffany parou de mexer em seu cabelo para poder levantar o rosto e me olhar, com uma feição confusa ao rir.

“O que?”

“Projeto versão 1.0 da minha meta de vida criminal: sequestros. Vou te sequestrar para vários lugares antes de morrer, e o primeiro é...” Fiz uns gestos dramáticos com a batata que se encontrava entre meus dedos. “Bali!”

Tiffany sorriu largo, terminando com o que fazia para enfim poder colocar a toalha no seu devido lugar.

“Como assim mulher? Mal recuperou um braço e já está pensando em vida criminal?”

“É isso mesmo, vamos para Bali neste fim de ano.” Dei ombros, dizendo em um tom que recusava contestações.

Tiffany retornou, ainda com uma expressão de interrogação, e por fim se jogou na cama, subindo aos poucos para ficar no meu nível. Sabendo o que ela poderia perguntar, já decidi adiantar por mim mesma.

“A vida é curta, Fany-ah. Precisamos viajar mais, conhecer mais lugares, pessoas...Imagina que sonho acordar em um paraíso daqueles? ”

A vi olhar para mim como se ela estivesse a analisar algo. Logo pensei que a imagem que eu havia proposto estava percorrendo por sua mente, assim que seu sorriso se estendeu ainda mais.

“Não reclamaria. Bali parece maravilhosa.” Ela se posicionou de forma com que seu braço estivesse dobrado, usando sua mão direita para suportar sua cabeça.

“Tudo é maravilhoso quando se está comigo.”

Ao ver minha expressão convencida, Tiffany franziu o nariz, rindo ao deitar seu corpo de modo sutil ao meu lado para me dar um beijo.

“Convencida e irritante.” Ela conseguiu dizer, seu sorriso em meus lábios se tornando cada vez mais perceptível. A mão que antes dava suporte à sua cabeça, agora segurava meu rosto.

Me mexi para ficar em uma posição mais confortável.

“Mas é verdade.”

Com seu comentário, tudo que me restou foi começar a dar vários selinhos em sua boca, deixando escapar uns “aww” por tamanha ‘fofura’.

“Vai ser inesquecível, você vai ver.” Me afastei para poder olhar em seus olhos, vendo-os então fechadinhos pelo sorriso e pelo sono que ela havia reclamado anteriormente naquele dia.

“Por que Bali primeiro?” Tiffany perguntou, por fim posicionando seu corpo de maneira confortável em cima do meu, seu rosto a ficar encostado na curva do meu ombro para poder checar a tela do notebook enquanto sua mão passou a acariciar meu abdômen por de baixo da blusa.

“Paraíso, é tudo que me vem na mente.” Voltei a atenção ao computador, na onde eu pesquisava os melhores pacotes de viagem.

“E depois, para onde seria o sequestro 2.0?” Tiffany parecia entretida com sua própria imaginação, ao até mesmo parecer desenhar linhas invisíveis por minha pele.

“Depois poderíamos ir para Nova Zelândia! Explorar os lugares mais bonitos, você dando uma de Dora aventureira e eu de Botas, pensa só?”

A risada dela preencheu o quarto.

“E depois?”

“Depois poderíamos ser mais românticas, a cidade do amor, ‘Parrí’! Oui, sil vouz plê mademoiselle?” Engrossei minha voz para poder fingir ser um garçom, usando uma espécie de francês medíocre.

“Vous me voyez?” Tiffany retrucou, levantando um pouco o rosto para me olhar nos olhos.

“Oh, vule-vu cuche avec mua, ce sua!” Citei Lady Marmalade de maneira exagerada e completamente errada, fazendo suas gargalhadas soarem ainda mais altas.

“Nosso francês tá super fluente, estamos prontas para ir mesmo.” Ela negou com a cabeça, ainda rindo de nosso comportamento.

Deixei o notebook de lado por uns instantes para poder passar meu braço esquerdo em volta de seu corpo, aconchegando-a mais ainda em mim.

“Se não estivermos, podemos assistir aquele filme, Azul...Azul? Azul é a cor mais quente! Além do francês podemos aprender muitas outras coisas quem sabe...”

Tiffany revirou os olhos, balançando sua cabeça ainda mais ao sorrir de canto.

“Tinha que ser esse. Muito bem, planos para meu sequestro edição Paris estão prontos...” Uma de suas mãos saiu de meu abdômen para alcançar a minha, entrelaçando nossos dedos em seguida. “Mas onde que fica os lugares mais exóticos? África? Quem sabe Brasil?”

“Temos muitos anos ainda, meu amor.” Virei meu rosto para poder surpreende-la com um mais um beijo. “Muitos anos pela frente.”

XxX

O dia de nossa viagem havia chegado, os preparativos estavam à todo vapor e a minha ansiedade também se igualava por esse nível. Havíamos comemorado o natal junto aos nossos amigos e por agora, passaríamos algumas horas no avião para chegar a tempo de aproveitar o outro dia, o último do ano. Ao anoitecer, deixamos nossa casa para podermos por em prova as habilidades de mãe de Sooyoung, usando Ginger e Prince como cobaias. Eles teriam de ficar, por mais que nossa relutância fosse grande, mas era por um bem maior. Nos outros sequestros, eles seriam recompensados também, eu tinha certeza. Sooyoung nos desejou uma boa viagem, novamente me dando aquelas típicas e saudosas, diga-se de passagem, recomendações: “Traga algo para mim e me ligue quando chegar.” Isso me trazia uma nostalgia tão grande, que eu não podia evitar o sorriso de boba.

Por fim, começamos a seguir para o aeroporto, bem mais cedo do que o horário de embarque, é claro. Tínhamos um tanto bom de bagagens – mais por Tiffany insistir que precisaríamos – mas eu não me importava, contanto que assim que passássemos a visitar outros lugares, o número de malas fossem diminuindo cada vez mais até apenas nos restar uma mochila, algo ideal para os meus sonhos e para o meu espírito aventureiro, recém-nascido, ou melhor, recém-acordado.

Estávamos de mãos entrelaçadas, no banco de trás do táxi que decidimos pegar, quando uma ligação surgiu em meu celular. Franzi as sobrancelhas em estranheza, mas quando vi quem era, logo minha expressão se aliviou. Meu pai. Ele não havia ligado por uns tempos, – no natal, apenas enviara uma mensagem - assim como meus irmãos, mas isso não importava muito já que eu sabia que a tensão entre essa parte de nós havia passado. Logo, fiz um gesto para Tiffany, dizendo-a que precisava atende-lo. Ninguém além de nossos amigos sabia da viagem, então não seria ruim avisá-lo caso acontecesse alguma coisa.

Com um sorriso de canto no rosto, arrastei o botão verde da tela.

“Pai!” Minha voz saiu mais animada do que esperava.

No entanto, a resposta que recebi não fora bem o que previa.

“...TaeTae...” Aquele apelido.

Com certeza não era meu pai do outro lado da linha.

Minha boca pareceu secar em um instante, minha garganta parecendo querer se fechar. Uma sensação fria passou por minha barriga, tudo isso por simplesmente ouvir aquela voz que tanto me causou dor, que tanto atormentou muitos de meus pensamentos passados.

Um silêncio tenso e longo demais para a minha sanidade, se instalou. Tiffany sentiu na hora a minha tensão, passando-me a olhar com preocupação.

“É a sua mãe...”

XxX

Parecia loucura, eu sei, mas a razão ao meu lado me fez ceder. A razão tinha rosto e identidade, seguindo pelo nome de Miyoung, Stephanie ou mais precisamente Tiffany. Uma simples ligação fazer a gente cancelar – adiar – todo um plano daquela maneira, subitamente? Não parecia loucura, era loucura. Eu não quis ceder, meu orgulho não quis ceder, nem mesmo quando ouvi a voz de minha mãe soar embargada enquanto ela continuava a falar sem obter resposta alguma. Eu não respondi nada, mas ela sabia que me tinha ali do outro lado da linha, sabia bem. Tão bem, que parecia dizer, mesmo que sem jeito, coisas para tentar amenizar aquela tensão aguda e presente que podia ser cortada com uma faca.

Minhas primeiras palavras foram diretas, logo após um acanhado e sem jeito pedido para que eu falasse algo. “Aconteceu alguma coisa?” Perguntei, sabendo que não havia acontecido nada, já que ela se deu ao luxo de se manter evasiva, pensativa nas coisas que falaria. Não era nada de ruim relacionado à saúde de meu pai, dela ou de meus irmãos. Aquilo se tratava de outra coisa, estava mais do que claro.

Quando obtive uma resposta negativa, - já que todos eles estavam com ela - perguntei o motivo da ligação. Foi aí que sim, fui surpreendida. Ela nunca fora de ficar de rodeios ao se tratar de qualquer tipo de assunto, mas pela primeira vez na vida, eu a vi fazer algo do tipo. Suas palavras se enrolaram, a estranheza cada vez aumentando. Quando ela finalmente chegou ao ponto, descobri ser algo um tanto inusitado para minha mente: um convite.

“Estamos em Seoul e...precisamos te ver.” Ela disse em voz suave.

“Bem...Não posso.” Disse de maneira simples, nem mesmo querendo soar tão fria quanto sooei.

“Taeyeon-ah...Eu sei de nossa situação mas eu realmente preciso te ver. Estamos ficando em Noryangjin , estou fazendo um jantar e...Preciso de você aqui.”

“Eu não posso, tenho um compromisso hoje.”  Neguei, dizendo a mais pura verdade.

“Não pode abrir uma exceção por pelo menos um pouco? Acho que seus amigos podem entender se chegar atrasada.”

Rolei os olhos em resposta.

“Não é algo com meus amigos. É um compromisso com a minha namorada.” A minha última palavra não fora um erro. Dei ênfase, disse com orgulho. Não me importava mais com o que ela iria pensar, se iria irritá-la, se iria fazê-la desligar na minha cara.

No entanto, eu esperava alguma reação parecida com esta. Talvez um silêncio tenso, um som de desgosto, repúdio, qualquer coisa dessa origem. Porém, de maneira estranha e a o mesmo tempo surpreendente, ela não o fez. Muito pelo contrário.

“Pois então traga ela, sem problemas!”

Tiffany havia deixado de me olhar com curiosidade para poder olhar os locais que passavam por nós, mas assim que ela brevemente notou a minha expressão, seus olhos voltaram a ficar confusos e expressando preocupação. Minhas sobrancelhas estavam franzidas, minha boca um tanto semi-aberta.

Eu havia ouvido aquilo direito? O que havia dado nela? Era minha mãe, mesmo?

“Acho que não estou entendendo direito.” Acenei negativamente, até como se ela pudesse ver. “Você ouviu o que você acabou de dizer?”

Pude então, ouvir um som feito com sua boca, como se ela quase que zombasse dessa minha pergunta.

“Tsk, é claro que sim. Traga a Tiffany, por favor.”

Meu silêncio seguinte deixou bem claro o que eu pensava de tudo aquilo. Era suspeito, inesperado e chegou a me dar uns sentimentos nervosos. Como eu não voltei a falar nada, ela retornou a se explicar.

“Por favor Taeyeon-ah...Venha nos ver.”

Não fazia muito sentido, porém, apesar de eu ainda não ter engolido toda aquela situação anterior, ouvir tal coisa me pareceu bom demais para ser verdade. Não sei o que isso significaria. Estaria eu “de volta” na família, de uma hora para outra, sem qualquer explicação ou pedido de desculpas? Não era algo que eu almejava, não desse jeito. Parte de mim até queria aceitar, no entanto, a maior parte era orgulhosa demais para isso.

“Eu vou falar com ela. Dou retorno.” Desliguei sem mais nem menos, até mesmo me sentindo um pouco culpada depois de o ter feito.

Nunca fiz isso com ninguém que não fosse Sooyoung e cia. Nunca imaginaria que o faria, logo com a minha mãe. Quando me virei para simplesmente contar tudo à Tiffany, minhas palavras saíram de modo automático, enquanto minha mente processava toda aquela estranha sensação. A viagem até o aeroporto estava quase em seu final, com o horário ainda adiantado até o embarque. Fora aí que ela se tornara minha razão, dizendo o quanto isso podia significar algo bom. Seu coração era realmente muito grande em determinadas situações, talvez pelo fato dela ter perdido sua mãe ainda cedo.

Tiffany disse que com o tempo, estava aprendendo a perdoar as pessoas, mesmo que vagarosamente. Logo, eu deveria começar a pensar mais por esse lado, pois isso fazia um peso enorme ser levado para longe de nossa alma. Ponderei em silêncio por alguns minutos, se isto seria ou não uma ideia boa. Então, ela voltou a dizer que se fosse o caso, poderíamos adiar a viagem, pagando uma pequena taxa ou qualquer coisa que fosse preciso. Contestei ao dizer que talvez pudéssemos simplesmente comer e irmos, ou simplesmente negar e dizer para deixar para outro dia, porém ela de cara negou veemente.

“Outro dia pode ser tarde demais.” Seus olhos me olharam com firmeza, sua voz soando doce em meus ouvidos, passando exatamente a mensagem que ela queria que eu entendesse.

Certo. Estava na hora de ceder.

Fora assim, que me encontrei dizendo ao taxista para mudar a rota, nem mesmo pensando no dinheiro perdido ou no dinheiro que teria de gastar para poder remarcar outro voo para nós duas, algum que acontecesse no dia após aquele, sendo este o último dia do ano.

A qualquer custo, eu queria passar o ano novo com ela em Bali, essa era a minha resolução de fim de ano. Negligente com a minha família e outros talvez, porém, me dei o direito desse egoísmo, sem dor de cabeça.

Quando finalmente chegamos no local, fiquei sentada no banco traseiro mais tempo do que queria. Meus olhos seguiram para a casa que tinha as janelas abertas, luzes acesas, mostrando exatamente onde todo mundo deveria estar concentrado. Tiffany me esperou em silêncio, ao meu lado.

“Está bem?” Suas sobrancelhas se arquearam.

Apenas acenei que sim e por fim, decidi sair, dando um breve sorriso de canto para mostrar que estava. O motorista desceu do carro para poder nos ajudar com as malas do porta-malas e nesse momento, Tiffany percebeu os olhares receosos que eu lançava para a casa, nem mesmo me importando ou me lembrando de lidar com malas, ou com pagamento. Logo, ela o fez, agradecendo o homem com um sorriso simpático ao o pagar e desejar-lhe boa noite.

Sequer vi ele partir, já que minha atenção ficara completamente focada à minha frente. Somente quando senti seus dedos entrelaçando nos meus, dando o calor necessário para suprir o frio que aquele vento gélido trazia, que percebi que ela estava do meu lado, e não era apenas fisicamente.

“Está com medo?” Ela perguntou serenamente, me olhando com atenção.

Suspirei fundo, umedecendo meus lábios ao pensar em uma resposta.

“Um pouco.” Tive de ser sincera, engolindo em seco ao apenas olhá-la de canto.

Nesse momento, senti seu aperto em minha mão se tornar mais forte.

“Não fique. Vai ficar tudo bem.”

Quando ouvi tais palavras, não pude evitar em sorrir de canto, virando meu rosto então para fita-la.

“Como pode ser assim? Parece que nunca se intimida por nada.” Minha voz saíra de maneira gentil e um pouco surpresa, por justamente ser verdade.

Em todo esse tempo, nunca a vi ser intimidada por assuntos similares a este.

“Anos de experiência.” Seu sorriso cresceu. “Mas sério, o que de tão ruim pode acontecer? Eles já sabem, suas cartas já estão todas na mesa.” Seu rosto se virou para a casa, sendo esta a minha vez de observar seu perfil sem parar.

“Eles podem te machucar. Voltei a falar com meu pai mais ou menos, nunca toquei nesse assunto. Minha mãe...Nem a entendo direito. E se te tratarem mal? Eu não vou suportar isso e vou inclusive, ficar com raiva por ter perdido nosso tempo.”

Tiffany suspirou, dando ombros em seguida.

“Não tem problema nessas coisas. Se ela chegou a pelo menos me chamar, então tem algo bom vindo por aí.”

“Ou não.”

A vi retornar seu olhar para mim.

“Não seja pessimista, Taeyeon-ah. Agora vamos, eles devem estar nos esperando para comer.” Ela subiu o cano de uma das malas e o entregou para mim, para que eu pudesse segurá-lo com a minha mão livre.

Assim, com nós duas podendo continuar de mãos dadas, Tiffany me puxou de leve para podermos começar nossos passos, carregando com sua mão livre esquerda a sua própria mala. Um estranho frio na barriga se fez super presente em minha barriga no momento em que eu me vi ali, à centímetros da porta, esperando com que alguém a abrisse para nós duas. Tiffany fora a que batera nesta, depois de perceber que ao me aproximar, sequer fiz menção de o fazer.

Algumas vozes abafadas poderiam ser ouvidas, assim como passos. Tudo o que fiz antes de ver a porta ser aberta - levando nossos olhos de encontro à uma figura seguida de uma luz contrastante à “fraca” iluminação da rua - fora dar um suspiro fundo.

Quando olhei para cima, os olhos que encontrei foram os do meu irmão. Este, abriu um sorriso gigantesco ao chamar por meu nome em alto e bom som, olhando brevemente para Tiffany antes de me abraçar com força.

“Irmãzinha!” Seu sorriso grande realmente combinou com seu tom de voz animado, apertando-me em seus braços o máximo que podia. “Waa, que bom que veio!”

Sorri fraco e murmurei em resposta, tendo de soltar a mão de Tiffany para retribuir o abraço antes que ele se afastasse.

“E você! Tiffany-ssi! Ainda mais jovem huh?!” Ele virou seu rosto para Tiffany e, de modo galante, pegou a mão que antes eu segurava para depositar um beijo nela.

Pft. Até parece. Rolei os olhos, quase que zombando desse “cavalheirismo” todo que nunca soube existir.

Tiffany sorriu bastante, dando seu típico eye-smile ao retrucar o que ele dissera. Jiwoong mostrou estar na mesma situação, tocando nossos ombros para podermos entrar, só então notando que tínhamos malas em mãos.

“Huh? Pra onde estavam indo?” Ele trocou olhares entre os objetos e eu, sua expressão claramente confusa.

“Para o paraíso, oppa.”

A cara que ele fez após o que eu disse, me fez rir brevemente.

“Nem convida, tsk tsk.” Seu sorriso protetor e familiar se mostrou presente, sua mão então subindo para bagunçar um pouco meu cabelo antes de fazer-nos entrar de uma vez com seus gestos.

Só assim, quando entrei, que pude notar que aquela casa era conhecida por mim. A sua fachada estava completamente mudada – algo que passou despercebido, claramente – porém aquele local, aquele seu interior era familiar. Eu já tinha ido lá em algum momento de minha vida, isso eu tinha certeza.

“Hayeon! Taeyeon está aqui!” Jiwoong gritou, após pegar nossas malas para colocar logo após o lugar onde colocaríamos nossos sapatos.

Enquanto eu e Tiffany retirávamos estes, Tiffany conversou alguma coisa com Jiwoong, porém eu não me liguei miuto em suas palavras. Minha mente estava a processar aquele local, na tentativa de me lembrar em que momento estive por ali se é que não fosse apenas um dejá-vu. Somente quando passos fortes e rápidos surgiram pelo chão de madeira, aparecendo pela esquerda naquele corredor de entrada, que voltei à realidade.

“Unnies!” Hayeon abriu um sorriso de orelha à orelha, sua boca abrindo até mesmo como um jacaré no momento em que o fez. Com os braços abertos, a vi se aproximar de nós duas, passos galopantes como se ela tivesse acabado de ganhar muito dinheiro ou algo assim.

Abri meus braços para poder tê-la ali em um abraço mas, no momento em que ela se aproximara de mim, meus olhos foram capazes de testemunhar o cúmulo da traição. Hayeon foi para o lado de Tiffany e sem nenhuma hesitação, a abraçou primeiro. Meu olhar se tornou claramente duvidoso, minhas sobrancelhas até mesmo se levantando por tal coisa.

Pela primeira vez em meus 27 anos, senti ciúmes de minha irmã. Tá que já teve outras vezes, como quando ela era bebê e costumava dar mais moral para o Jiwoong, mas isso não conta.

“Yah! Pirralha, eu que sou sua irmã!” Exclamei, recebendo risadas dos outros três, só então sendo “notada” por Hayeon e enfim, abraçada por ela em seguida.

“Waaa, senti taantas saudades!” Ela me balançou no abraço, até mesmo parecendo estar mais alta e mais forte que eu.

Calúnia.

Assim que me soltou, voltou a olhar a Tiffany, ela e Jiwoong passando a andar passos lentos para que nós duas passássemos a acompanha-los.

“E você unnie, prometeu que iria fazer um instagram para Pringer e nada?” Hayeon parecia ainda mais confortável que Tiffany do que antes. Sua mão sutilmente se encontrava repousada em seu ombro, ao caminharmos lado a lado.

Tal fala me fez fazer uma cara de interrogação. Pringer?!

“Pft. Hayeon e seu amor por cachorros. Onde já se viu, rede social para cachorros.” Jiwoong riu de maneira contida, rolando os olhos ao me dizer.

Com Tiffany à responder, meu sorriso cresceu. Apenas quando saímos daquele corredor e demos de cara com a sala de estar, na onde duas outras pessoas se encontravam sentadas no sofá, que meu semblante mudou completamente e todo aquele nervoso pareceu voltar ao meu estômago. Aquela cena era similar demais ao acontecido e, para constar, era a primeira desde que tudo ocorrera.

“Taeyeon!” Meu pai foi o primeiro a virar o rosto, se levantando com um sorriso crescente. “Tiffany! Quanto tempo!” Ele se aproximou de nós duas, abraçando-me com cuidado antes de fazer o mesmo com ela ao meu lado.

Respondi com uma confirmação breve, pressionando meus lábios juntos. Tiffany parecia reagir normalmente, como se nada tivesse acontecido, como se ela não soubesse de nada e tivesse apenas visitando-os pela segunda vez desde aquele fim de ano.

Só então, após ignorar a presença de minha mãe durante todo esse cumprimento, direcionei meu olhar em sua direção. Ela ainda se encontrava sentada, de costas para nós, parecendo estar tensa pela maneira que suas costas estavam completamente retas. Enquanto meu pai parecia – também, de maneira casual – dizer algumas coisas para Tiffany e eu, não pude me deixar ouvir por simplesmente assistir minha mãe, à espera do que estava por vir.

Sua reação fora a mais dura, logo esta nova era a que eu mais esperava e estava ansiosa por ver.

Quando por fim ela se levantou do sofá e se virou, meu coração até mesmo pareceu acelerar.

“Hey...” Ela deu alguns passos lentos e receosos em nossa direção. “Que bom que vieram, meninas.”

Tiffany mais uma vez, tirou aquela situação toda de letra. Não existia estranheza para ela, ou pelo menos era muito melhor atriz que eu. Aliás, sempre fora.

“Bom te ver de novo, Mrs Kim!” Ela estendeu seu braço para cumprimenta-la.

Por um momento, tive medo de minha mãe parecer enojada ao fazê-lo, ou simplesmente recusar tocar nela por motivos óbvios para uma pessoa conservadora que via o homosualismo com uma doença quase que “transmitível”. No entanto, ela apertou sua mão sem pensar duas vezes.

“Tiffany, mais bonita que nunca.” Seus olhos pareciam brilhar mais que o normal. Eu só não sabia decifrar se era algo bom, ou ruim.

“Eu que deveria dizer isso.” Tiffany fez menção ao seu corpo de cima para baixo com a mesma mão após tê-la solta, notando como ela usava um vestido de cor salmão que lhe caía muito bem.

Minha mãe sorriu ao dizer algo, e eu em silêncio, tentei analisar o que era aquele sorriso. Mantive em minha mente de que poderia ser algo forçado, já para não me surpreender ou desapontar, mas não fora muito bem isso.

Então, a vi se aproximar de mim, parecendo então procurar pelo local onde havia me ferido meses atrás.

“Está melhor? Acabou a fisioterapia?”

Hayeon, Jiwoong e meu pai passaram a papear com Tiffany paralelamente, todos eles começando a caminhar juntos para outro cômodo. Tiffany virou para me olhar por cima do ombro, só então me dando um olhar e um sorriso de encorajamento, para que eu não me deixasse afogar em orgulho. Quando notei que eles haviam se afastado – quase como se tivesse sido um acordo em conjunto – virei minha atenção à minha mãe para enfim responde-la.

“Acabou faz pouco tempo.” A vi descer o olhar para meu braço, como se ela estivesse a imaginar como ele teria ficado por todo aquele tempo. Seu semblante parecia tristonho, algo que era raro de se ver. “Tudo voltou ao normal.” Acenei, dizendo em um tom de voz calmo.

Minha mãe anuíu e sorriu de modo fraco, se aproximando mais de mim com passos acanhados.

“Fiz promessas e promessas para que nada de ruim te acontecesse. Com sorte, Deus ouviu minhas súplicas.”

Concordei silenciosamente, como se aquilo fosse meu agradecimento, de certo modo.

Um pequeno silêncio ficou entre nós duas, ela olhando em meus olhos sem falhar.

“Estou muito feliz que estej-“

“Hey-“ Tentei evitar a palavra “mãe” por puro orgulho, porém era difícil de o fazê-lo depois de viver chamando-a com a maior vontade e felicidade, sem hesitação. “Pode ir direto ao ponto?”

Tentei ao máximo pergunta-la de uma maneira que não soasse grosseira, já que era a verdade, meu intuito com a pergunta não era provoca-la, ou ser rude. Eu apenas queria que ela realmente chegasse a dizer o que ela queria de mim, depois de tudo aquilo. Agir como se nada tivesse acontecido só duraria até um certo ponto, até que aquela clara tensão estourasse a minha paciência.

Ela cortou suas palavras e olhou para baixo, respirando fundo ao parecer ponderar algo.

“Por que eu estou aqui?” A indaguei, na tentativa de arrancar uma explicação nem que fosse à força.

Ela passou a fazer contato visual comigo. Meus braços se cruzando para eu poder ter o que fazer com eles, em minha posição um tanto desconfortável ali, sob o olhar dela.

“Sabe, seus avós me ensinaram coisas completamente diferentes. Eu cresci vendo um mundo diferente do que vocês jovens veem hoje em dia...Mas ainda sim, eu também fiz coisas que ia além do que eles queriam de mim. Comecei a namorar cedo demais para eles, me casei com seu pai, homem que não tinha o status que eles poderiam desejar para mim e várias outras coisas...Eles chamaram de rebeldia mas eu chamei de liberdade. Eles já tinham vivido bastante da vida deles, por que queriam também viver pela minha, escolhendo o que eu deveria ou não fazer?”

Vi um sorriso amargo ser exposto em seus lábios. Seus olhos pareciam brilhar ao lembrar dessa época, ainda mais pelo fato de eu já não ter avós. Engoli em seco, já que pelo pouco tempo que convivi com eles, tive uma experiência completamente boa.

“Os pais podem ensinar o que acham ser melhor para o filho, mas eles devem dar a liberdade para eles escolherem o que querem, sendo da nossa vontade ou não. Brigamos bastante por isso mas no fim, agora, me caiu a ficha de que eu me tornei igual a eles...Hipocrisia, né?”

Suspirei fundo, apenas mantendo meus olhos nos seus enquanto um certo sentimento agoniante começou a tomar conta de mim.

“Eu sou humana, Taeyeon-ah. Eu tenho medos, eu tenho vontades, eu cometo erros e também cometo pecados. Isso é ser humano, não é? Em toda a minha fé eu não percebi que, apesar de tudo o que acontece, de toda a desobediência que nós temos quanto aos valores de Deus, Ele nos aceita e nos ama incondicionalmente...Por que então eu não deveria-“ Sua voz começou a sair tremida, de maneira embargada. “Por que então eu não deveria aceitar e continuar amando mais que à mim, a pessoa que nunca fez mal algum para sequer um animal?”

A sensação agoniante acabou se transformando em um nó na minha garganta, quando a vi começar a chorar.

“Todos nós cometemos erros e o meu foi...Simplesmente, te negar a sua felicidade.” Suas mãos rapidamente subiram para limpar as lágrimas, passando a ficar por cima de sua boca como se ela usasse isso para se controlar. “Eu quero que você me perdoe, Taeyeon-ah. Esses meses foram os mais infelizes da minha vida, eu com todo meu orgulho sabendo que aquilo não estava acerto, me tornei cega à muitas coisas...”

Meus olhos agora marejados, teimavam em reprimir as lágrimas que eu queria soltar. No entanto, suas próximas palavras tornaram isso impossível de se fazer.

“Quando você nasceu foi um dos dias mais felizes da minha vida. Estávamos passando por dificuldades com dinheiro mas mesmo assim, quando eu via o seu sorriso no meu colo, tudo ficava bem. Você é uma das coisas mais preciosas da minha vida e eu sinto muito por ter te machucado tanto, minha filha. Eu sinto, e eu vou me arrepender até a hora da minha mort-“

Antes que ela pudesse completar, senti meu corpo agir de modo automático. Minhas pernas me levaram até o ponto mais próximo dela, para poder envolve-la em um abraço apertado. Quando a senti em meus braços, seus braços segurando minhas costas daquela maneira, percebi o quanto sentia falta dela, meu orgulho indo ladeira a baixo assim como aquele ódio, aquela mágoa que tanto me corroeu por esses tempos.

Minha mãe se deixou chorar aí, em meu ombro, e eu silenciosamente, também o fiz. Aquele momento significava tanto para mim que eu sequer tinha palavras para poder retribuir.

Junto à aquelas lágrimas, se esvaia toda a minha dor, tudo aquilo que consumiu minhas melhores partes. Mas mais que isso, quando me encontrei a sorrir de canto – de modo completamente contrastante com o meu estado – pude perceber que eu também estava chorando com um sentimento de felicidade. Eu precisava daquilo, daquelas palavras, daquele abraço para ser completa novamente. Podia antes negar, mas era a mais pura verdade.

Naquele momento, minha mãe agiu de maneira bravia, e agora o único orgulho que me restava, era o orgulho que eu sentia em tê-la.

XxX

A viagem fora completamente esquecida por aquelas próximas horas. A preocupação em remarcar poderia ser feita depois, isso não era importante agora. Quando cheguei ao local onde todos estavam, – em uma espécie de pátio interno repleto de futons -  papeando como nunca ao rirem com algo que Jiwoong contava, Tiffany me olhou com uma expressão tão surpresa que pareceu ser cômica. Por meus olhos estarem ainda mostrando sinais de choro, ela logo se preocupou em saber o que havia acontecido, quase se levantando do sofá para podermos conversar - para eu poder contar se minha mãe havia dito coisas que me magoaram - mas um sorriso crescente meu a fez mudar de ideia no mesmo instante.

Meus irmãos e meu pai já aparentavam saber que isso aconteceria, logo, se resumiram à apenas sorrir para mim de volta. Aquilo parecia perfeito demais para ser verdade. Fui sentar-me ao lado de Tiffany e assim que o fiz, a vi pegar na minha mão. Olhei rapidamente para o meu pai para verificar sua reação – não em busca de aprovação, porém – e tudo o que encontrei foi aquele sorriso paternal, protetor, aconchegante que eu tanto amava nele. Meus irmãos, não precisava sequer me preocupar.

Então, minha mãe apareceu para anunciar a hora do jantar. Até sua postura parecia mais leve, assim como eu tinha certeza da minha. Todos nos levantamos mas ao contrário dos meus irmãos e do meu pai, segurei Tiffany no lugar em frente ao sofá em que estávamos. Meu pai já passos à frente me olhou por cima do ombro, fazendo um gesto com a cabeça para irmos. Aquele exato sorriso continuava ali, fazendo-o ainda mais jovial aos meus olhos, e eu como uma boa filha, o segui. Seus braços se estenderam e como em um encaixe perfeito, eu e Tiffany fomos abraçadas de lado por ele.

“Sua mãe fez nossa comida preferida! Já comeu Japchae Tiffany? Se sim, está prestes a comer o melhor da sua vida!” Ele exclamou de maneira feliz, caminhando com nós duas em seus braços como se ambas fossemos suas filhas.

Não era algo forçado, eu sentia isso em meu coração. Ele estava legitimamente feliz com aquilo e isso me dava um pouco mais de satisfação.

Seguimos então para a sala de jantar, na onde na mesa longa e de vidro, se encontrava um banquete que eu sequer já tinha visto antes neste período. Fora aí, que novamente me bateu a lembrança de que já havia estado naquela casa antes. Após todos os preparativos para podermos sentar na mesa, decidi por fim perguntar o que tanto me incomodava, quando só estava eu, Tiffany e meus irmãos na sala de jantar.

“Afinal que casa é essa? Eu tenho quase certeza que já vim aqui antes!”

“Como assim não lembra, menina?” Meu irmão me olhou como se eu tivesse acabado de ter pisado em um filhotinho de cachorro. “É a casa do tio Jinu! A gente praticamente morava aqui de tanto que vinha brincar com nossas primas.” Ele deu uma breve olhada para a Hayeon. “Você não, claro.”

Vendo seu sorriso sacana no rosto, balancei negativamente a cabeça, começando aos poucos a me lembrar dessa época.

“Tio Jinu tem casa aqui?”

“É parte da herança da nossa avó.” Ele se referia à avó paterna, já que este tio em questão era irmão do meu pai. Jiwoong por fim sentou-se à mesa ao lado de Hayeon, fazendo menção para que Tiffany senta-se na cadeira que estava à sua frente.

“Você e sua memória curta.” Tiffany mexeu comigo, fazendo o que Jiwoong havia sugerido. Assim, eu sorri, sentando-me ao lado direito dela, de frente para minha irmã.

“Mas eu juro que não lembro bem disso...Eu tinha quantos anos por acaso?”

“Uns...3, 4? “

Sua resposta me fez rolar os olhos fortemente.

“Sério?” Perguntei descrente, ganhando risadas dos outros três ali.

“Não é desculpa, vinhamos muito então pronto.”

“Unnie, por que tirou o cabelo vermelho?” Hayeon pareceu mudar o tópico ao aparentar analisar cada centímetro de Tiffany, como uma bela esquisita.

Meu sorriso permaneceu.

“Você tinha cabelo vermelho?” Jiwoong pareceu surpreso. “Como essas cantoras por aí? Wow! Deve ter ficado um pãozinho, huh?”

Pelo tom de voz, eu sabia o que aquilo significava. Ainda mais, quando seus olhos se direcionaram imediatamente à minha direção.

“Yah!”

O repreendi, reprovando o que havia dito, mesmo que por brincadeira. Ele se limitou a rir, Tiffany entrando na onda antes de responder a pergunta de Hayeon.

“Pãozinho, da onde você tira essas coisas?”

“Pãozinho?” Meu pai saiu da porta da cozinha, portando algo que parecia ser a refeição principal. “Eu chamava a mãe de vocês assim!”

“Tá vendo?” Jiwoong levantou as sobrancelhas de maneira irritantemente convencida. “Aprendi com o melhor.”

Meu pai riu feito besta, fazendo-me apenas negar com a cabeça, tendo Tiffany à sorrir largo ao conversar com Hayeon, e ao ouvir nossa conversa.

Assim que minha mãe chegou, meu pai lhe deu um beijo na bochecha e por fim, sentou-se na extremidade direita da mesa, com minha mãe seguindo para a extremidade esquerda. Com alguns outros preparativos, por fim começamos a comer. O ambiente se tornou mais vívido, nenhuma tensão se fazia mais presente. Meus irmãos conversavam alegremente, meu pai parecia contar histórias após histórias e minha mãe se limitava à ouvir, assim como eu e Tiffany.

Esta, suportou tudo muito bem, como eu já esperava. Não havia estranheza, primeiro por já tê-los conhecido e segundo, por tudo ter ocorrido bem. Eu podia sentir que no fundo ela poderia estar se sentindo em casa e só de ter esse pensamento, meu coração se enchia de alegria. A única coisa que poderia faltar depois disso, era a presença de ambas as nossas famílias mas como eu mesma tinha dito uns dias antes, ainda tínhamos muito tempo pela frente, eu sentia. Passamos a deliciar a minha refeição preferida, minha mãe chegando até mesmo a se lembrar de maneira surpreendente, de um trato que havia feito com Tiffany – ainda naquela primeira viagem - para que ambas tirassem um dia para cozinharem juntas.

Desse jeito tudo corria bem, de maneira calma até pelo menos, meu irmão decidir mudar um pouco o ritmo daquelas conversas. Ele se levantou apenas para poder pegar a bebida em cima da mesa, determinado à dizer alguma coisa.

“Muito bem, muito bem. Antes de acabarmos de comer eu gostaria fazer três brindes!” Ele levantou a taça ao ar, tendo o olhar curioso de todos em cima dele. Hayeon então, serviu-se de refrigerante, para não perder o momento. “Um brinde à recuperação da nossa querida irmãzinha,” Olhei ao redor, vendo a atenção de todos estar em mim, todos os rostos se mostrando mais do que sorridentes enquanto suas mãos levantavam a bebida também. “Outro brinde para a presença da linda da Tiffany-ssi-“

Ao olhar para o meu lado, pude ver o seu eye-smile estar presente, obrigando-me praticamente à levantar para eu mesma brindar silenciosamente o fato de tê-la só para mim, todos os dias. Tal realização, me fez novamente lembrar o que eu tinha decidido poucos dias antes do acidente.

“E por último mas não menos importante, um grande brinde para...A minha nova vida de solteiro!”

Surpresa preencheu meu semblante, nos instantes seguintes.

Assim que ele – alegremente – anunciou tal brinde, caos tomou conta do local. Risadas vindo de Hayeon se tornaram inevitáveiss de não serem ouvidas. Tiffany pareceu confusa, já que eu havia apenas citado que ele namorava uma menina a muito tempo e parecia bem apaixonado por ela, mas se limitou a sorrir. A reação dos meus pais, no entanto, fora a melhor.

“O que?” Meu pai olhou para ele de modo até mesmo desesperado, parecendo preocupado com a situação de seu filho. Jiwoong bebeu o conteúdo de sua taça e sentou-se, portando o exato sorriso sacana dele que eu bem conhecia.

Lá estava ele, mais do que preparado para ouvir poucas e boas, sem sequer um pingo de preocupação. Ele levava tudo sempre numa boa, e era isso algo de se admirar e aprender com ele.

“Meu pai do céu!” Minha mãe exclamou, tentando até mesmo acertá-lo com tapas em seu ombro.

Jiwoong como o bom experiente causador de problemas – ou rugas, para eles – desviou das tentativas com sucesso, rindo da situação enquanto ouvíamos meus pais tecnicamente “pirarem” com isso.

“Mas vocês já estavam juntos a anos, Jiwoong! O que foi que você fez, a menina já foi enrolada por 4 anos sem você pedindo para casar e agora termina e ainda comemora? ” Meu pai pressionou, trocando olhares indignados entre ele e minha mãe.

Toda aquela reação, aquela reclamação vindo de meus pais, poderia soar de maneira tensa, desconfortável para quem quer que fosse escutar porém, a atmosfera por ali estava bem longe dessas duas palavras. Era algo típico do meu irmão e como meus pais o conhecia melhor que ele mesmo, eu sabia que dali não sairia muita coisa a não ser risadas de nós, expectadoras.

Hayeon ria enquanto Tiffany observava com uma expressão divertida, ambas com os olhares em cima de Jiwoong que não parava de rir ao beber de sua taça. Meu sorriso se tornou maior, só fazendo-me perceber seu tamanho quando senti parte de minhas bochechas doerem. Todo aquele ambiente pareceu me fazer tão bem, que eu me esqueci completamente de tudo de ruim que acontecera comigo nos últimos tempos.

Ver minha família completa agindo de maneira descontraída – algo que eu mais sentia falta – na presença da pessoa que mais amava, podendo ser quem eu realmente era sem vergonha nem restrições, encheu o meu espírito de alegria e de realização. Os barulhos de talheres, de risadas, de falas aos poucos foram se tornando coisas de segundo plano à medida que minha mente parecia me distanciar lentamente daquele lugar. As palavras pareciam se tornar apenas murmurinhos aos meu ouvidos, como se aquilo fosse uma tática para eu poder prestar atenção apenas no que meus olhos me mostravam. Ali, trocando olhares entre meus pais, meus irmãos e agora uma Tiffany falante, percebi que apesar dos apesares, eu tinha sorte.

Tinha sorte de ter os melhores amigos do mundo, os quais eu mataria e morreria por. Sorte de ter os melhores irmãos, que entre brigas e tapas, me defendiam com unhas e dentes independente de quem fosse que estivesse me atacando. Sorte de ter sido criada de maneira amorosa, de ter sido ensinada à sempre respeitar as pessoas, de ter tido a chance de estudar e ser alguém na vida. Sorte de ter pais sinceros e honestos, que nunca me deixaram faltar nada e que além de tudo, sabiam reconhecer seus erros. Porém, mais do que isso, eu também tinha sorte de ter encontrado a pessoa que mais me inspirava, que mais me dava ânimo, que me levantava quando tudo mais me deixava para baixo. Ter a Tiffany ao meu lado, para eu poder amar e ser amada de volta, era algo que ia além de sorte. Parecia ser simplesmente...Destino.

Nunca fui de acreditar em destino, almas gêmeas e em várias outras coisas, mas no momento em que eu a encontrei em cima do parapeito de uma ponte, muitas coisas mudaram, todos os conceitos internos e externos que antes eu tinha convicção de saber.

O destino agiu para que nos conhecêssemos e logo depois, para que nos reencontrássemos, mantendo-nos em uma ligação estranha mas inevitável. O termo alma gêmea se tornou uma verdade constante todas as vezes em que eu e ela riamos de coisas bobas, de um humor só nosso, nos dando tão bem que parecia inacreditável o fato de não termos sido melhores amigas antes de tudo. Tudo o que achava que não existia pareceu começar a se tornar verdadeiro, incluindo aí, o amor. Esse amor real, intenso, sincero, cru e natural que parecia não ter fim, parecia existir apenas em filmes, algo distante da minha realidade. Ela virou o meu mundo de cabeça para baixo em todos os sentidos, mas eu agradecia aos deuses todos os dias por ela o ter feito.

Se existisse uma reencarnação e fosse para nos encontrarmos novamente, eu tinha certeza de que faria tudo de novo, sem mudar sequer uma coisa. Todos os acertos, todos os erros, sem tirar nem por. Era isso que nos fazia especial, fazia nosso amor único, mesmo tendo todas as dificuldades que nós bem sabíamos.

Sentada ali, a apreciar silenciosamente toda aquela atmosfera mergulhada em felicidade e perdão, uma leve sensação de completude tomou o meu corpo diante de meus pensamentos densos. Junto desta sensação, veio um pensamento até então efêmero, que costumava aparecer em minha mente à noite quando Tiffany dormia serenamente na minha frente, sob meu toque cauteloso. Este, não parecia fora de meu alcance. O estado de felicidade estava tão grande que eu precisava tirá-lo para fora de mim, mesmo que aquela hora, aquele momento talvez não fosse o ideal.

Dessa maneira, ao inclinar meu corpo em um instante em que Tiffany não estivesse conversando diretamente com eles, encostei meu rosto em sua orelha direita e deixei-me levar pelo estado de beatitude.

“Quer se casar comigo?”

Foi tudo que deixei escapar. Respiração presa, e uma leve adrenalina se transformando em sensações de borboletas a passearem pelo meu estômago.

Assim como sempre me lembrei das coisas que experimentei e vivi pela primeira vez, aquelas poucas palavras marcaram mais uma nova era da minha vida, uma que eu nunca me esqueceria em hipótese alguma.

Uma que eu tinha certeza que carregaria até os fins dos tempos...

Até o dia de minha morte.

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Comments

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AliceK
#1
Chapter 27: Olá... Estou relendo a história por que gostei tanto e fiquei triste quando terminou.
Bipolaridade é uma doença realmente seria e você retrata bem isso da Tiffany ficar triste e de repente sumir, muitas pessoas acham que é bobagem de quem não tem o que fazer e ficam culpando a pessoa. Ainda bem que a Taeyeon não se afastou da Tiffany e depois que soube começou a prestar ainda mais atenção nela.
Eu gosto dessa história
Chu ~
momoringgu
#2
Chapter 48: Continuando pois o asian é sensível a textão....

E finalmente temos uma reconciliação! Acho que por mais que a mãe dela tivesse seus “valores” e tal, de maneira alguma a taetae deveria passar por isso, né? Mas como diz aquele ditado, vamo fazer o que né? Auhauha O importante é o que importa no final das contas e essas duas puderam retirar uma carga emocional enorme das costas. E nooooooossa que linda essa descrição do amor delas <3 Eu confesso que eu fui ali pegar meus lenços e voltei pra continuar a ler, é muita emoção, meu deus do céu ;-;

GENTE QUE FOFO ESSE GOON, já amo horrores também. E essa vidinha de casada delas, que maravilha hein hehe Pelo menos, depois de tanta coisa, tem que se ter uma recompensa u.u E tudo terminou onde começou, preciso de mais lenços pra minhas lágrimas.

EU QUERO SEASON 3 SIMMMMM mentira, eu não te obrigaria a isso. Ou sim. Risos.

Então né, eu não peguei essa fic desde o começo, comeeeeeço, mas to aqui a um tempão e essa fic mesmo você demorando /puxão de orelha/ eu nunca conseguiria abandonar, não dá. Me prendeu aqui, sem mais. Eu vi essa fanfic crescer, eu vi ela migrar. Eu praticamente peguei ela no colo!! Acho que essa parte é um exagero. Ou não. Você até me fez ter raiva da Tiffany em certos momentos e ME FEZ shippar taengsic, você merece um troféu só por isso. u.u E. não sei mais o que dizer, eu só agradeço do fundo do meu coração por você ter escrito e não ter desistido dela, apesar de “tretas”. Sério, obrigada. Espero que um dia você volte, nem que seja com uma OS, eu leria com todo o prazer. ^^

XOXO
momoringgu
#3
Chapter 48: OKKKK EU ESTOU BACK, não sei se vai ser grande, qualquer coisa, reserva a pipoca e o lanche pro textão que o negócio tá igual a seus capítulos, duas partes q

Vou sair falando de cada ponto dos capítulos, ok? Ok.
Essa interação entre os irmãos do começo <3 Era tudo o que a taetae precisava no momento, e foi tãããããão lindo.

E essas duas morando juntas <3 <3 <3 isso é demais pra mim, ok? ok então. não vou dizer que eu dei uns gritinhos com isso também, viria ao caso? hmm. Mas eu não vou mentir que eu AMO esses moments delas. E eu amo essa amizade sootae também, é sério. É maravilhosa demais. Aliás, todas elas são.

Ahhh, Michelle tomou jeito. Gosto assim qq Querendo fazer a irmã casar, convivendo numa boa com elas, foi fofa essa cena. Daquelas que arrancam um sorriso da gente quando a gente lê ^^ Outra coisa que eu gostei bastante foi a forma que você descreveu o dia a dia delas. Tão leve e natural que parece que a gente consegue ver, acho até que já comentei isso kk se não comentei, to comentando ‘-‘
Fany-ah lendo 50 tons de cinza ( ͡° ͜ʖ ͡°) parêntese aqui pra uma coisa que eu sempre achei estranho nela realmente, como ela consegue gostar??????????
Enfim, adoro a saliência dessas duas, adoro adoro. Principalmente quando elas são pegas e a situação fica super constrangedora. É maravilhoso haha.

Você tocou também num ponto que é engraçado, mas que acontece bastante. De acontecer alguma coisa pra alguém dá o devido valor a outra pessoa, é incrível. Não só nesse caso, abordado aqui na fic, mas são tantos. As pessoas preferem colocar o capricho delas em primeiro lugar e não se importar em saber lidar com as situações. Só que pelo menos as coisas começam a se acertar, não é? Mesmo que seja na dor pra muita gente, enfim, estou filosofando demais já auhauhauh E foi bom ver também o quanto a relação delas se aprofundou com o tempo e você soube fazer isso muito bem, de verdade. ^^
momoringgu
#4
Chapter 44: OIEEEE, você foi maravilhosa em ter colocado tudo de uma vez pra eu ler AUHAUHAUHUHA eu to atrasada, me perdoa. EU VOU LER TUDO E VENHO COMENTARRRR, me espere. u.u q
Juhcty #5
Chapter 48: Comentando hoje porque só agora vi que tinha atualização... #sofre
Vou confessar: pelo nome da fic, eu vivia com medo de ter um final trágico. Só não surtava por isso porque eu gosto dessas coisas -q mas gosto de finais felizes também e esse foi tão perfeito!! Estou chorosa aqui! Foram o que? 4 anos escrevendo essa história? Eu leio ela há uns 3... É um bom tempo de convivência com algo. Essa fanfic marcou minha vida, isso não é brincadeira. Eu saía pulando pela casa quando aparecia notificação (momento vergonha).

A primeira vez que resolvi reler a história foi em um dos seus primeiros grande hiatus, e eu tive um choque muito grande! Vou explicar: lendo a fic pela primeira vez, para mim, a história e os personagens seguiam um ritmo normal. Mas ao reler, achei gritante a forma como a Taeyeon "amadureceu" e de certa forma, acabamos nos envolvendo tanto, que amadurecemos junto com ela. (Passei por isso uma boa quantidade de vezes, pois reli uma boa quantidade de vezes... Acho até que já tô indo fazer isso de novo.)

Outra coisa que sempre acontece: chorar quando termina TaengSic. Aquele capítulo SEMPRE acaba comigo. Mesmo querendo TaeNy, eu sou apaixonada com o TaengSic dessa fic. Pois é, aquele capítulo dói. Muito.
Assim entra a parte em que: essa fanfic me faz sentir muita coisa! Entro tanto na história que é lindo sentir aquele calorzinho no peito quando as coisas começam a se resolver pra TaeNy, de repente se pegar suspirando com alguma cena boba delas juntas e de repente se sentir uma otária por estar fazendo essas coisas, e ao mesmo tempo não estar ligando por isso.

Obrigada por proporcionar essas coisas com essa história. E agradeço mais ainda por terminá-la. Eu tava quase conformada de que não teria um final.
Final mais lindo, nostálgico e emocionante! Sério, eu amo muito essa fanfic.
Parabéns por ter conseguido terminar kkkkkk só não vou te seguir no Twitter porque eu não gosto muito então nunca entro no meu -q
Bye :3
_Yui-Chan
#6
Chapter 48: Que final lindo!!!
Acabou... quase 4 anos T_T
Mesmo você demorando pra atualizar sentirei saudades dessa fic, obrigado por não desistir!

Vou te seguir lá no twitter, o meu é yuu_luana


cap 42 Outlaws Of Love
"Aish, eu sou cardíaca Fany, última vez que você me falou para fechar os olhos você me apareceu vestida de princesa só para maiores e olha, que dia para se estar viva!” "
Moça faz um capitulo bônus de seqsu kkkk adoro seus oranges XD
quero muito ler isso,Tiffany de princesa +18 , nunca te pedi nada kkkk

bye 0/
SouUmMushroom
#7
Chapter 48: confesso que já tava quase pra vim atrás de ti de novo porque você falou que não ia demorar, mas gritei com a atualizão kshsjsksk
moça, eu simplesmente amei esse final, ficou fofo, lindo e maravilhosa!!!
to triste porque terminou, mas feliz porque você terminou kkk não abandonou a gente e obrigada por não ter abandonado esse povo sofredor que vira e mexe tava aqui enchendo teu saco (eu) kk pensando aqui em reler tudinho só pra não ficar logo com saudades... acho que é isso?! e mais uma vez obrigada por não abandonar a fic <3
até a próxima, moça ^^

~vou te perseguir você no twitter ~
Yuunosuke93 #8
Chapter 48: Moça, já pode fazer minha cova também. Morri com esse final lindju e maravilhoso <3 demorou sim u.u mas saiba que mesmo assim, tinhamu autora (apesar de querer de matar às vezes), essa fic vai ficar pra sempre no meu heart também :') até chorei porque acabou. Tô pensando seriamente em reler tudo de novo, só pra sentir aqueles feels supimps tudo de novo. Enfim, é isso. Não tenho muito o que falar, já que é o final. Só obrigado mesmo por terminar e me fazer feliz. Já posso morrer.
momoringgu
#9
Chapter 43: OKAY VOLTEI PARA COMENTAR DECENTEMENTE E MEU DEUS QUE CAPÍTULO FOI ESSE

Deixa eu respirar, foram muitas emoções aqui.

Certo, foi uma coisa fofa, surpresa, fofa de novo, drama e por fim mais fofura. Eu diria sim que foi um capítulo fofo ^^ Adorei a menina Jessica ter retornado a fic e com um Yulsic maroto, amo. Amei a cena do começo e concordo com a Tae, ficar nessa de ir de loja em loja é chato sim! u.u Tudo bem que sorvete compensa, massss.. eheh
A parte do presente e da Disney é uma coisa tãããããão Taeny, que subiram formigas no meu monitor por causa do açúcar, aiai (E tadinha da
Tae, quase morre de infarto, de felicidade, claro kk)
Por mais que o final do capítulo tenha sido bem feliz, o ponto forte dele foi a conversa da Tae com a família. É até clichê, mas infelizmente é uma coisa tão comum :/ Posso dizer que essa cena me tocou, até porque eu já ouvi coisas parecidas de mamãe, mas também por toda a carga emocional que você conseguiu passar. Parecia que eu estava na pele da Tae (não por nada pessoal, mas pelo jeito que você descreveu), deu pra sentir tudo, exatamente. Agora é esperar e ver se o tempo vai ser favorável, porque infelizmente as vezes nem o tempo amenizam as coisas, mas fighting ^^
E esse finalzinho, aaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh, quero morder as duas. Vão se casar praticamente, vou chorar de emoção T.T
Só queria dizer que agradeço por você não ter desistido da fic, eu adoro, acho que você sabe hehe. E também pelo tempo, não que eu esteja dizendo que seja ruim, mas é que me sinto uma senior lendo hahahahahahha
Sério, obrigada por mais um capítulo. Tome seu tempo pra postar até o final, mas não demora muito senão vou morrê >.<
xoxo
momoringgu
#10
MEU DEUS UMA ATUALIZAÇÃO ok, eu to atrasada, mas ainda vou leeeeer. (vi agora por acaso, mas to mortinha aqui, depois comento decentemente, é a emoção do momento)