Epílogo - Close The Door

Dance On Our Graves - PT

Quando adolescente, a falta da sua inocência junto à mediocridade da sua imaginação, serve de entrada para o mundo real em que se vive, onde sonhos já não parecem tão alcançáveis e as coisas passam longe de um faz de conta. Você deve escolher uma profissão cedo demais, sendo pressionado por familiares, pela sociedade, e muitas coisas caem sobre suas costas mesmo com você ainda tentando se adaptar às mudanças bruscas de sua vida, de seu corpo. Quando adolescente te perguntam o que você finalmente decidiu fazer da vida e você com receio, pode responder sinceramente ou simplesmente, o que seus pais querem que você seja. Lidar com tecnologia. Foi a minha única resposta, no fim das contas.

Passei pelos 14 querendo ser uma trainee, 16, lidando pateticamente com um amor platônico forçado pela mídia jovial e daí em diante até 20 e pouco, tentando ter meu espaço em minha carreira. Muitas coisas que quando criança eu imaginava que já teria acontecido, não aconteceram. Não haviam carros voadores, nem super-poderes e o mundo não se tornou mais unido como qualquer criança boba e inocente pode pensar. Porém, outras completamente diferentes aconteceram, estas muito melhores do que tais pensamentos infantis.

Aos 22, tive minha primeira relação com uma pessoa, um traste. Levei de presente uma lembrança ruim e um chifre na cabeça. Gosto de fingir que tudo não passou de um sonho, então não incluo isto na parte boa da coisa. No entanto, também nesta mesma idade, conheci Londres. Linda, doce e gélida Londres. Uma experiência inesquecível em todos os aspectos. As coisas passaram a ficar boas aí. Conheci uma mulher, uma louca que se encontrava em cima do parapeito de uma ponte, prestes a se jogar. Agi como qualquer ser humano – de bem – agiria diante à situação, mas o que eu menos podia imaginar era que aquela pequena ação, aquele ato, aquela ajuda, traria consequências tão grandes e significativas em minha vida.

Agi despretensiosamente, sem sonhar que aquela mesma pessoa acabaria sendo o grande amor da minha vida.

Engraçado como as coisas funcionam.

Com ela veio minhas primeiras experiências: de amor, atração, tensão ual e é claro, a real decepção. Com o ex, tive raiva. Com ela, tive meu coração quebrado realmente pela primeira vez. Foi complicado, mas foi um aprendizado e mesmo que doesse, talvez se não tivesse acontecido nada teria resultado dessa maneira.

É a teoria do caos, do efeito borboleta.

Depois disso senti que estava amadurecendo mais. Aos 24, tive mais experiências, momentos e paixões que não me arrependo. Foi bom, foi verdadeiro, mas a mágoa daquele assunto não resolvido não sairia tão cedo. Então, ela retornou, devido ao grande truque de mestre desse troll sacana que é chamado de Destino. Primeiras brigas verdadeiras, mais corações partidos com descobertas, mais dinheiro gasto em bebidas alcoólicas e mais estresse que o normal, não só envolvendo trabalho. Esse foi o resumo do meu vigésimo quarto ano na Terra. Talvez não um dos melhores, mas extremamente importante para a minha vida, para o que viria por aí.

Dos 25 aos 26, um certo tipo de reviravolta aconteceu. Eu pude tanto ter a chance de me encontrar, assim como tive a chance de começar uma nova etapa da minha vida, tendo um evento extremamente importante: meu noivado. Aconteceu de forma impulsiva, inesperada até para mim mesma, mas eu não pude evitar em fazer aquela pergunta. Não fora romântico, sequer ideal, mas a reação de Tiffany provou que ela não ligava para essas coisas. Foi em um jantar crucial, um dos momentos mais felizes da minha vida, e por mais que ainda estivéssemos na frente de meus pais, eu não pude evitar em beijar a sua bochecha assim que ouvi o seu sim, com olhos marejados. Quando a atenção daquela mesa se voltou à nós duas, todos portando semblantes confusos, não tive a vontade de me explicar. Poderia parecer precipitado para eles, mas eles não sabiam nem um terço de nossa história. Então, tudo o que viram foram uma troca singela de carinho, após silenciosamente termos concordado em adiar tal anúncio para uma outra ocasião.

O momento chegou aos 27 em um dia ensolarado na beira de um rochedo com a vista para o mar em Jeju Do, nós duas trajadas em vestidos brancos em uma cerimônia intimista, quase que etereal aos meus olhos. Nossas famílias e nossos amigos estavam todos hospedados em espécies de chalés para passarmos um tempo prazeroso de um fim de semana, onde tudo ocorreu como um dos mais perfeitos sonhos. Eu não esperava que coisas sequer similares à estas aconteceriam tão cedo, mas para a minha sorte e realização, aconteceu.

Olhando para trás assim, tudo o que vejo é plenitude. Sensação de preenchimento, de que as coisas, as escolhas, promessas, lágrimas, no fim de tudo, se encaixavam perfeitamente com aquele meu final feliz. Na hora era difícil acreditar, mas eu estava mais que certa de que era a verdade.

Agora, o sol aconchegante atinge o meu rosto que possui mais maturidade, algumas sutis marcas do tempo que se passou. Agora, me encontro deitada em um gramado baixo e verde, frio, com sons de pássaros ao meu redor assim como um som de água corrente e pessoas conversando ao longe, junto à passos distantes.  Agora, me encontro deitada só...

Era inacreditável, estranho de pensar que depois de tanto tempo não seriamos mais duas pessoas juntas, que não seria mais Tiffany e Taeyeon.

Um suspiro saiu de meus lábios de forma inevitável. Meus olhos cansados, minhas pálpebras pesadas de sono, permaneciam intactas, fechadas de maneira contínua. Se eu permanecesse um pouco mais daquele jeito, talvez eu iria poder cair em um sono profundo, na onde eu pudesse enfim descansar toda aquela exaustão. Isso me parecia uma boa ideia. Com respiração calma e pensamentos lentos, em questão de minutos eu consegui o que queria. Meu corpo se rendeu ao meu pedido, quase como se alguém houvesse atendido aos meus desejos. Eu poderia até mesmo comemorar, sentir-me em estado de glória. No entanto, tal momento não durou muito tempo.

Pontadas geladas começaram a incomodar minhas bochechas.

Argh. Ginger.

Resmunguei, mexendo meu rosto para evitar o toque da língua do velhinho em mim, não estando disposta a receber lambidas por agora.  Em seguida, gotas com a mesma sensação térmica recaíram sobre minha testa, uma, duas três vezes seguidas.

Só então, decidi abrir meus olhos para saber do que aquilo estava se tratando. Ginger não babava daquele jeito nem aqui, nem na China.

Assim que o fiz, um rosto – perto demais para meu gosto – me fez pular no lugar, este cobrindo até mesmo os raios solares que até então poderiam estar atrapalhando minha visão. Olhos grandes e expectantes pareciam me encarar, assim como um sorriso banguelo e um bigode enorme de sorvete de morango.

“Ei!” Franzi as sobrancelhas, elevando minha mão para parar os pingos gelados na minha testa. 

Assim como o susto foi inevitável, o sorriso lento que logo começou a se abrir também foi. Risadas preencheram meus ouvidos, e isto me fez esquecer qualquer problema do mundo. Por mais grogue que eu estivesse – de sono, só para constar – eu reconheceria aquele rostinho em qualquer lugar do mundo, em qualquer circunstância.

Afinal, ele era a terceira adição, às minhas razões de viver.

“Yah, yah!” Exclamei, tentando me levantar aos poucos já que ele continuava próximo, tendo um sorvete completo a derreter logo em cima de minha cabeça. “Para de rir, molequinho, não sabe que eu sou cardíaca?”

Só assim pude empurrá-lo um pouco para trás, vendo seus olhos brilhantes seguirem meus movimentos.

“Mamãe, por que a senhora dorme tanto?” Goon se afastou para me ver levantar, sentando-me enquanto eu passava minha mão nos lugares que com certeza ficariam preguentos por um bom tempo. “Tia Sooyoung disse que é por que está velha e velhos dormem muito!”

Balancei a cabeça em negativo, vendo-o lamber seu sorvete ao sentar-se ao meu lado.

“Sua tia Sooyoung não sabe de nada! Lembra o que mamãe disse?  Nunca dê ouvido à tia Sooyoung a não ser que ela esteja te dando uma bronca!” Levantei um dedo como se fosse para colocar ordem e assim que o fiz, o vi rir, mostrando ainda mais os dentes que lhe faltavam devido à troca usual.

Aquilo me fazia feliz simplesmente por ele ficar adorável daquela maneira. Sorriso banguelo, bagunça de sorvete e cabelo cortado com franjas tortas. Esse último pequeno detalhe era apenas mais um lembrete de nunca deixar uma mãe/criança à cuidar de outra criança, ainda mais quando nenhum dos dois tiver muito juízo.

Ao olhar todos os seus traços, seus aspectos semelhantes aos meus, era mais que evidente em meus olhos a completa paixão que eu tinha por aquele menininho de apenas 6 anos de idade. Não só eu, é claro. O que não faltava era gente para fazer parte do fan-clube dele. Isso era um fato que inclusive, me fez lembrar de outra coisa naquele momento. Assim, o puxei para aconchega-lo em meus braços, com uma pergunta na ponta de minha língua. No entanto, ver seu rostinho virar para o lado, quase que obrigando-me a repetir a mesma ação, fez a minha pergunta ser respondida automaticamente.

A visão de uma Tiffany a se aproximar, com duas coleiras em uma mão, um sorvete na outra e uma barriga avantajada por baixo de seu vestido florido, fez meus olhos expressarem mais amor ainda, por mais que eu achasse impossível.

Não era mais apenas Tiffany e Taeyeon...Era Tiffany, Taeyeon, Goon e mais uma menininha por vir... Minha vida não poderia estar mais completa, nesses meus 36 anos de idade.

“Yah Goonie, como você me abandona desse jeito?” Tiffany disse com seu cenho franzido, arrancando mais risadas do garotinho.

Com o sorriso largo ainda presente em meu rosto, levantei-me para poder ajuda-la com as coisas que carregava em mãos.

“Ela tava dormindo, mommy! Eu vim salvar ela!” Goon deu ombros, ainda saboreando seu sorvete ao me ver pegar as coleiras de Prince e Ginger das mãos de Tiffany.

Olhando-a de perto, seus cabelos soltos enquanto seus olhos se encontravam cobertos por óculos de sol, me aproximei rapidamente para depositar um beijo em seu rosto, simplesmente por rotina. Depois desse tempo todo, me tornei mais afetiva, eu tinha bem a consciência disso.

“Salvar do que, criatura?!” Tiffany me olhou sorrindo como forma de agradecimento, só então podendo andar de forma mais “livre” até onde nosso filho se encontrava.

Assim que ela conseguiu sentar-se, fiz o mesmo, deixando Prince e Ginger deitarem na grama ao nosso lado.

“Do sol oras!” Goon exclamou como se fosse óbvio, só então fazendo-me realizar o porquê de tê-lo encontrado tão próximo na hora em que senti aqueles amáveis pingos grudentos.

Em pensar que eram apenas lambidas do Ginger...

Tiffany riu, negando com sua cabeça ao saborear seu sorvete.

“Muito bom você, único principezinho da casa e não ajuda sua mom que se encontra calorenta e ainda sendo chutada quase que de hora em hora.”

O sorriso banguelo de Goon se virou para mim, mostrando que realmente o que ele havia dito não passava de uma desculpa para sair correndo de Tiffany, depois que eles compraram seus sorvetes. Aquele garotinho amava correr, prova disso eram os machucados por todo seu joelho e braços.

Tiffany e eu nada podíamos fazer.

Como um complô, envolvi meu braço em seu pescoço para lhe dar um abraço de urso.

“Não briga com ele, ele salvou minha vida, né?” Dei-lhe beijos em sua cabeça, recebendo uma risada e uma confirmação silenciosa. “E também-“ Levantei meu olhar para Tiffany, meus olhos recaindo sobre sua barriga, de 7 meses. “Não briga com ela, ela só tá avisando que tá tudo bem por lá!”

Tiffany novamente negou com a cabeça como se em reprovação, tendo um sorriso grande em seu rosto ao ver meu braço se aproximando para tocar seu ventre.

“Tudo bem, você é a advogada deles, ok. “ Tiffany fez uma feição de “nada mal”, recebendo então olhares meus e de Goon.” Mas e você?  Qual sua defesa Taeyeon-ah? Posso brigar com você então ? Que que você tanto ficou fazendo que não foi com a gente? ”

A maneira como Tiffany disse me fez arregalar os olhos um pouco, quase que me sentindo intimidada pelas perguntas, ou melhor dizendo, pela inquisição. Soltei Goon apenas para vê-lo fazer uma careta ao trocar olhares entre eu e Tiffany.

“Ih~~” Ele deixou escapar, adorando me ver em “problemas”.

“Shiu.” Fiz um sinal para ele apenas para voltar a abraça-lo contra sua vontade, antes de retornar minha atenção à Tiffany. “Eu fiquei aqui fazendo sabe o que?”

“Huh?” Suas sobrancelhas se arquearam.

“Te amando~~ Pani-ah~~!” Minha voz saiu dengosa do jeito mais irritante possível, meus olhos piscando por várias vezes quase como se eu fosse uma criança.

Tiffany começou a rir, levando sua mão para cobrir seu rosto em forma de repreensão. Goon se esforçou para sair de meu aperto, sendo aquela sua maneira de demonstrar seu descontentamento com tamanha “fofurice”.

“Ewww~”

“Argh, TaeTae...” A vi balançar a cabeça como se tivesse comido um limão inteiro, fazendo-me apenas rir em resposta ao finalmente largar nosso banguelo hiperativo. “Filho, tomara que você não puxe esse lado da sua mãe, porque fico toda arrepiada olha só...”

“Aish como assim Fany-ah? ” Protestei, só então vendo Goon acabar com seu sorvete da maneira menos graciosa possível. O líquido chegou a escorrer até à sua blusa do homem de ferro, manchando sua gola por completo. “Filho, tomara que você tenha puxado eu sim oras! Como você acha que eu-“ Me aproximei dele, fingindo tampar meu rosto para que ela não visse meus lábios nas palavras seguintes. “Deixei ela caidinha por mim?”

“Yah!”

O protesto foi de imediato, apenas fazendo-me retornar à posição vertical para poder rir enquanto meus olhos passaram a buscar a bolsa que carregávamos com as coisas de Goon, para poder limpar a lambança que fizera.

Assim que peguei sua garrafinha de água e a toalha pequena, vi Tiffany pegar sua bolsa para posicionar atrás de sua cabeça, deitando-se de pernas cruzadas na mesma direção que eu estava antes.

Com mais alguns comentários sobre o quanto aquele dia estava agradável demais depois de tantos dias nublados, limpei Goon e de bônus, limpei minha testa. Ao tirar minha atenção do pequeno, vi Ginger e Prince parecerem cansados da caminhada que fizeram antes, ambos agora estando deitados ao lado de Tiffany que mantinha suas mãos em seu abdômen, parecendo preparada para uma sesta.

“Mommy agora eu posso ir brincar no parquinho?”

“Toma cuidado ok? E não é para pular do alto do escorregador de novo, tá ouvindo?”

Tal ordem me fez olhar para Goon com expressão confusa, apenas vendo-o se levantar com um sorriso torto, dando de ombros logo em seguida.

“Tá bom~.” O vi olhar para Tiffany – que parecia estar com os olhos fechados debaixo daquele óculos – antes de fazer contato visual comigo.

“Ouviu né?” Reafirmei as palavras de Tiffany apenas para assistir à uma confirmação apressada, só então recebendo um beijo molhado que logo passaria para as bochechas de Tiffany.

Ao assisti-lo correr na mesma direção que Tiffany chegou, me encontrei sorrindo feito boba principalmente por ter errado no julgamento quanto à Ginger e Prince. De modo frenético, os dois se levantaram com uma energia surreal, seguindo os comandos que Goon lhes dava para que eles o seguissem.

Dessa maneira, me ajeitei para poder deitar-me ao lado de Tiffany, deixando meu corpo virado para que eu pudesse assisti-la de modo melhor. Ver aquela barrigona subir e descer enquanto ela parecia ter um breve sorriso no canto de seus lábios, fez-me pensar novamente nas coisas que viajavam por minha mente antes do Goon chegar.

O tempo passava, mas parecia que as coisas entre nós não mudavam muito. Pelo menos, não para o mau. Haviam tempos difíceis, mas as coisas sempre davam um jeito de serem resolvidas. Era algo precioso que eu sempre fazia questão de manter vivo em minha mente. Como foi que chegamos à aquele momento, como tudo parecia surreal ainda hoje. Quando a olhava assim, grávida e radiante, não deixando com que seus eventuais momentos obscuros a atrapalhasse ou a impedisse de viver a vida que ela havia confessado ter pedido a Deus, eu sentia a sensação de como se fosse um sonho realizado.

Naquele silêncio, me aproximei mais de seu corpo apenas para poder conseguir sentir sua respiração calma e lenta, aquela que sinalizava que seu corpo estava prestes a entrar em um cochilo tranquilo.

Ali, na cidade em que eu a conheci, no local em que eu ganhei a primeira coisa material que guardei com todas minhas forças, apesar dos pesares, senti que estava apaixonando-me por ela, por essa minha vida novamente.

Depois de um tempo Goon voltou com uma bermuda marrom – algo peculiar, pois jurava que essa antes era de cor bege – e com o cabelo bagunçado em meio à suor. Diante de sua chegada, Tiffany e eu começamos a arrumar nossas coisas para que pudéssemos voltar ao hotel. Leo – que também havia decidido visitar sua casa em Londres semanas antes de nós - havia insistido para que ficássemos na casa antiga de Tiffany, que havia sido reformada, mas por motivos de “lembranças não muito agradáveis” para ela, decidimos recusar.

“Mas por que não podemos ficar mais um pouco ?” O garotinho segurava nossas mãos enquanto começávamos a seguir pela trilha até o local de saída.

“Hm deixa eu ver-“ Me fingi de pensativa, como se a resposta fosse muito difícil de saber. “Mommy precisa descansar, você precisa de um banho e eu preciso tomar algo para essa minha dor de cabeça incrível.”

Goon bufou, mas nada disse. Tiffany andava junto à nós com a sua cabeça balançando, concordando com o que eu dizia.

“Além do mais, precisamos nos preparar já que iremos jantar com pessoas especiais que você gosta muito.” Disse ela, falando em inglês com ele.

 “O que? Vamos jantar na casa da aunt Michelle?”

“Não, tente de novo” Eu entrei na onda, segurando sua pequena mão firmemente.

“Aunt Leo?”

Tal pergunta trouxe risadas à Tiffany e eu. Ainda estávamos ensinando as duas línguas para ele, então sempre havia momentos adoráveis como aqueles.

Seu olhar de inocência por não saber o que houve, fazia tudo ainda mais bonitinho.

“Querido, não é aunt Leo e sim uncle Leo. Aunt é usado apenas para mulheres!” Tiffany o corrigiu, olhando brevemente para mim para podermos trocar sorrisos.

“Ah, sim sim.” Ele balançou a cabeça. “Mas então, é ele?”

“Pehm! Acertou! Ding, ding, ding~” Dei algumas pontadas em sua barriga, fazendo-o rir e comemorar em resposta.

“Yesh!” Goon adoravelmente socou o ar, assim como eu fazia em momentos que conseguia alguma coisa de boa para minha vida, normalmente quando se era relacionado à Tiffany.

Assim, continuamos a seguir nosso caminho de volta com assuntos diversos, incluindo o fato dele estar cansado depois de tanto correr pelos arredores.

Seu cansaço era algo gratificante para mim, algo como se me orgulhasse por ele ser uma criança tão cheia de energia, tão bagunceira que sempre nos alegrava em qualquer momento de nossas vidas. Mal podíamos esperar para a chegada de nossa menininha, para poder completar ainda mais nossa família.

Chegando ao hotel, Tiffany resolveu por descansar um pouco enquanto terminei de arrumar nossas malas. Há anos, desde nossa viagem à Bali, eu havia prometido à mim mesma que sempre que possível eu faria de tudo para que pudéssemos conhecer mais do mundo, desde que tivéssemos saúde e é claro, o bastante para bancar ao menos apenas passagens de ida. Um novo propósito que com sorte, consegui seguir à risca com poucas exceções como o nascimento de Goon e a época em que se encontrou com um resfriado muito forte. Fora isso, o ano era feito com pensamentos já sendo fabricados sobre nosso próximo destino.  Paris? Já havia passado em nossa lista. Assim como vários outros destinos que antes eu apenas via em filmes.

Esse ano, porém, as coisas se tornavam mais especiais. Foi uma decisão unânime, em uma noite chuvosa e nostálgica de domingo, em que nos encontrávamos abraçadas comigo à acariciar sua barriga.  Londres, a cidade em que tudo começou. Era incrível de se pensar, prova disso era o meu espírito me fazendo ficar leve e sorridente por todos os lados desde que chegamos.

Após um pequeno cochilo de minha parte, também para aliviar a dor depois de um bom banho, nos encontramos todos prontos para ir ao local de encontro. Goon ainda se encontrava em seu modo pilha de energia – que me lembrava muito um outro alguém que eu conhecia – e Tiffany se encontrava o mesmo, entrando na onda do pequeno garoto. Aquela noite tinha tudo para ser um bom começo para nossa viagem.

O jantar na segunda casa de Leo não poderia ser melhor. Estavam presentes sua esposa, os gêmeos, Michelle com o marido e filhos e mais uns amigos das crianças. Era acolhedor a forma com que nos tratavam – Leo, sempre o fazendo desde o começo – assim como também era algo incrível de se ver, de se acompanhar o crescimento das pessoas que a minha esposa mais se importava. Os gêmeos estavam enormes e os filhos de Michelle – que acabou não se mudando de Londres -  estavam bem crescidos mas ainda sim Goon, mesmo caçula, se encaixava muito bem entre eles, assim como eu. Nunca antes eu poderia imaginar que terminaria assim, em ótimos termos em um campo onde antes eu tinha medo de me aprofundar.

Contudo, isso não era diferente para Tiffany, não. O que aconteceu naquele episódio inesquecível para mim e para ela, onde eu decidi fazer a grande pergunta, ainda foi o ponto crucial para a reviravolta nas coisas. Minha mãe cumpriu sua palavra, seguiu seu coração e aos poucos, lentamente porém de forma sincera, abriu as portas para a minha felicidade e de cara, a ofereceu hospedagem permanente, sem preço.

A prova mais significante de que minha família havia mudado durante os anos, tem nome, sobrenome e um rostinho de pestinha: Goon. Assim que eles ficaram sabendo da notícia, eu não pude evitar em chorar assim que vi o brilho no olhar de meus pais, que logo se emocionaram junto comigo por essa decisão tão importante em nossas vidas. Eles estavam felizes de verdade, e nada mais muda o fato de agora, serem avós corujas, dando tudo que podiam para o primeiro neto que ganhavam.

É claro, eu fui a primeira a lhes dar um neto. Meu irmão, ainda na sina de ter sua liberdade, tinha sua namorada, mas não era nada sério. As vezes eu ainda ria pelo fato de toda aquela reclamação, aquela cobrança que antes tinham sob mim, ter passado para as suas costas. Bem, eu ria, ele já não achava tanta graça assim. Hayeon começou a cursar engenharia, algo que ela sempre quis a julgar também por sua grande inteligência com números, e logo também encontrou a tampa da sua laranja, como diz o meu pai. Depois de tanto tempo escondendo, ela mostrou o seu namorado, um menino gentil e educado. Porém, no fundo no fundo, eu sabia que ela tinha a mente aberta até demais. Eu não morreria sem ao menos saber se ela tivera algo com sua melhor amiga, ou devo dizer, ex-melhor amiga Erika, para que tudo acabasse do jeito que foi. Drama adolescente, depois de velha, se tornou meu melhor reality show.

Goon era o pequeno mascote da família, e meus pais não poderiam ser mais apaixonados por ele do que já eram.

XxX

A programação dos dois dias seguintes se tornou algo livre, como aproveitar a piscina do hotel, o parquinho, as gordices, assistir filmes e afins, por causa de um pedido um tanto ameaçador vindo de alguém mais ameaçador ainda. Segundo essa pessoa, nós deveríamos deixar as coisas “divertidas” para fazermos quando estivéssemos em sua presença. Tiffany e eu como bem conhecíamos o tipo, o fizemos, sem reclamar já que quanto mais passava o tempo, mais sedentárias nós ficávamos.

No entanto, chegou o dia em que a primeira tarefa da viagem de Londres chegara. Um piquenique em um lugar muito bem conhecido, para mim e para Tiffany. Não foi muito trabalho convencer nosso filho, já que ele era o primeiro a topar e a sugerir atividades externas. Esse era um dos prós de se ter uma criança hiperativa.

“Oh, oh, calma Ginger! Prince! Mommy!” Goon exclamou com um tom de voz manhoso, como se fosse para reclamar do que havia acabado de acontecer. Tiffany, a que assistia toda a situação com seus olhos sorrindo tanto quanto seus lábios, balançou a cabeça negativamente, para mostrar que não queria se meter naquilo.

“Nah-ah, não venha com esse Mommy! Vai lidar com os dois, não comigo. Ninguém manda você ficar dando bobeira com seus brownies aí, passando vontade nos dois!”

Goon virou seu olhar pidão para mim, fazendo-me apenas dar ombros com algumas risadas em resposta, notando os dois cachorrinhos comerem o que antes era dele com a maior voracidade do mundo.

“Injusto!”

“É a vida filho, é a vida.” Baguncei seu cabelo gentilmente. “Lembra o que seu avô te disse?  A vida é uma selva.  Resta saber se você vai ser o Simba ou o Pumba!”

Ver o seu rosto franzir em confusão fez Tiffany rir ainda mais, ao tomar seu suco de uva.

“O vovô não disse isso!”

“Disse sim.”

“Não disse não!”

“Disse!”

“Não disse, nem a vovó, eles nem sabem quem-“

Me aproximei para poder dar uma “gravata” nele, mantendo meus dedos a acariciar seu cabelo escuro.

“Sh, sh, pequeno gafanhoto. Apenas confie na mamãe, ela sabe o que diz, certo?”

“Huh...Certo!”

O soltei, deixando alguns fios ainda arrebitados como resultado. Assim, voltei a comer meus salgadinhos em formato de pequenos anéis.

“Agora, você quer ser um Simba, ou um Pumba?”

“Os dois são legais!”

“Sim mas pega o simbolismo filho, o que o Simba é?”

“Um...leão?”

“Tá, e o Pumba?”

“Ele é um...Ele é um porco!” Goon exclamou, como se uma lâmpada se acendesse por cima de sua cabeça.

Tiffany riu mais uma vez, sendo a clássica expectadora quando eu e ele costumávamos ter um momento daquele jeito.

“Certo, pra você ele é um porco. Então o que você prefere, ser um leão rei da selva ou ser apenas um porco?”

“Não pode ser os dois?”

“Não, não pode!” Franzi o cenho, por me frustrar em querer uma resposta exata dele.

“Bem então eu escolho ser o...” Goon olhou para os lados, parecendo ponderar bastante à julgar por seus olhos semi-cerrados. “Escolho ser o Timão!”

“Hey, ele não estava nas opções!” Meus olhos pareciam julgadores, como se eu também tivesse apenas 6 anos de idade assim como ele.

“Tava sim!”

“Não tava!”

“Mas eu quero ser ele!”

Aos poucos, algumas gargalhadas começaram a soar entre nós, fazendo-me então voltar ao meu estado normal (e não fanático por Disney) para olhar para minha esposa à rir de nós dois.

“Meu Deus.”

“O que foi?” Goon e eu parecíamos pensar juntos, já que perguntamos na mesma hora, nossa atenção totalmente nela, algo que fez até mesmo eu parar de comer.

“As vezes acho que sua mãe ainda tem 10 anos de idade.”

Goon e eu começamos a rir pela situação, só então voltando à nos encarar quase que aliviados por não termos ouvido algo como uma bronca repentina ou algo assim. Tiffany depois de grávida, se tornou mais imprevisível ainda.

“Hm~” Dei ombros, voltando ao raciocínio anterior.” De qualquer maneira, entre sua mommy e eu, eu sou o Simba! Entende ? O alfa, o Rei!”

“Há, até parece. Em tempos atuais, o assunto é girl power, babe.” Tiffany passou os dedos embaixo do meu queixo, fazendo-o de um jeito para me irritar.

Fiz apenas uma feição de desprezo, mesmo concordando plenamente com ela.

“Tanto faz. Agora, Goonie, eu vou te ensinar a ser um Rei. A começar com isso!” Tirei um anel de salgadinho do saco de forma dramática, como se fosse algo super valioso.

“Com um salgadinho?” Goon perguntou, fazendo-me receber atenção de uma Tiffany com as sobrancelhas arqueadas.

“Isso mesmo. Um bom caçador vulgo rei nesse mundo selvagem precisa ter um instinto bom. Vamos começar com o treinamento, soldado!”

“Yesh!” Goon se levantou de uma vez para poder sentar em seus joelhos (algo que ele sempre costumava fazer), tendo agora grandes olhos expectantes para o que tinha por vir.

“A cada anel perdido, vai receber um peteleco, vale?”

Assim que perguntei, recebi uma confirmação animada, sua cabeça subindo e descendo rapidamente sem nem pensar no que eu havia dito. Tiffany logo interviu, com uma feição “séria”.

“Claro que não vai fazer isso, né?”

“Não. Agora vai. Um, dois, três e... Valendo.”

Com minhas palavras, comecei a tacar os salgadinhos, todos de forma suave para que ele pudesse pegar com a boca sem que se esticasse demais. Nessa brincadeira, Ginger e Prince também foram vencedores, porém Goon me impressionou mais do que eu esperava.

No fim, com a pança cheia de salgadinhos e mais bolinhos, junto com refrigerante, logo o peguei no colo para abraça-lo carinhosamente.

“Muito bem, logo você será um mestre Yoda como eu!”

Tiffany se mantinha a menear negativamente, tentando esconder o quanto ela amava aquele tipo de comportamento meu com o nosso filho.

“Mas não era o Simba, mamãe?”

“Os dois. Agora vai brincar filho, eu e sua mãe vamos aproveitar a vista um pouquinho.”

Goon apenas riu, levantando-se para derrubar todo o farelo possível em sua roupa. Assim que o fez, depositou beijos molhados e sutis em minha bochecha, e na de Tiffany, só assim então seguindo para brincar com outras crianças à poucos metros de distância, em uma casa da árvore que haviam construído por ali.

Assim, cheguei ao lado de Tiffany para poder ter um pouco de seu amor, também. Logo que deitei em seu colo, comecei a receber carícias em meu cabelo, fazendo-me relaxar mais ainda. Não demorou até cairmos em um silêncio confortável que só foi quebrado minutos depois.

“Você é uma bobalhona, sabia?”

Com sua pergunta, abri apenas um olho para verificar a expressão com o que ela o dizia. É claro, não poderia ser diferente da de uma boba apaixonada por uma dork.

“Sabia. Tenho até certificado, sabe como é.” Dei um sorriso torto, recebendo apenas mais um eye-smile encantador de sua parte.

“Eu sempre imaginei que você seria o fusível para as artes de nossos filhos. Acho que não errei.” Ela olhou para baixo, aquele olhar terno fazendo-me sorrir mais largo.

“Certo você não errou mas também não acertou completamente.”

“Como?

“Eu posso ser um dos fusíveis para as artes, mas os fusíveis precisam de energia também. Você é a minha, nisso tudo.” Tiffany teve seu sorriso aumentado, passando a me olhar de um jeito que sempre soube que era capaz de derreter qualquer coisa de ruim em meu coração. “Mais do que isso, também, você é o nosso juízo, nosso controle, nosso pilar. Imagina o que seria de nós dois sem você? Caos seguido de caos! Tudo precisa de equilíbrio e você é o nosso, Fany-ah.”

Tiffany sorriu tanto que elevou uma de suas mãos para tampar seu rosto, até como se tivesse corado por minhas palavras.

“Argh...”

“O que foi?” Ri, pensando tê-la a também reclamar do tamanho do meu romanticismo que nunca morreria.

“Você ainda tem esse poder de me deixar sem graça.”

Subi minha mão para tirar a sua de seu rosto, para voltar à olhá-la.

“É uma de minhas especialida-“ Assim que consegui, notei como além de corada, seus olhos se encontravam brilhosos demais. “Ei, está chorando?”

“Silêncio! Sãos os hormônios, só isso!”

“Messssmo?” Comecei a rir mais, sabendo que a deixaria sem graça.

“Eu te odeio.”

“Eu te amo.”

“Argh~” A reclamação dela foi maior ainda com a minha resposta, suas mãos teimando em subir mais ainda.

Meu sorriso se tornou de orelha à orelha.

“Quando você faz isso, eu passo a amar é te odiar!” Ela limpou seus olhos marejados, enfim olhando para baixo de maneira majestosa.

“Não tenho o menor problema com isso.”

“Tá, tá. Agora levanta!” Senti suas mãos começaram a – brutamente, para ser específica – tentarem tirar minha cabeça de seu colo.

“Ei, ei, calma! Por que tamanha força?”

“Vamos dar uma volta, antes que eu vire manteiga derretida. Além do mais, esse lugar não é mais um para deitarmos e esperarmos a boa vontade de nosso sujinho voltar.

“Hm, tem razão.” Mesmo com a insistência de suas mãos, levantei por mim mesma, sendo a primeira para então levantá-la com minha ajuda.

Ginger e Prince se encontravam agora, dormindo, com suas coleiras retráteis bem postas em um suporte ao nosso lado. Depois do passeio enorme que Goon fez com eles antes de ter seus brownies devorados, eu sabia que suas energias deviam estar bem gastas.

Assim, Tiffany e eu começamos uma caminhada naquele local um tanto montanhoso, de localização alta. Era o mesmo lugar em que eu e ela fizemos nosso primeiro piquenique, sendo aquele um encontro que eu para sempre guardei em minha memória e em meu coração. A medida que eu e ela caminhamos, para chegar ao local mais alto na onde tínhamos nossas melhores memórias, o silêncio, as nossas mãos dadas, tudo parecia ser algo de outra dimensão, quando eu pensava nisso.

“Sabe, eu me lembro desse dia como “O dia em que eu realmente pensei que você usava drogas”.” Relembrei tal momento assim que de longe, avistei o lugar mais alto daquele local, pouco mudado pelo tempo. Ainda continuava de um verde vivo, bonito e bem tratado aquele gramado.

Aquele lugar em geral pouco mudou. O mesmo local que antes vendia coisas para piquenique, no início da subida, se tornou maior, servindo de locação para outras coisas também. As pessoas de poder daquela cidade sabiam como investir em pontos turísticos, porém, mais do que isso, sabiam que preservar a natureza era um ganho e tanto. A rainha certamente deveria amar todo aquele verde em sua cidade.

Tiffany fez uma expressão de confusão, por alguns instantes parecendo não se lembrar motivos para eu o ter pensado.

“Por que?”

“Você estava super animada naquele dia. Não que isso seja ruim é claro-“ Neguei rapidamente com a cabeça, colocando minha mão em meus bolsos para começar a subir até aquele local, com ela ao meu lado, enquanto nossos olhos fitavam as pessoas ao redor. “Apenas estava diferente. Eu nunca tinha te visto daquele jeito antes, então pensei que havia algo de errado.”

Tiffany riu, ainda a fitar-me em nossa caminhada.

“Eu acho que estou ficando velha. Não lembro muito desse dia, só de alguns detalhes sórdidos. ” Por seu tom de voz ao dizer as últimas palavras, voltei minha atenção à ela, então deparando-me com sobrancelhas a balançarem sugestivamente em brincadeira.

Meu sorriso cresceu, assim como meu divertimento.

“Isso não tem como esquecer. Mas olha lá-“ Apontei para o local o qual estávamos quase alcançando. “Aquilo ali você reconhece? ”

“Eu estava brincando, Taeyeon-ah. É claro que eu me lembro desse dia...Foi um dos mais especiais para mim.”

“Para mim também...Primeira vez que agi feito casal com alguém, mesmo com nós duas não passando de ficantes naquela época.”

Nossos passos leves e curtos duraram apenas até chegarmos ao local que eu antes almejava. O ar rapidamente deu uma mudada, uma brisa fria a passar por nossos rostos, não muito violenta. Tanto eu quanto ela nos encontrávamos despreocupadas daquela maneira pois ali era bem povoado, com guardas pelos cantos, aproveitando também um dos poucos dias de verão com uma temperatura daquela.

“Imagina-“ Tiffany parou seus passos e começou a olhar ao redor, assim podendo ter uma vista ainda melhor de toda a cidade. Haviam poucas pessoas ali naquele topo, já que era um local mais usado apenas para fotos e afins, então logo nos sentimos à vontade para conversar e afins sem ter ninguém a bisbilhotar em nossas palavras. “Se eu já estava daquele jeito só por estar em uma fase alta da minha bipolaridade, pensa o quanto você só acrescentou naquele meu bom humor?”

Ela não se virou para mim, ficou apenas a olhar o mesmo local pelos próximos instantes. Seu sorriso parecia ser algo nostálgico, como se ela estivesse relembrando todo o momento que vivemos naquele dia, naquele lugar exato.

Meu sorriso diminuiu um pouco, por lembrar logo o que se seguiu dias depois daquele ocorrido, porém não me deixei abater. As coisas haviam evoluído tanto, que falar de sua doença já não era mais um tabu, um assunto proibido entre nós duas. Era algo normal, assim como deveria ser tratado. Aquilo mostrava o crescimento de nós duas, o amadurecimento. Só de poder imaginar, pensar coisas sobre seus pais sem ouvir sequer um respingo de rancor nas palavras de Tiffany, eu já podia ter uma ideia da longa estrada que nós já havíamos percorrido.

“Tem razão de ter pensado que eu usava drogas ou algo do tipo.” Suas palavras foram as que cortaram meus pensamentos, seguido de pequenas risadas sobre esse meu pensamento prévio.

Andei até ficar ao seu lado, passando a olhar cada coisinha ali também, reparando até nos meros detalhes que compunham aquela reserva natural.

“Eu já cheguei a te contar quando foi que eu notei que estava me apaixonando por você?” Ela me olhou de escanteio, por fim fazendo-me ter contato visual com ela.

“Acho que não? Quando foi?”

“No momento em que eu te contei tudo sobre mim, lá na ponte de Westminster.” Seu sorriso se tornou de canto, parecia um pouco tristonho, mas eu sabia que era apenas pelas lembranças que isso a trouxe, daquela memorável noite.

Eu nunca soube realmente deste pequeno detalhe.

“Eu estava gostando tanto de você antes disso...Para mim isso já era motivo de me assustar e fugir para as montanhas.”

Ouvi uma pequena risada ser abafada por ela, fazendo-me então me aproximar ainda mais para poder acariciar suas costas, estando de ouvidos abertos à ela.

“Não sei se lembra, mas a gente havia brigado e você quis se encontrar comigo, acho que para despedir, não sei.”

“Nah, quis me encontrar com você por que já não aguentava mais guardar tudo só para mim.”

“Tudo o que?” Ela virou seu rosto, com uma sobrancelha arqueada.

“Foi ali que aconteceu o que eu te falei, Key e eu. Chorei feito um bebê em seu colo, confessando para ele os meus sentimentos por você e o quanto eles me assustavam.”

“Oh.” A vi lentamente acenar com a cabeça, parecendo lembrar-se de quando eu contei isso à ela, juntando os pedaços então. “De qualquer jeito, eu tinha colocado na minha cabeça que você ir embora seria para o melhor, porque você longe não poderia me fazer gostar mais, assim como não me faria ter vontade de te contar todos os meus segredos.”

“Imagina se eu tivesse mesmo ido embora?” Parei para pensar, por poucos instantes, como as coisas poderiam ter corrido.

Seria completamente diferente. Eu sequer conseguia imaginar direito.

“Aí ficaria nas mãos do destino mais uma vez. Se fosse para ser, eu te encontraria ainda em um certo momento, em bons termos, ou não. Se não, sabe-se lá como eu estaria hoje em dia.”

“Nunca agradeci tanto ter cancelado uma carona, sabia?” O leve sorriso no canto de meus lábios voltou a aparecer assim que a vi fazer o mesmo em minha direção.

“Eu também. Mas então, foi ali que vi que eu estava mesmo caindo nessa sua teia. Fiz de tudo ainda para te fazer ir embora, mas você rebateu e rebateu, me deixou sem argumentos e no fim me deu o beijo mais doce da minha vida...Um que eu sempre guardei como o meu primeiro.”

“Aw...” Subi minha mão para o seu pescoço e fiz seu rosto virar para mim, assim então depositando um pequeno beijo em seus lábios. “Nosso primeiro beijo sóbrio. Que memória!”

Tiffany riu com minhas palavras, passando a dar alguns passos para frente para então poder ver mais de perto aquela vista. Isso me lembrou de imediato, outra coisa que por mais que parecesse loucura ou coisa à toa que foi dita, eu sempre guardei em minha mente. Após alguns minutos em silêncio relembrando isso, decidi por fim dizer tudo o que sempre pensei quanto ao fato ocorrido, algo que sempre associei à toda a sua situação.

“Fany...”

“Huhm?”

Ao aproximar-me, notei como seus olhos estavam fechados, seus cabelos se movendo de leve assim como o vento. Era angelical.

“Se lembra quando aqui, você disse que queria voar?”

Tiffany começou a rir, deixando sua pose etereal de lado.

“Oh Deus, não me lembre disso, Taeyeon-ah.”

“Ei, é sério, não tem por que rir...”

Me aproximei para ficar mais colada em suas costas, assim então vendo-a olhar-me por cima do ombro.

“Como não, mais louca impossível!”

“Não, não é Fany-ah...Eu sempre pensei no que você disse naquele dia, sabia?” Encostei meu rosto em seu ombro, assim forçando-a a olhar para frente, enquanto eu conseguia sentir seu cheiro suave.

“O que exatamente você pensou então?”

Passei meus braços ao redor de sua cintura, minhas mãos assim conseguindo repousar sobre sua barriga, sobre a nossa filha. Aos poucos, meus dedos começaram a acariciar aquela região.

“Se lembra que você me perguntou se eu voaria com você?” Minha boca gentilmente se encostou em seu pescoço, enquanto mexia bem meus lábios para dizer todas aquelas palavras de um modo que desse para entender, apesar da preguiçosa fricção destes contra sua pele.

Tiffany fechou os olhos novamente, parecendo relaxar com esses meus gestos.

“Uhum, eu lembro.”

“Então deve se lembrar que nunca te respondi.” Meus braços logo deslizaram por onde estavam para minhas mãos poderem alcançar as suas, repousando-as sobre elas ao entrelaçar nossos dedos de forma cuidadosa, como se eu quisesse ter o “encaixe” perfeito.

Ela se deixava levar, mostrando a maior segurança em meu toque possível.

“Pode parecer estranho mas nesses anos todos, em pelo menos um momento eu parei para pensar sobre isso que você disse. Se eu voaria com você...” Retirei minha boca da antiga posição para assim poder encostar meu queixo naquela sua curva, agora podendo voltar a olhar a paisagem à nossa frente. “Quer saber a minha resposta?

Eu sabia que Tiffany se encontrava curiosa quanto ao motivo de eu fazer isso, porém eu levei meu tempo para poder prosseguir com minhas palavras. Seu rosto se virou para me olhar confirmando, mas assim que o fez, fechei os meus olhos, para poder relembrar esses exatos momentos.

Ali, diante de seu olhar, deixei escapar umas das mais sinceras palavras de minha vida.

“Sim, eu voaria contigo. Voaríamos de norte a sul, leste a oeste, percorrendo tudo o que viesse em sua mente.”Peguei seus braços e os levantei, como se fosse fazer menção de que estes fossem asas, nossas mãos ainda estando a se encostar. “Eu voaria com você até para o lugar mais alto que você quisesse alcançar, sem medo algum...Mesmo quando o cansaço batesse, quando suas asas começassem a ficar fracas, você querendo cair para o lugar mais profundo de tudo, eu-“ Sorri, ainda conseguindo sentir seu olhar em cima de mim. “Eu ainda estaria ao seu lado, te carregando ali, nas costas se fosse preciso.”

Essa era uma simples alusão. Eu sem querer, passei a associar tal simples pergunta, à sua bipolaridade. Assim como eu estaria ao seu lado nos momentos de excitação, hiperatividade e felicidade, eu também estaria nos momentos mais difíceis, ali, acompanhando-a, apoiando-a em tudo que precisasse, pacientemente.

Quanto mais o tempo passava, mais simbólicas as pequenas coisas se tornavam para mim.

Pelo silêncio seguinte, abri meus olhos apenas para encontrar seu olhar terno a me fitar, um brilho neste que significava muitas coisas para mim. Era aquele seu clássico, encantador, que dizia que ela era sim aquela mesma Tiffany, que mesmo com tudo mudando, nunca deixava de analisar meus traços como se fosse a primeira vez, como se estivesse se apaixonando por mim tudo de novo. Isso me fazia feliz de uma forma única, algo que me fazia acreditar que só eu tinha, só acontecia comigo e com ninguém mais.

Acho que é isso que o amor deve fazer, aliás. Te fazer único no mundo, te fazer especial, para alguém e para você mesmo. Nesse jogo, eu já tinha certeza que eu havia ganhado. E assim, eu só tinha de agradecer.

Trocamos olhares, sorrisos bobos, conversas silenciosas. Tiffany sorria de uma maneira que deixava claro sua surpresa por minhas palavras, e eu sorria de forma simples, genuína, grata por finalmente poder entender aquilo tudo.

No fim, ainda seria eu e ela, em qualquer situação.

Ficamos caladas pelos próximos minutos, eu a abraçando por trás daquela maneira, à sentir aquele final de tarde divino. Nosso filho poderia chegar a qualquer momento com o caos que ele trazia consigo, então era sempre bom ter um momento de calmaria para nós duas, mesmo que adorássemos toda aquela bagunça que vinha junto com ele. Pelos próximos 5 minutos assim permanecemos.

“TaeTae...” Depois de momentos de silêncio significantes, a voz de Tiffany saiu mansa, alegrando meus sentidos ao meus olhos se encontrarem fechados.

“Hm~?”

“Eu também tenho algo que eu nunca deixo de esquecer...”Seus dedos começaram a acariciar minha mão. “Se lembra quando nos conhecemos, quando eu perguntei se você era o Jack Dawson do Titanic?”

 “Do “Se você pular eu pulo?”” Ri pela respiração, lembrando-me exatamente da vergonha que passei com aquele meu inglês meio medíocre ao reabrir meus olhos para fitar seu perfil.” Como esquecer?”

Tiffany riu, esperando mais alguns instantes para voltar a falar.

“Pois é...Assim como Jack Dawson- “Ela levantou seu olhar para o meu, seus olhos castanhos tendo suas pupilas completamente dilatadas à me encarar. ” Assim como ele , você me salvou de todas as maneiras que alguém pode ser salvo.”

Talvez pelo simples fato de eu estar com meus hormônios a flor da pele, assim como ela, aquelas suas palavras me fizeram querer chorar. Chorar de felicidade, para ser mais exata. Era tanta gratidão que eu tinha por tudo isso ter acontecido em nossas vidas, que eu não sabia mais como me expressar. Meus olhos aos poucos começaram a ficar marejados, e como consequência – como sempre – os dela também. Enquanto eu era o “Se você pular eu pulo” ela era o “Se você chorar, eu também choro”.

Ali, no meio da tarde em um local público, talvez até com pessoas nos assistindo, conseguimos nossos certificados de mães-coruja mais manteigas derretidas.

Com algo melhor que palavras, seus lábios encontraram os meus por alguns momentos. Eu mais que agradeci. A beijei de maneira sutil, querendo ser capaz de nunca ter de perder aqueles seus lábios macios. Para a vida, e é claro, para o momento. Podia ali, sentir meu coração bater de modo absurdamente rápido, como se nunca tivéssemos feito aquilo antes. Nos beijamos e no momento seguinte, ela se virou para me dar um abraço, um cheiro. Meus olhos nem se preocuparam em abrir. Em seus braços, eu para sempre me sentiria segura, assim como eu sabia que era recíproco. Aqueles instantes pareciam durar, assim como minha vontade de beijá-la mais, no entanto, algo um tanto familiar decidiu nos interromper, ou melhor, nos avisar do que estava por vir, instantes depois.

“Ah~~ Socorro, eles estão me atacando mommy! Mamãe, olha aqui olha aqui!”

Assim que nos afastamos, pudemos enfim ver a figura de Goon correndo dos dois cachorrinhos, um sorriso enorme em sua boca por mais que sua voz apresentasse uma espécie de desespero por aquela corrida.

“Goonie cuidado você  pode cai-“

Antes que Tiffany pudesse completar, saindo de meu aperto, o que ela havia previsto aconteceu. Por Ginger ter passado entre as pernas dele com a guia da coleira a enroscar por ali, Goon caiu com tudo no chão.

Ela se apressou para ir até ele, mas eu, conhecendo bem o filho que tínhamos, fiquei a apenas observar algo que até então eu não havia notado.

“O que eu disse? Não sai correndo assim menino! Olha aí, com o risco de se machucar!” Tiffany dizia em uma voz um tanto séria, querendo dar-lhe uma bronca.

Ginger e Prince pararam seus caminhos, porém, Goon sequer se importou com a queda. Seu sorriso permanecia o mesmo, assim como suas gargalhadas. Ele sempre fora assim, depois de cada queda, seu largos sorriso e sua doce risada se mostravam presentes.

Olhando a cena, meneei a cabeça pela coincidência. O pôr do sol – que logo se mostrou propício a nos dar um tom alaranjado por ali – tocou nos dois à minha frente. Outras pessoas começaram a se aproximar para ver aquilo, porém eu mal liguei. Como se tudo passasse em câmera lenta, as lágrimas que antes marejavam meus olhos escorreram sem a minha consciência.

Aquilo não era mais um sinônimo de felicidade. Nosso filho, sorrindo para mim enquanto ele escutava bronca e era cuidado por sua mãe, esta que era a melhor parte de mim, se tornou a definição de felicidade para mim.

Se eu morresse naquele instante, eu iria embora completamente realizada. Diante daquela beleza sublime que era a minha família, eu já acreditava estar vivendo em um paraíso, afinal.

Valeu a pena.

Tudo o que fiz e passei...

Por eles, tudo sempre valeria a pena.

 

 

THE END... ?

 

 

“Meu Deus! Taey...Taeyeon-ah!” O grito alto de Tiffany me fez sair daquele transe, o pôr do sol ainda reluzindo em sua expressão.

Ainda lentamente, me aproximei dos dois, como se estivesse vivendo um final de um filme, livro ou algo do tipo. Parecia que estava flutuando, de tanta leveza com que meus pés me levaram até eles. Goon falou algo, porém eu não escutei. Tudo parecia bem, até pelo menos, eu notar a expressão de Tiffany ao olhar para o seu celular.

Olhos arregalados e boca semi-aberta. Pelo grito, não deveria ser realmente algo muito feliz.

“O que foi?”

“Esquecemos de buscar Key, Sunny e Sooyoung no aeroporto!”

Meu corpo gelou, quase a mesma sensação de quando se encontra 20 chamadas perdidas de nossa mãe no celular.

“Eles vão vir? Yesh!” Goon exclamou, sendo naquele instante, o único a comemorar a notícia.

Trocando olhares preocupados, Tiffany e eu nos colocamos a agir, com ela carregando nossos dois outros filhos como se fossem objetos quaisquer.

“Meu Deus! Vamos, pega suas coisas Goonie, suas tias e seu tio vão matar a gente!

“Mas por que?” Goon se negou a andar rápido.

“Pequeno gafanhoto, você tem muito o que aprender. Agora vem-“ Me abaixei em sua frente para poder carrega-lo em minhas costas. “Se a gente demorar mais um pouco eles vão acabar é dançando em cima de nossas covas!”

Com uma gargalhada, o pequeno menino fez o que eu pedi.

Se eu realmente não morri ali, naquela felicidade extrema de apenas alguns segundos atrás, meu momento deveria estar próximo. O casal assassino, – ou devo dizer, Shikshin e Soonkyu-  junto ao impaciente Master Kim Kibum, que o diga.

Bom...se for rápido e indolor, pelo menos morreremos felizes...Não é? Não é? N...é?

Claro...

Bem provável...

Eles não seriam tão...

Droga.

Caixão, aí vamos nós.

 


 

É TETRA É TETRA! Acabou! Tardei mais não falhei huehuehe  Alguém manda um óleo de peroba para eu passar na minha cara de pau?  Demorei demais, eu sei eu sei, sem desculpas. Mas enfim, acabou essa fic tão especial que representa tanto para mim. Isso aqui é basicamente uma boa parte da minha vida de Sone e é algo que eu vou guardar para sempre nas minhas lembranças...Só pelo fato de ter passado horas pensando, imaginando cada coisinha, escrevendo e me divertindo para poder divertir vocês também, já sou grata por todo o tempo “gasto”. Eu me orgulho dessa fic e acho que agora ainda ficarei mais orgulhosa, pelo fato de ter terminado, coisa que é muito difícil de acontecer. Passei tantos momentos com vocês e mesmo no tempo de ‘hiatus’ eu sempre voltava, lia tudo o que me escreviam e prometia à mim mesma que mesmo demorando, eu iria terminar, vocês que me acompanham e gostam merecem isso. Sempre fui muito insegura com as coisas, mas esse final me agradou bastante, me deixou sorrindo aqui enquanto o escrevia. Eu só tenho a agradecer à todos, aos desde a que sempre me acompanharam desde o Nyah, aos que descobriram ontem essa história, todos! Aos leitores fiéis, aos fantasminhas, até mesmo aos que deixaram de ler mas em algum momento gastaram um tempinho para ler isso aqui, eu agradeço de coração. Aos que comentam, saibam que eu tenho o user de vocês tatuado no meu coração, de verdade! Kkkk Por último mas não menos importante, eu agradeço à minha Semi-Beta (já que ela não corrige meus erros u.u) por simplesmente ser uma amiga e tanto, que em altos e baixos me motivou a continuar essa fic, me dando ideias e lendo cada capítulo com paciência para aturar todas minhas perguntas e afins. Aos que gostam de DOOG e sempre tiveram a vontade de tacar um tijolo em mim por eu ser do jeito que sou, podem ficar despreocupados pois essa beta o faz pessoalmente kkk T-T

Enfim, nesse pequeno discurso eu deixo aqui um grande beijo pra todos vocês, aos que ainda shippam Taeny, aos que pularam do barco, aos do Taengsic (CHORA) tudo conté ship! Espero que esse final satisfaça o que vocês tinha em mente, ou pelo menos não desaponte. Fiz a fic inteira com muito carinho, então sim, significa muito para mim.

Obrigada por tudo! Ah, e quem quiser conversar comigo sobre qualquer coisa, sobre ships sapatão, (melhor coisa né) séries, jogos e afins, vocês podem me encontrar no twitter! @namtaestal Só me dar um oizinho que sigo vocês de volta com mt amor <3

Xoxo, até mais!

UPDATE: GENTE DO CÉU! Falei falei falei, e esqueci do que eu fiz proces ! Preparei uma playlist com algumas das musicas que mais me inspiraram a escrever mas esqueci de compartilhar hauhaua 

Para quem quiser dar uma escutada, segue link : https://play.spotify.com/user/12160275790/playlist/6Q8mGtnuCY1BiORKEt63pJ

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Comments

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AliceK
#1
Chapter 27: Olá... Estou relendo a história por que gostei tanto e fiquei triste quando terminou.
Bipolaridade é uma doença realmente seria e você retrata bem isso da Tiffany ficar triste e de repente sumir, muitas pessoas acham que é bobagem de quem não tem o que fazer e ficam culpando a pessoa. Ainda bem que a Taeyeon não se afastou da Tiffany e depois que soube começou a prestar ainda mais atenção nela.
Eu gosto dessa história
Chu ~
momoringgu
#2
Chapter 48: Continuando pois o asian é sensível a textão....

E finalmente temos uma reconciliação! Acho que por mais que a mãe dela tivesse seus “valores” e tal, de maneira alguma a taetae deveria passar por isso, né? Mas como diz aquele ditado, vamo fazer o que né? Auhauha O importante é o que importa no final das contas e essas duas puderam retirar uma carga emocional enorme das costas. E nooooooossa que linda essa descrição do amor delas <3 Eu confesso que eu fui ali pegar meus lenços e voltei pra continuar a ler, é muita emoção, meu deus do céu ;-;

GENTE QUE FOFO ESSE GOON, já amo horrores também. E essa vidinha de casada delas, que maravilha hein hehe Pelo menos, depois de tanta coisa, tem que se ter uma recompensa u.u E tudo terminou onde começou, preciso de mais lenços pra minhas lágrimas.

EU QUERO SEASON 3 SIMMMMM mentira, eu não te obrigaria a isso. Ou sim. Risos.

Então né, eu não peguei essa fic desde o começo, comeeeeeço, mas to aqui a um tempão e essa fic mesmo você demorando /puxão de orelha/ eu nunca conseguiria abandonar, não dá. Me prendeu aqui, sem mais. Eu vi essa fanfic crescer, eu vi ela migrar. Eu praticamente peguei ela no colo!! Acho que essa parte é um exagero. Ou não. Você até me fez ter raiva da Tiffany em certos momentos e ME FEZ shippar taengsic, você merece um troféu só por isso. u.u E. não sei mais o que dizer, eu só agradeço do fundo do meu coração por você ter escrito e não ter desistido dela, apesar de “tretas”. Sério, obrigada. Espero que um dia você volte, nem que seja com uma OS, eu leria com todo o prazer. ^^

XOXO
momoringgu
#3
Chapter 48: OKKKK EU ESTOU BACK, não sei se vai ser grande, qualquer coisa, reserva a pipoca e o lanche pro textão que o negócio tá igual a seus capítulos, duas partes q

Vou sair falando de cada ponto dos capítulos, ok? Ok.
Essa interação entre os irmãos do começo <3 Era tudo o que a taetae precisava no momento, e foi tãããããão lindo.

E essas duas morando juntas <3 <3 <3 isso é demais pra mim, ok? ok então. não vou dizer que eu dei uns gritinhos com isso também, viria ao caso? hmm. Mas eu não vou mentir que eu AMO esses moments delas. E eu amo essa amizade sootae também, é sério. É maravilhosa demais. Aliás, todas elas são.

Ahhh, Michelle tomou jeito. Gosto assim qq Querendo fazer a irmã casar, convivendo numa boa com elas, foi fofa essa cena. Daquelas que arrancam um sorriso da gente quando a gente lê ^^ Outra coisa que eu gostei bastante foi a forma que você descreveu o dia a dia delas. Tão leve e natural que parece que a gente consegue ver, acho até que já comentei isso kk se não comentei, to comentando ‘-‘
Fany-ah lendo 50 tons de cinza ( ͡° ͜ʖ ͡°) parêntese aqui pra uma coisa que eu sempre achei estranho nela realmente, como ela consegue gostar??????????
Enfim, adoro a saliência dessas duas, adoro adoro. Principalmente quando elas são pegas e a situação fica super constrangedora. É maravilhoso haha.

Você tocou também num ponto que é engraçado, mas que acontece bastante. De acontecer alguma coisa pra alguém dá o devido valor a outra pessoa, é incrível. Não só nesse caso, abordado aqui na fic, mas são tantos. As pessoas preferem colocar o capricho delas em primeiro lugar e não se importar em saber lidar com as situações. Só que pelo menos as coisas começam a se acertar, não é? Mesmo que seja na dor pra muita gente, enfim, estou filosofando demais já auhauhauh E foi bom ver também o quanto a relação delas se aprofundou com o tempo e você soube fazer isso muito bem, de verdade. ^^
momoringgu
#4
Chapter 44: OIEEEE, você foi maravilhosa em ter colocado tudo de uma vez pra eu ler AUHAUHAUHUHA eu to atrasada, me perdoa. EU VOU LER TUDO E VENHO COMENTARRRR, me espere. u.u q
Juhcty #5
Chapter 48: Comentando hoje porque só agora vi que tinha atualização... #sofre
Vou confessar: pelo nome da fic, eu vivia com medo de ter um final trágico. Só não surtava por isso porque eu gosto dessas coisas -q mas gosto de finais felizes também e esse foi tão perfeito!! Estou chorosa aqui! Foram o que? 4 anos escrevendo essa história? Eu leio ela há uns 3... É um bom tempo de convivência com algo. Essa fanfic marcou minha vida, isso não é brincadeira. Eu saía pulando pela casa quando aparecia notificação (momento vergonha).

A primeira vez que resolvi reler a história foi em um dos seus primeiros grande hiatus, e eu tive um choque muito grande! Vou explicar: lendo a fic pela primeira vez, para mim, a história e os personagens seguiam um ritmo normal. Mas ao reler, achei gritante a forma como a Taeyeon "amadureceu" e de certa forma, acabamos nos envolvendo tanto, que amadurecemos junto com ela. (Passei por isso uma boa quantidade de vezes, pois reli uma boa quantidade de vezes... Acho até que já tô indo fazer isso de novo.)

Outra coisa que sempre acontece: chorar quando termina TaengSic. Aquele capítulo SEMPRE acaba comigo. Mesmo querendo TaeNy, eu sou apaixonada com o TaengSic dessa fic. Pois é, aquele capítulo dói. Muito.
Assim entra a parte em que: essa fanfic me faz sentir muita coisa! Entro tanto na história que é lindo sentir aquele calorzinho no peito quando as coisas começam a se resolver pra TaeNy, de repente se pegar suspirando com alguma cena boba delas juntas e de repente se sentir uma otária por estar fazendo essas coisas, e ao mesmo tempo não estar ligando por isso.

Obrigada por proporcionar essas coisas com essa história. E agradeço mais ainda por terminá-la. Eu tava quase conformada de que não teria um final.
Final mais lindo, nostálgico e emocionante! Sério, eu amo muito essa fanfic.
Parabéns por ter conseguido terminar kkkkkk só não vou te seguir no Twitter porque eu não gosto muito então nunca entro no meu -q
Bye :3
_Yui-Chan
#6
Chapter 48: Que final lindo!!!
Acabou... quase 4 anos T_T
Mesmo você demorando pra atualizar sentirei saudades dessa fic, obrigado por não desistir!

Vou te seguir lá no twitter, o meu é yuu_luana


cap 42 Outlaws Of Love
"Aish, eu sou cardíaca Fany, última vez que você me falou para fechar os olhos você me apareceu vestida de princesa só para maiores e olha, que dia para se estar viva!” "
Moça faz um capitulo bônus de seqsu kkkk adoro seus oranges XD
quero muito ler isso,Tiffany de princesa +18 , nunca te pedi nada kkkk

bye 0/
SouUmMushroom
#7
Chapter 48: confesso que já tava quase pra vim atrás de ti de novo porque você falou que não ia demorar, mas gritei com a atualizão kshsjsksk
moça, eu simplesmente amei esse final, ficou fofo, lindo e maravilhosa!!!
to triste porque terminou, mas feliz porque você terminou kkk não abandonou a gente e obrigada por não ter abandonado esse povo sofredor que vira e mexe tava aqui enchendo teu saco (eu) kk pensando aqui em reler tudinho só pra não ficar logo com saudades... acho que é isso?! e mais uma vez obrigada por não abandonar a fic <3
até a próxima, moça ^^

~vou te perseguir você no twitter ~
Yuunosuke93 #8
Chapter 48: Moça, já pode fazer minha cova também. Morri com esse final lindju e maravilhoso <3 demorou sim u.u mas saiba que mesmo assim, tinhamu autora (apesar de querer de matar às vezes), essa fic vai ficar pra sempre no meu heart também :') até chorei porque acabou. Tô pensando seriamente em reler tudo de novo, só pra sentir aqueles feels supimps tudo de novo. Enfim, é isso. Não tenho muito o que falar, já que é o final. Só obrigado mesmo por terminar e me fazer feliz. Já posso morrer.
momoringgu
#9
Chapter 43: OKAY VOLTEI PARA COMENTAR DECENTEMENTE E MEU DEUS QUE CAPÍTULO FOI ESSE

Deixa eu respirar, foram muitas emoções aqui.

Certo, foi uma coisa fofa, surpresa, fofa de novo, drama e por fim mais fofura. Eu diria sim que foi um capítulo fofo ^^ Adorei a menina Jessica ter retornado a fic e com um Yulsic maroto, amo. Amei a cena do começo e concordo com a Tae, ficar nessa de ir de loja em loja é chato sim! u.u Tudo bem que sorvete compensa, massss.. eheh
A parte do presente e da Disney é uma coisa tãããããão Taeny, que subiram formigas no meu monitor por causa do açúcar, aiai (E tadinha da
Tae, quase morre de infarto, de felicidade, claro kk)
Por mais que o final do capítulo tenha sido bem feliz, o ponto forte dele foi a conversa da Tae com a família. É até clichê, mas infelizmente é uma coisa tão comum :/ Posso dizer que essa cena me tocou, até porque eu já ouvi coisas parecidas de mamãe, mas também por toda a carga emocional que você conseguiu passar. Parecia que eu estava na pele da Tae (não por nada pessoal, mas pelo jeito que você descreveu), deu pra sentir tudo, exatamente. Agora é esperar e ver se o tempo vai ser favorável, porque infelizmente as vezes nem o tempo amenizam as coisas, mas fighting ^^
E esse finalzinho, aaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh, quero morder as duas. Vão se casar praticamente, vou chorar de emoção T.T
Só queria dizer que agradeço por você não ter desistido da fic, eu adoro, acho que você sabe hehe. E também pelo tempo, não que eu esteja dizendo que seja ruim, mas é que me sinto uma senior lendo hahahahahahha
Sério, obrigada por mais um capítulo. Tome seu tempo pra postar até o final, mas não demora muito senão vou morrê >.<
xoxo
momoringgu
#10
MEU DEUS UMA ATUALIZAÇÃO ok, eu to atrasada, mas ainda vou leeeeer. (vi agora por acaso, mas to mortinha aqui, depois comento decentemente, é a emoção do momento)