Confusing Happiness - Parte II

Dance On Our Graves - PT

Nos dias mais próximos ao fim da semana, onde eu procurava adiantar as coisas à ficar algumas horas extras no escritório, a vontade e a excitação de chegar em casa atingia o seu ápice. Apenas o pensamento de poder chegar e me jogar feito morta no sofá apenas para ter um carinho, uns beijos, umas massagens feitas por uma Tiffany que cheirava como o paraíso, me fazia ter ainda ansiedade. Assim, ao olhar para o meu lado e notar que já estava na hora de voltar para casa, completamente satisfeita por ter terminado o que deveria fazer de acordo com meu planejamento, levantei-me de minha mesa com um sorriso pequeno no rosto.

A noite lá fora se encontrava agradável, um clima ameno e uma brisa calma, algo perfeito para talvez jantarmos fora e darmos uma caminhada com os nossos “filhos”. Era até estranho eu ter essa disposição depois de um dia de trabalho, mas considerei isso mais um ponto a se adicionar aos “prós” de começar a morar com a pessoa que amava. Logo, ajeitei todas as minhas coisas e fechei o escritório, começando a pensar em alguns lugares para podermos comer assim que me coloquei à caminho do estacionamento.

Ao sair do elevador, estando há poucos passos do meu carro, meu celular tocou. Como se em um choque de pensamentos, vi a linda mulher sorrindo de olhos fechados aparecer na tela. Tiffany.

“Hey babe, já estou indo para casa.” Coloquei o celular prensado entre meu rosto e meu ombro direito para poder ajeitar minhas coisas e abrir a porta do carro.

“Taeyeon-ah, vamos ter uma visita para o jantar hoje...”

O modo não usual como Tiffany me cumprimentou já se mostrou ser algo a se estranhar mas como se não bastasse, sua voz um tanto receosa se juntou para se ter a confirmação.

“E por que a voz de preocupação? ” Arqueei uma sobrancelha, sentando-me no banco de motorista apenas para ficar olhando uma linha ao horizonte sem dar partida no carro.

“É a minha irmã...”

“Oh.”

“...”

O silêncio do outro lado da linha se estabeleceu por alguns instantes. Alguns pensamentos percorreram minha mente, sendo estes mais específicos ao ter a memória do nosso primeiro e último encontro. Se tornou então totalmente entendido o tom receoso que se propagou pela voz de Tiffany naquelas poucas palavras ditas.

“Ela já está aí?”

“Sim. Ela veio me visitar pois queria conversar então não pude evitar em convidá-la para ficar mais um pouco...”

Tiffany parecia ser uma criança à contar o que havia feito de errado para sua mãe estressada. Tal pensamento me fez sorrir um pouco, já que não havia nada de ruim no que ela havia feito. Sim, Michelle e eu acabamos discutindo e por todo esse tempo nunca houve outras palavras de trégua ou qualquer outra coisa mas ainda sim, tal evento não significava que eu a odiasse ou a repudiasse à ponto de odiar a ideia de comer junto à ela.

Talvez sim, eu tenha tido uma má impressão por suas palavras brutas, estúpidas e extremamente ignorantes quanto se tratando de Tiffany, mas isso meio que se encontrava no passado. Com o que ocorreu na minha família, com meus pais, eu tive um aprendizado inesperado: o entendimento. Assim como meu irmão havia me pedido no dia seguinte em que nos falamos, eu deveria procurar entende-los após um tempo, mesmo que não concordasse com eles de maneira alguma. Seria algo para manter meu espírito e meu coração livre, independente se eles também fariam o mesmo.

Pelo menos a minha consciência, estaria limpa.

“Não tem problema Tipani.” Deixei uma risada fraca escapar. “Desde que ela não te faça mal, não tem problema algum.”

Ainda com minhas palavras, pude sentir a hesitação pela falta de resposta dela.

“Não precisa ficar aí agindo como se eu fosse brigar com você.” Ri novamente. “Já estou indo ok? Vou procurar levar um vinho para nós.”

“Ok.” Tiffany suspirou, talvez um pouco mais leve. “Vou te esperar.”

 

XxX

Como pensei, eu havia adquirido o dom do entendimento. Porém, era certo de que se Michelle chegasse a dizer asneiras, à tentar ofender Tiffany debaixo de nosso teto, as coisas iriam pelo ralo abaixo. Eu não chegaria a me importar se desde aquele dia ela acabasse não gostando muito de mim, poderia conviver bem com isso, porém era certo de que não iria suportar outras palavras daquelas, ainda mais quando se voltadas à sua própria irmã. Tolerância completamente zero.

Assim, desci do carro e tentei me manter ainda em meu espírito leve, não estando exatamente irritada por meus planos terem sido destruídos com essa visita inesperada. Daquela noite só podia ser criado dois caminhos para eu e Tiffany seguirmos: o bom ou o ruim.  O bom em que as coisas passariam a talvez entrar nos eixos, a relação estreita entre as duas e o recomeço entre Michelle e eu, ou o ‘ruim’, o simples convencimento, a aceitação de que realmente não era para acontecer uma ligação mais próxima com Michelle, pelo menos não por agora.

Como se Tiffany estivesse de ouvidos à postos para o balançar do molho de chaves na porta do nosso apartamento, fui recebida por ela assim que coloquei os pés para dentro. Nem sequer tive que chamar para ter sua atenção, já que logo seus braços se envolveram brevemente em minha nuca para me dar um beijo de boas-vindas.

“Hey.” Ela me cumprimentou, descolando nossos lábios para me olhar nos olhos.

Sorri largo e procurei deixar as coisas de trabalho que tinha em mãos no balcão ao nosso lado esquerdo.

“Hey.”

“Está tudo bem mesmo?” Ela se posicionou ao meu lado ainda com um braço ao meu redor, dizendo um pouco mais alto que um sussurro.

“Não seja boba.” Acenei mais uma vez para poder dar confiança à seus olhos expectantes. “Trouxe o seu vinho preferido.”

Assim, dei-lhe um beijo na bochecha e passei por seu corpo para poder ir de encontro à sua irmã, pronta para cumprimenta-la.

Michelle me recebeu com um sorriso nos lábios – algo que não deduzi ser mais nem menos do que simpático - e se mostrou mais como a pessoa que era antes do álcool, até onde sabia.

Agi cordialmente. Assim que me troquei para algo mais confortável, ajudei com os preparativos do jantar e enfim abri o vinho preferido de Tiffany, agora ainda mais certa de não deixar um clima tenso se instalar para não causar insegurança na morena.

De certo modo, creio que deu certo.

Durante nosso momento na mesa, tudo corria bem.

“Meu marido está trabalhando com sua empresa para alguns projetos de arquitetura com a filial daqui. Por isso estava falando a pouco tempo para a bonitinha aqui -”Michelle apontou com a cabeça para a Tiffany. “Que é possível que eu volte a morar em Seoul. Não é certo mas pode acontecer...Outro irmão para fazê-la feliz, já que é para isso que os irmãos servem. “

Seu tom de voz parecia leve e brincalhão, arrancando um sorriso tímido de Tiffany e um de canto em mim. Estava melhor do que pensava. Naqueles minutos em sua presença, estava quase certa de que entramos em um consenso silencioso de que aquela discussão com ela bêbada nunca existiu.

“Seoul mudou muito, está maior que nunca. Acho que não vai ser difícil você se adaptar por aqui de novo.” Tomei o restante do meu vinho e olhei rapidamente para Tiffany ao meu lado esquerdo, deslizando então minha mão por sua coxa por de baixo da mesa.

Assim que ela sentiu meu toque, senti de volta o calor de sua mão por cima da minha. Isso me fez voltar a olhar Michelle com um sorriso ainda mais crescente.

“É mas eu acho que vou sentir muitas saudades de Londres no primeiro ano.  Você não sentiu uma falta enorme da cidade, sis?” Michelle se dirigiu à Tiffany, que logo em seguida acenou positivamente.

“Com certeza. Mudanças são quase sempre horríveis em certas coisas, mas acho que valeu a pena.”

“Valeu a pena.” Michelle repetiu suas palavras ao trocar um breve olhar entre ela e eu. Meu sorriso se intensificou por ter notado o que ela queria dizer. “Sinceramente sis, estou feliz por vocês. A gente se bica bastante, você sabe, mas eu te amo e apesar de nossas diferenças...” A mulher suspirou, parecendo pensar no resto de suas palavras.

Notei como Tiffany parecia atenta no que ela estava falando, como se sempre quisesse ouvir aquilo, ou passar por aquele momento com sua irmã.

“Você ainda é nosso bebê.” Michelle sorriu largo.

Tiffany e eu deixamos uma risada de ar escapar.

“Aw, ainda é bebê do oppa e da unnie!” Zombei ao ‘beliscar’ com as mãos parte de sua coxa, fazendo-a rir ainda mais ao parecer segurar a vontade de me acertar com algo ou de retrucar algo baixo.

Tiffany as vezes era bem sagaz pelo próprio bem dela.

“Não sei porque está falando isso, você além de ser bebê do seu irmão, ainda é da sua irmã caçula. Não tem vergonha?”

“Yah, não sou bebê dela!”

Michelle parecia assistir-nos com atenção.

“Aham, por que então ela parece mil vezes mais crescida que você, tanto nos traços quanto no tamanho?”

Como eu disse, Tiffany tendia jogar baixo. Michelle deu uma breve gargalhada. Ri junto por notar minha própria miséria, pois era verdade.

“Isso não é argumento que se faça, tsc. Joga baixo, huh?” Devolvi um novo ‘beliscão’ em sua coxa e finalmente tirei o olhar dos olhos negros de Tiffany para voltar a atenção à sua irmã.

“Tá vendo o que estou passando? Ainda mais agora, que dia e noite estou do lado dessa aqui.”

Pelo modo despreocupado em que falei, finalmente recebi a segunda parte da reação de Tiffany, justamente sendo esta a reação física em forma de tapa na coxa.

“Vai se acostumando, as coisas pioram quando ficamos mais velhos.” Michelle deu um longo e dramático suspiro, como se fosse o seu terror por aquele momento.

Não me limitei em sorrir de orelha a orelha, levantando-me então ao ter meu prato em mãos.

“Nem quero ver. Enfim, vamos partir para a sobremesa? Temos muitas coisas gordas, capaz que se for morar aqui, Tiffany vá te visitar rolando ladeira abaixo comigo servindo de impulso.”

Michelle gargalhou mais uma vez, seguida de Tiffany. Assim, recebi seu olhar ao pegar o prato dela também, me direcionando para retirar o prato de sua irmã antes que ela pudesse me atacar de qualquer forma física.

“Há. Até parece que a única que vai ter barriga saliente será eu.”

“Já tenho barriga de pudim, disso não piora.” Retruquei mais uma vez, antes de olhar rapidamente para as duas sorrindo.

Logo, dei as costas para sair da sala de estar, direcionando-me para a cozinha. Ginger e Prince estavam no meio do caminho, ambos seguindo-me em busca de algum petisco. Os ignorei, já que já haviam comido e realmente não queria que eles fossem os primeiros rolinhos a serem formados naquela casa.

Naquela família.

Tal pensamento me fez sorrir sozinha ao preparar a sobremesa para nós três. Quem diria que algum dia o termo família não significaria mais apenas o núcleo mãe, pai e irmãos. Seria uma família pequena e minha, só minha, que dependendo do andar das coisas, poderia muito bem ser aumentada em um futuro pouco distante. Ou próximo. Não se pode prever as coisas, não é?

Era bobo pensar, era ótimo sonhar. Imaginar a nossa casa com quem sabe filhos a nos perturbar, poderia passar a ser meu sonho de consumo assim que nós nos víssemos consolidadas. Algo incrível e bom de se sonhar.

Com tais pensamentos em mente, quase como se estivessem lendo minha mente detalhadamente, pedaço por pedaço, com passos lentos cheguei a me aproximar da sala de jantar ouvindo uma conversa semelhante.

“E quando vai acontecer o casório?”

Ouvi a voz de Michelle soar não muito alta. Eu não ouviria se ainda estivesse na cozinha, disso tinha certeza. Com cuidado, mantive meus passos leves até encostar-me um pouco na porta, sentindo-me até um pouco culpada por estar à bisbilhotar o que elas conversavam.

“Ah, não temos ideias sobre isso.” A voz de Tiffany parecia estar acanhada, como se ela estivesse incerta. Tendo a sobremesa em mãos, não deixei de sorrir por perceber que ela tinha essa vontade, mas gostava de seguir sempre de acordo com o meu ritmo, por mais que não fosse de todo o certo a ser feito.

Ela não queria apressar nada. Ela queria tudo ocorrendo normalmente como deveria ser, para não haver erros que poderiam ser cruciais. Algo detalhista que mostrava o tanto que ela se importava com nossa relação.

“Mesmo? Digo, morar junto já é meio que um casório informal mas, sei lá, vocês não têm essa vontade de oficializar as coisas?”

“Estamos juntas a pouco tempo, eu acho.”

Ouvi Michelle deixar outra risada pelo nariz escapar.

“Isso não é um problema, sis. Pegue eu e o Taewoo por exemplo. Além do mais, o histórico de vocês vai mais do que só esse um ano né?”

Tiffany pareceu pensar por sua pequena demora em responder.

“Verdade mas...Deixa as coisas rolarem. Quando chegar a hora, chegará. Acho que a gente trabalha bastante em conjunto, uma coisa de parceria e isso pode ser até mais importante.”

“Mas você tem ou não vontade? Eu iria gostar de estar no seu casamento, seja lá como você queira que seja. Pense bem sis, casamento é algo muito muito bom, sabia?”

A conversa delas parecia tão natural que me fazia pensar que realmente havia tido uma conexão anterior em relação à do ano passado, onde possivelmente foi onde se viram por último. Isso era ótimo, já que me deixava ainda mais confortável com a família de Tiffany, mesmo não tendo a chance de reciprocidade de Tiffany ter o mesmo com a minha família por completo, também.

“Muito muito bom? Por que essa ênfase?” Tiffany parecia curiosa, assim como eu me encontrava.

“Casamento é ótimo! Tem bolo, tem bufê, música boa, bebida...”

A risada de Tiffany retirou um sorrisão de mim, entendendo a ‘piada’ que Michelle fez ao enganar a morena no sentido em que dizia.

“Tem razão, casamento deve ser ótimo.” Tiffany retrucou, dando mais algumas risadas antes de continuar. “Mas respondendo a pergunta...Sim, eu tenho vontade. Quem sabe um dia. Com a Taeyeon, espero.”

Aquilo fez meu coração parecer que estava flutuando, assim como minha barriga parecia ter se enchido de ‘borboletas’. Um sorriso bobo se espalhou em meu rosto ao juntar a visão que tinha acabado de pensar antes de ouvir sua conversa, com essa nova agora.

“Com Taeyeon...”Michelle repetiu. “Eu também, sinceramente espero.”

XxX

Uma das melhores partes desde que eu e Tiffany passamos a morar junto é que começamos a nos aproximar ainda mais de nossos amigos, também. Direto, chamávamos todos para um certo tipo de confraternização em nosso apartamento, na parte do terraço que era reservada para essas coisas. Tiffany passou a pensar menos em suas preocupações do dia a dia, e passou a se soltar mais, se tornando até mais social dentro de seu campo de trabalho. Dentro de dois meses de nossa convivência ininterrupta, muita coisa sobre ela já havia mudado.

Para o melhor, é claro, em sua maioria.

Depois de alguns dias sem prepararmos algo para estarmos com nossos amigos, juntando com a parte em que eu e Sooyoung teríamos de almoçar juntas, de qualquer jeito, para atendermos à um compromisso importante relacionado ao nosso projeto, decidimos então fazer um almoço simples dentro de nosso flat para abrigar apenas Sunny e Sooyoung. Algo que sanava a falta da nossa nova rotina social e também, era conveniente pra caramba.

Senti por Key estar fora da cidade, mas logo sabia que nós iriamos nos ver em sua casual festa de fim de ano daqui a alguns meses, algo que não morreria nem se ele estivesse de cama.

O nosso flat estava a cheirar deliciosamente, com Tiffany estando a terminar de cozinhar o que havia aprendido há algum tempo. Nesse espaço de tempo, também encontramos um novo interesse em comum, cozinhar, e isso acabou sendo ainda melhor para Tiffany em seus momentos vagos. Realmente não estava brincando quando disse à Michelle – meses atrás – que iriamos aparecer em sua casa rolando ladeira abaixo (sim, agora também me incluindo nessa).

Ao sair do banheiro após meu banho gelado, vesti-me da forma mais “casual” para eventos de negócios: camisa social branca com calça de terno negra. Era dia com temperaturas amenas, logo não iria me submeter a algo maior que aquilo.

Após me ajeitar por completo e deixar o quarto, comecei enfim a ouvir a música que havia começado a tocar há alguns minutos. Era uma cantora norte-americana que Tiffany se encontrava interessada no momento, não sendo mais uma de mau gosto de sua parte.

Assim que adentrei na cozinha com passos leves, notei sua figura perfeita à estar de frente ao balcão mais longe do fogão aceso. Tiffany parecia fazer alguma coisa diferente dos preparativos do prato principal, já que seus dois braços se encontravam meio elevados como se ela segurasse algo e estivesse a ler atentamente. Me aproximei sem deixar-me ser percebida, enroscando meus braços em sua cintura ao encaixar meu rosto em seu ombro apenas para receber um pulo assustado em resposta.

“Hey!” Tiffany exclamou, abaixando o que quer que tivesse em mãos como se para esconder o que era. “Me assustou!”

Me resumi à sorrir ao apertar minhas mãos em sua blusa, olhando rapidamente para baixo para poder notar do que se tratava, julgando que ela não deveria estar lendo aquilo pelo susto e pela reação demonstrada em seus reflexos.

“O que tem aí Fany-ah?” Perguntei inocentemente, como se não achasse nada suspeito, apenas perguntando por curiosidade.

“É um livro.” Tiffany usou sua mão livre para tirar meus braços de sua barriga, afastando-me de mim o mais rápido que podia.

“Que livro?” Deixei com que ela se soltasse, passando a acompanhá-la com os olhos.

Tiffany se dirigiu até o mini bar que ficava do lado esquerdo da cozinha e colocou o livro por ali, colocando um pano por cima. Em seguida, ainda sem me responder, ela se virou, colocou uma mão no balcão e outra na cintura, e sorriu de um jeito acanhado.

“Apenas um livro de romance bobo.”

“Bobo é?” Arqueei uma sobrancelha, aproximando-me em passos vagarosos.

“Sim.” Tiffany aproximou seu corpo ainda mais do lugar onde o livro estava, como se estivesse a tentar me impedir de chegar perto.

Tal coisa me fez começar a sorrir de canto.

“Ok.” Parei meus passos, tentando dar a falsa impressão de que realmente estava tudo ok e eu não estava de maneira alguma planejando uma maneira de pegá-la desprevenida para ler o livro.

Tiffany nada respondeu, apenas acenou e ficou me encarando até eu me virar.

Ainda sim, de costas, pude sentir seu olhar desconfiado em cima de mim. Continuei apenas a andar em direção ao fogão como se fosse bisbilhotar o que estava sendo cozinhado, até notar que ela estava se aproximando de mim.

Assim que senti seu braço roçar do lado do meu, sendo este a prova de que ela havia parado de me analisar de longe, me virei subitamente, correndo para o local em que o livro fora deixado.

Tiffany assustou-se com minha reação mas como impulso, também correu até lá, tentando inutilmente me impedir de jogar o pano para o lado para finalmente ter o livro em minhas mãos.

“50 tons de cinza?” Minhas sobrancelhas subiram, meu sorriso de canto agora se tornando completamente debochado. “Sério Fany-ah?”

“Yah, me devolve!” Tiffany tentou tomar de mim assim que olhei o livro em minhas mãos, sendo impedida por meu outro braço e por meu corpo a se virar para dificultar suas intenções.

“Não acredito que está lendo isso.” Zombei, já que não era a melhor coisa do mundo quando se tratando de ficção misturada à erotismo, ou ô puro, não sei ao certo em que aquilo se encaixava. “Você gosta dessas coisas, é Fany-ah?” Minhas sobrancelhas dançaram de cima para baixo ao encará-la novamente.

Tiffany se mostrou completamente derrotada.

“Cala a boca.” Revirou os olhos, quase que parecendo irritada por estar sendo zombada daquele jeito.

Era praxe. Não poderia deixar essa escapar.

“Acha que não entenderia seus gostos exóticos?” Falei de uma maneira super idiota, como se imitando o que o ator do filme de tal livro disse em um dos trailers que cheguei a ver.

Tiffany conseguiu revirar os olhos mais uma vez, agora conseguindo suceder em tomar o livro de mim de uma forma meio brusca.

“É só um passatempo. Queria ver porque é tão famoso, oras.”

Deixei com que ficasse com o livro, vendo-a dar de ombros como se não se importasse mais que eu a havia “pego no flagra”. Eu sabia que ela se importava, ela apenas não conseguia disfarçar.

“Certo. Você realmente não gosta dessas coisas, né? Olha Fany, um livro de posições seria mais interessante do que isso aqui.”

“Argh, por que você só pensa no lado sujo da coisa?” Sua voz parecia demonstrar uma mínima frustração, enquanto ela voltava a deixar o livro em cima do mini bar para retornar ao balcão em que estava antes.

“Tem lado limpo disso aqui?” Continuei com a minha provocação, apenas ficando a encarar suas costas há alguns passos de distância.

Acho que naquele momento até fui capaz de ouvir o barulho de seus olhos rolando.

“Pft, você não presta.” Ela acenou negativamente, parecendo começar a mexer nas coisas que estava em cima do objeto ali. De um lado do balcão haviam vasilhas com alguns ingredientes e do outro, uma taça grande com uvas frescas cobertas com chocolate, ainda incompleta por ter uma pequena parte de seu conteúdo ainda dentro de um outro pote.

Eu poderia começar a ficar distraída ao olhá-las, mas a resposta rápida que me veio à cabeça foi o suficiente para me impedir disso.

“Não sou eu quem lê essas coisas em plena luz do dia.”

Eu não a condenava, é claro. Não gostava da literatura, mas não era o fim do mundo.  Tiffany realmente tinha alguns gostos peculiares, mas era algo que a fazia única na minha vida. Tudo o que fazia era para irritá-la – já que notei que ela estava de bom humor – então a minha missão principal estava dando certo.

Tiffany zombou ao fazer um barulho com a boca, como se apenas desistisse de mim naquela hora. Comecei a rir silenciosamente, ao desviar meus olhares da fruta para sua figura. Suas costas se encontravam nuas até um pouco mais do que o centro, uma blusa azul que parecia de um pano de seda, enquanto suas pernas estavam expostas devido ao short jeans casual que usava. Naquele momento, não pude evitar em pensar na comparação do que seria mais delicioso, comer aquela sobremesa de uvas tudo sozinha, ou comer uma outra coisa que também estava presente naquela cozinha.

O que está na panela, é claro.

Não. Ri novamente, sozinha. É claro que não me referia à outro tipo de comida.

“O que foi?” Tiffany me olhou por cima do ombro com um semblante confuso, quase que repreensivo. “Como você gosta de me julgar, Taeyeon-ah.” Ela acenou novamente a cabeça em repreensão, me deixando apenas focada no que estava a apreciar em seu corpo e não em seu rosto, mais precisamente.

Meus olhos estavam deixando bem claro para onde estavam direcionados. Pelo menos até Tiffany se virar mais uma vez, fazendo-me subir o olhar de seu traseiro para suas costas novamente. Meu desejo por aquela parte do seu corpo ainda era bem vivo. Uma das partes mais sensuais, seguida de clavícula. Quem diria que algum dia, escolheria isso à parte que sempre julguei ser a minha preferida nas pessoas.

Em silêncio agora, ouvindo uma nova música ser tocada, comecei a andar lentamente até a sua direção, para retomar o meu abraço só que agora, com um pouco mais de segundas intenções.

“Sabe Fany, eu não te condeno de gostar de coisas assim.” Minha voz parecia se tornar um pouco mais baixa à medida que meu rosto se aproximou do seu ombro, podendo então dizer aquelas palavras em seu ouvido sem muitos problemas. “É y.”

Tiffany pareceu suprimir um sorriso assim que sentiu meus braços se enroscarem de novo em volta de sua barriga, só que agora, tendo minha mão esquerda por cima de sua blusa.

“Você só faz isso para me irritar, eu sei.” Sua voz saiu em um tom quase similar, algo que se eu pudesse ouvir com mais clareza, até poderia soar como se um gato estivesse a ronronar. “Ainda vou te castigar por isso, você vai ver.”

“É?” Arqueei uma sobrancelha, mordendo brevemente seu ombro exposto antes de subir roçando meus lábios para a base de seu pescoço. Vi então, as mãos dela largarem o que faziam para se posicionarem na minha nuca. “Como você pensa em me castigar?  Sabe que eu posso ser uma menina muito má as vezes.”

Tiffany deu uma risada um tanto ersa depois do que eu acabei de dizer. Não pude evitar em sorrir junto.

“Depois eu quem sou a culpada de algumas coisas.” Seu rosto se virou brevemente, buscando por um beijo meu.

Assim o fiz, encaixando seus lábios nos meus da maneira mais sutil que aquela posição nos proporcionaria.

“Pelo visto, não é só eu que tem fantasias, né?”

“O que você acha? Espere até a época de halloween chegar para ver o que vou te comprar e  te fazer.” Dei uma breve mordiscada em seu lábio inferior antes de nos separar direito.

Tiffany agora tinha um sorriso conhecido de canto, como se adorasse o que estava ouvindo. Ao umedecer seus próprios lábios, minhas mãos começaram a fazer um trajeto para baixo, agindo quase como se por si só.

Minha vontade por ali subiu de 10% ao seu ápice em poucos segundos, algo que ainda considerava impressionante. As vezes, nossa libido se mantinha em um nível que era de se admirar. A nossa, ou a minha em especial, não sei. O que eu apreciava mais nisso tudo, é que Tiffany também gostava do ritmo. Não que eu fosse achar ruim se ela não o fizesse, mas com certeza também não acharia ruim ela o fazer.  

Assim que meus dedos começaram a chegar para adentrarem inocentemente por dentro de seu short, Tiffany desceu suas mãos para parar as minhas.

“Não, pode parar. Sooyoung e Sunny podem chegar a qualquer momento. Além do mais, eu estou cozinhando ainda.”

“Mas-“ Tentei ‘forçar’ tanto com minhas palavras quanto com minhas mãos, mas de nada serviu.

“Mas nada. Você e essas horas suas. Tenho que agradecer muito por nunca terem nos visto no flagra. ”  Tiffany retirou por fim meu toque de seu corpo, deixando-me à suspirar fundo por tal ato.

Dessa maneira, a morena se virou de lado para poder olhar em meus olhos apropriadamente, sorrindo de maneira convencida ao notar minha expressão já derrotada.

“Se quiser, podemos ficar aqui namorando tranquilamente, mas sem o.”

 “Qual é Pany, já foi na piscina aquela vez, sala, quarto, chão...A cozinha é um dos únicos lugares que a gente ainda não fez.” Afirmei, dando uma risada breve ao achar até cômico ouvir minhas próprias palavras.

Quem diria, Kim Taeyeon, que você viraria quase um coelho nesse aspecto.

“Isso pode esperar. Aceita a proposta ou não?” Ela parecia decidida, algo que eu não poderia facilmente mudar apenas com meu poder de persuasão com palavras.

Vendo tal coisa, dei um suspiro derrotado, por fim acenando positivamente ao virá-la de uma vez e puxá-la pela cintura.

“Vem aqui logo.” Ouvi uma risada vir dela ao notar meu comportamento, suas mãos logo se posicionando em volta do meu pescoço assim que a coloquei contra o balcão, capturando seus lábios com um pouco de ritmo inicial.

A música que tocava tinha uma batida boa e não tão calma, parecendo até que havia sido escolhida naquela hora justamente por saber o que eu tinha em mente.

Tiffany passou seus dedos por meu cabelo solto, enquanto minhas mãos continuavam a passear por sua cintura por de baixo de sua vestimenta, livremente. Aquilo era o mínimo que ela sempre me deixava fazer quando tais coisas aconteciam, mas eu esperava que ela soubesse que eu passaria um pouco disso naquele momento.

A adrenalina de saber que a nossa porta do apartamento estava destrancada – justamente pelo fato de estarmos lidando de com Choi Sooyoung, A Impaciente – era algo bom de se sentir, algo que logo deixaria indício de que meu gosto por algo perigoso estava se tornando cada vez mais intenso.

Aos poucos, fui me deixando levar, agora já introduzindo minha língua para aumentar ainda mais a intensidade de nosso beijo. Tiffany parecia me acompanhar bem, encostada no balcão com as mãos à vagarem agora por minhas costas.

“Você-“ Ela tentou dizer algo, mas eu não a deixei completar ao buscar novamente seus lábios em outra direção. Senti então, algo que eu tinha certeza de que era seu sorriso satisfeito, e isso me fez sorrir em seguida.

Após alguns instantes com apenas a música a soar pelo apartamento, tirando os barulhos de nossos lábios descolando-se, eu – para a surpresa dela, acredito – fui a que interrompeu primeiro o beijo que já estava longe de ser calmo. Algo surgiu em minha mente, ao me lembrar do que tínhamos bem ao nosso lado. Tiffany parecia curiosa do porquê eu havia parado o beijo daquela maneira, pelo menos até notar onde meus olhos estavam se mantendo fixos.

“O que está pensando?”

Decidi responder sua pergunta apenas com meu ato seguinte. Estiquei meu braço e delicadamente peguei uma das uvas do recipiente menor, vendo o chocolate descer quase que ‘majestosamente’ de volta ao local. Tiffany olhou atentamente para o que eu estava fazendo. Assim, subi a fruta em direção à sua boca, deixando-a à encarar apenas o que eu tinha em mãos, algo que me fez extremamente ‘incomodada’ pela maneira com que ela o fizera.

“Abre a boca.” Eu pedi, quase que em uma voz que demandava. Tiffany começou a sorrir de canto lentamente, antes de fazer o que eu havia pedido.

Logo que o canto de meus lábios reagiu da mesma maneira, fiz menção de colocar a fruta em sua boca, apenas para trazer de volta à mim assim que ela avançara para captura-la. Tiffany ficou um tanto curiosa e surpresa por finalmente começar a perceber o que eu ainda tinha em mente.

Ao me olhar colocando a fruta em minha boca, deixando parte do chocolate escorrer pelo meu lábio inferior, notei como ela parecia mais do que interessada agora na ideia que eu tinha para aqueles momentos seguintes.

“Como pode-“ Ela parecia querer resmungar de uma maneira quase que imperceptível, apenas mantendo seu olhar direcionado em minha boca enquanto eu saboreava o que havia colocado lá.

Devido ao seu sorriso cada vez mais crescente, junto ao seu olhar desejoso, notei que meu plano estava começando a dar certo, fazendo-me então buscar por outra fruta.

Com o chocolate agora a se prolongar ainda mais, usei meu dedo da outra mão para cortá-lo, fazendo-me capaz de direcioná-lo para a sua boca novamente. Dessa vez não a enganei, e quase como se recompensa, ao conseguir ter a fruta em sua boca, Tiffany fez algo que me deixou completamente hipnotizada.

Assim que meus dedos tocaram seus lábios após deixar a fruta por ali, Tiffany fez com que eles continuassem pressionados em seu lábio inferior, capturando então ambos o indicador e o do meio em seus lábios de uma forma imensamente erótica, limpando todo o chocolate de parte deles.

Mal pude perceber minha boca se abrindo em surpresa por aquele seu gesto. Dali, eu tinha certeza que eu havia ganhado a causa, se não, ela estaria praticando uma judiação com todo aquele desejo que apenas aquele ato fez crescer dentro de mim.

Quando terminou, Tiffany, mordeu seu lábio inferior, enfim olhando-me nos olhos como se esperando por uma reação em resposta. Eu não tinha nenhuma a dar a ela a não ser o visível desejo em meu olhar. Dessa maneira, sem muitas outras palavras, fora a vez dela de buscar pelo recipiente, dessa vez pegando apenas parte do chocolate. Ao colocar em seus próprios lábios, atiçando-me daquela maneira então, ela conseguiu bem o que queria depois disso.

Minha boca buscou pela sua quase que desesperadamente, podendo sentir então o doce gosto do chocolate se misturar com toda aquela minha vontade de dar prazer à ela.

Tiffany me beijou de volta dessa vez já deixando claro que esquecera de sua própria regra. Porém, mais do que isso, ela passou a agir primeiro do que eu mesma poderia ter pensado em fazê-lo. Seus dedos começaram a desabotoar minha camisa e assim que eu me encontrei a sentir sua blusa contra minha pele, se não bastasse, suas mãos ágeis passaram então a percorrer pelo zíper da minha calça. Deixei então um pequeno gemido escapar ao sentir sua mão começar a descer por dentro de minha calcinha, surpreendendo-me por ela ter sido direta no que estava pensando no instante.

Minhas mãos então começaram a trabalhar em conjunto, meus dedos passando pela parte traseira de seu short até o local para desabotoá-lo, todos agindo em ansiedade para chegarem à parte que eu mais queria. Os dedos de Tiffany então tocaram a parte que já se encontrava úmida em mim, fazendo-me soltar um suspiro durante o beijo pela sensação boa que tudo aquilo estava me proporcionado logo abaixo da minha cintura.

A playlist mudou para uma de ritmo ainda y, como se o universo tivesse decidido que aquela excitação maravilhosa que estava sentindo não fosse o bastante. Tiffany de um lado puxava parte do meu cabelo, enquanto de outro, deslizava por toda a parte que ansiava por seu toque sem acabar fazendo o que eu realmente queria. Era um jogo sujo, mas em um jogo dois também podem jogar.

Assim que passei a usar uma mão para subir ao seus seios por dentro da blusa, tendo a outra a descer para dentro de sua calcinha, algo não muito usual passou completamente despercebido por meus ouvidos. Ou devo dizer, por nossos ouvidos e sentidos.

O barulho da música era alto, logo o que eu pensava que causaria apenas adrenalina na hora de talvez podermos ser pegas, se transformou em completo horror ao finalmente acontecer: Um grito e um barulho de espanto soar por cima da música, dentro do mesmo lugar que nós.

Nossos atos pararam bruscamente naquele momento. Tiffany retirou sua mão, eu retirei a minha e ao descolarmos nossas bocas como se estivéssemos doentes, notei como Tiffany arregalou seus olhos ao olhar por cima de meu ombro. Sem pensar muito em meu estado, me virei para poder apenas confirmar o que era.

Sunny e Sooyoung nos olhava atônitas. Sunny parecendo querer rir até a morte, enquanto Sooyoung mantinha uma mistura de espanto com reprovação e algo a mais do que aquilo.

Só então, ao finalmente ouvir o que estava por vir de Sunny, em meio as suas risadas e seu olhar a percorrer do meu pescoço para meu peito, que percebi o meu estado. Olhei para baixo e notei que minha  camisa estava aberta, assim como o botão da minha calça. Poderia ser pior, mas aquela cena também não era lá muito agradável.

“Não acredito que vocês duas estavam fazendo isso!” Sooyoung, porém, foi a primeira a reagir verbalmente, por mais que fosse a que mais parecia estar chocada.

Ainda mais estranho do que eu e Tiffany estarmos com nossas vestes desajeitas, era o fato de minha parte de baixo estar completamente molhada, pulsando por um toque contínuo.

Constrangedor.

Sunny começou a rir ainda mais com a reação de Sooyoung. Meus olhos continuaram arregalados, enquanto procurei fechar minha roupa.

“Vocês não têm vergonha? Comida é sagrada, meu Deus, na cozinha, meu Deus, eu não vou comer hoje não, o que é isso, que falta de respeito até deixei de comer meu café da manhã para- Ugh!” Sooyoung parecia estar ainda mais preocupada com a comida, do que com a situação constrangedora em si.

Tiffany parecia corar arduamente enquanto eu apenas me encontrava estática, sem ter muito o que dizer.

Sunny apenas continuou a rir, vendo a reação de Sooyoung como se ela não estivesse levando nada do que ela dizia à sério.

“Nós não-“ Tiffany foi a primeira de nós a tentar se explicar, mas aquilo foi em vão pelos risos e pelos resmungos misturados.

“Olha só, eu só vou comer enlatado por aqui hoje, por causa dessa indecência. Inclusive vou denunciar vocês por danos morais.”

Sooyoung pareceu começar a dar as costas, para pelo menos olhar o que tinha à nossa volta.

“É a nossa casa Sooyoung, a culpa é sua de querer sempre que eu deixe a porta aberta para não precisar esperar depois da campainha. ” Finalmente disse algo, começando a ver tudo de uma maneira tão cômica quanto Sunny via.

O melhor de tudo aquilo foi que a vergonha durou menos do que a liderança do meu time favorito.

“Ainda sim olha só, eu vou ficar marcada pelo resto da vida com esse pesadelo, ew!” Sooyoung nos olhou de volta, fazendo-me enfim ver como Tiffany estava.

Ela ainda se encontrava rosa, mas agora também com as vestes já ajeitadas, se encontrava com um sorriso divertido no rosto.

“Yah, cala a boca Choi Sooyoung” Sunny se manifestou ao ver a shikshin se virar para ela como se buscasse por companheirismo. “Não é como se você também já não tivesse feito is-”

Aquele comentário gerou coisas totalmente inesperadas, as quais me fez ficar curiosa e suspeita. Primeiro me fez tentar entender a razão pela qual Sooyoung deu passos largos para repreender Sunny, colocando suas mãos em cima da boca da pequena imediatamente após ter caído a ficha do que ela falaria. Segundo, por Sooyoung  - também - ter olhos mais arregalados que o meu e de Tiffany juntos, ao fazê-lo. O que estava acontecendo? Era mesmo o que eu havia entendido?

Tiffany começou a rir.

“Hm, é mesmo Sooyoung? Não é como se você também já não tivesse feito isso como? ” Ela provocou, fazendo Sooyoung se virar para nós duas com um olhar ainda mais mortal.

“Calem a boca, não é nada disso que estão pensando, essa nanica aqui não sabe o que fala!” Sooyoung retirou sua mão apenas para se deparar com uma Sunny ainda mais risonha.

Havia algo ainda mais suspeito naquilo ali, mas o breve roncar do meu estômago me fez pensar que eu poderia descobrir isso em um outro momento. Agora, já melhor composta, suspirei e olhei rapidamente para Tiffany.

“Tá tá, como quiser. Vamos comer então.” Disse, ignorando totalmente os olhares ameaçadores que Sooyoung lançava para nós e para Sunny.

“Vou ao banheiro e já volto.” Tiffany disse calmamente.

 “É...Antes disso também preciso ir...Ali.” Ao ver sua figura se afastar lentamente, me apressei para ficar ao seu lado, recebendo olhares agora incrédulos de Sooyoung.

“É melhor não irem fazer o que estou pensando. ” Sooyoung avisou, somente agora se aproximando do local onde estávamos para poder bisbilhotar o que tinha por ali.

Sunny riu e cruzou os braços antes de nos retirarmos totalmente da cozinha, ambas com sorrisos divertidos no rosto. A primeira coisa que fiz assim que sai de lá, foi me direcionar para abaixar aquele maldito som que eu julgava ser um dos culpados por aquela situação.

Tiffany seguiu para o banheiro e por mais que eu quisesse segui-la também, ela me parou na porta assim que adentrou no local.

“Vai no outro, Taeyeon-ah.”

“Mas-“

Suas sobrancelhas se arquearam assim que eu tentei protestar.

“A última vez que você falou mas, olha o que aconteceu.” Tiffany pareceu me repreender, ainda parte de seu rosto se mostrando corado pela situação.

“Certo.” Suspirei em derrota, já que ela tinha razão.

Assim, segui para o banheiro de fora do nosso quarto, lavando minhas mãos e ajeitando-me de modo com que não parecesse que estava naquela situação minutos antes.

Quando retornei para a cozinha, vi como Sunny e Sooyoung pareciam conversar baixo, Sooyoung quase que esganando a menor enquanto esta não se importava muito. O fogo já havia sido desligado – agradeci internamente pelo bom senso da shikshin – e enfim vi que estava tudo pronto para o almoço. Menos Tiffany, que pareceu demorar mais que o esperado.

Após alguns minutos depois, ela reapareceu com o cabelo molhado, cheirando incrivelmente bem. Assim, nós quatro nos direcionamos à sala de jantar, Tiffany e eu ambas ainda tentando convencer Sooyoung de que não estava rolando nada...Pelo menos, que envolvesse a comida que elas fossem ingerir. Tudo já estava pronto, não havia nada a se preocupar. Então, comemos e deixamos aquela situação constrangedora se tornar algo ainda mais cômico. Como a vergonha havia passado completamente, usei aquilo para zombar de Sooyoung, já que Sunny aparentemente parecia saber mais do que nós duas. Era uma troca de farpas amigáveis, mas algo que era mais do que comum entre nós. Duas horas se passaram até Sooyoung e eu notarmos que já estava na hora, infelizmente.

A despedida foi bem chata por estarmos com vontade de continuar ali rindo e jogando papo fora, mas sabíamos que era preciso por mais que tivéssemos que ficar por lá até bem mais tarde da noite. Logo que recebi um beijo de Tiffany, com Sooyoung já a me esperar no corredor um tanto impaciente, me senti melhor, um tanto mais disposta para enfrentar esse turno com tamanha preguiça.

No entanto, Tiffany não agiu assim no intuito angelical que eu estava pensando. Muito pelo contrário.

Ela resolveu judiar de mim.

Ao terminar o breve beijo e me abraçar, sua boca seguiu para minha orelha então para sussurrar a minha sentença de morte para o resto daquele dia:

“Sabe o que fui fazer no banheiro, além de tomar banho?”

“...O-O que?”

“Fui terminar o que você começou.”

O meu olhar e o possível nosebleed imaginário que começou por ali seria a minha tortura pelas próximas horas, mas também seria uma história boa para contar no futuro.

Para quem? Aí eu já não sei.

 

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Comments

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AliceK
#1
Chapter 27: Olá... Estou relendo a história por que gostei tanto e fiquei triste quando terminou.
Bipolaridade é uma doença realmente seria e você retrata bem isso da Tiffany ficar triste e de repente sumir, muitas pessoas acham que é bobagem de quem não tem o que fazer e ficam culpando a pessoa. Ainda bem que a Taeyeon não se afastou da Tiffany e depois que soube começou a prestar ainda mais atenção nela.
Eu gosto dessa história
Chu ~
momoringgu
#2
Chapter 48: Continuando pois o asian é sensível a textão....

E finalmente temos uma reconciliação! Acho que por mais que a mãe dela tivesse seus “valores” e tal, de maneira alguma a taetae deveria passar por isso, né? Mas como diz aquele ditado, vamo fazer o que né? Auhauha O importante é o que importa no final das contas e essas duas puderam retirar uma carga emocional enorme das costas. E nooooooossa que linda essa descrição do amor delas <3 Eu confesso que eu fui ali pegar meus lenços e voltei pra continuar a ler, é muita emoção, meu deus do céu ;-;

GENTE QUE FOFO ESSE GOON, já amo horrores também. E essa vidinha de casada delas, que maravilha hein hehe Pelo menos, depois de tanta coisa, tem que se ter uma recompensa u.u E tudo terminou onde começou, preciso de mais lenços pra minhas lágrimas.

EU QUERO SEASON 3 SIMMMMM mentira, eu não te obrigaria a isso. Ou sim. Risos.

Então né, eu não peguei essa fic desde o começo, comeeeeeço, mas to aqui a um tempão e essa fic mesmo você demorando /puxão de orelha/ eu nunca conseguiria abandonar, não dá. Me prendeu aqui, sem mais. Eu vi essa fanfic crescer, eu vi ela migrar. Eu praticamente peguei ela no colo!! Acho que essa parte é um exagero. Ou não. Você até me fez ter raiva da Tiffany em certos momentos e ME FEZ shippar taengsic, você merece um troféu só por isso. u.u E. não sei mais o que dizer, eu só agradeço do fundo do meu coração por você ter escrito e não ter desistido dela, apesar de “tretas”. Sério, obrigada. Espero que um dia você volte, nem que seja com uma OS, eu leria com todo o prazer. ^^

XOXO
momoringgu
#3
Chapter 48: OKKKK EU ESTOU BACK, não sei se vai ser grande, qualquer coisa, reserva a pipoca e o lanche pro textão que o negócio tá igual a seus capítulos, duas partes q

Vou sair falando de cada ponto dos capítulos, ok? Ok.
Essa interação entre os irmãos do começo <3 Era tudo o que a taetae precisava no momento, e foi tãããããão lindo.

E essas duas morando juntas <3 <3 <3 isso é demais pra mim, ok? ok então. não vou dizer que eu dei uns gritinhos com isso também, viria ao caso? hmm. Mas eu não vou mentir que eu AMO esses moments delas. E eu amo essa amizade sootae também, é sério. É maravilhosa demais. Aliás, todas elas são.

Ahhh, Michelle tomou jeito. Gosto assim qq Querendo fazer a irmã casar, convivendo numa boa com elas, foi fofa essa cena. Daquelas que arrancam um sorriso da gente quando a gente lê ^^ Outra coisa que eu gostei bastante foi a forma que você descreveu o dia a dia delas. Tão leve e natural que parece que a gente consegue ver, acho até que já comentei isso kk se não comentei, to comentando ‘-‘
Fany-ah lendo 50 tons de cinza ( ͡° ͜ʖ ͡°) parêntese aqui pra uma coisa que eu sempre achei estranho nela realmente, como ela consegue gostar??????????
Enfim, adoro a saliência dessas duas, adoro adoro. Principalmente quando elas são pegas e a situação fica super constrangedora. É maravilhoso haha.

Você tocou também num ponto que é engraçado, mas que acontece bastante. De acontecer alguma coisa pra alguém dá o devido valor a outra pessoa, é incrível. Não só nesse caso, abordado aqui na fic, mas são tantos. As pessoas preferem colocar o capricho delas em primeiro lugar e não se importar em saber lidar com as situações. Só que pelo menos as coisas começam a se acertar, não é? Mesmo que seja na dor pra muita gente, enfim, estou filosofando demais já auhauhauh E foi bom ver também o quanto a relação delas se aprofundou com o tempo e você soube fazer isso muito bem, de verdade. ^^
momoringgu
#4
Chapter 44: OIEEEE, você foi maravilhosa em ter colocado tudo de uma vez pra eu ler AUHAUHAUHUHA eu to atrasada, me perdoa. EU VOU LER TUDO E VENHO COMENTARRRR, me espere. u.u q
Juhcty #5
Chapter 48: Comentando hoje porque só agora vi que tinha atualização... #sofre
Vou confessar: pelo nome da fic, eu vivia com medo de ter um final trágico. Só não surtava por isso porque eu gosto dessas coisas -q mas gosto de finais felizes também e esse foi tão perfeito!! Estou chorosa aqui! Foram o que? 4 anos escrevendo essa história? Eu leio ela há uns 3... É um bom tempo de convivência com algo. Essa fanfic marcou minha vida, isso não é brincadeira. Eu saía pulando pela casa quando aparecia notificação (momento vergonha).

A primeira vez que resolvi reler a história foi em um dos seus primeiros grande hiatus, e eu tive um choque muito grande! Vou explicar: lendo a fic pela primeira vez, para mim, a história e os personagens seguiam um ritmo normal. Mas ao reler, achei gritante a forma como a Taeyeon "amadureceu" e de certa forma, acabamos nos envolvendo tanto, que amadurecemos junto com ela. (Passei por isso uma boa quantidade de vezes, pois reli uma boa quantidade de vezes... Acho até que já tô indo fazer isso de novo.)

Outra coisa que sempre acontece: chorar quando termina TaengSic. Aquele capítulo SEMPRE acaba comigo. Mesmo querendo TaeNy, eu sou apaixonada com o TaengSic dessa fic. Pois é, aquele capítulo dói. Muito.
Assim entra a parte em que: essa fanfic me faz sentir muita coisa! Entro tanto na história que é lindo sentir aquele calorzinho no peito quando as coisas começam a se resolver pra TaeNy, de repente se pegar suspirando com alguma cena boba delas juntas e de repente se sentir uma otária por estar fazendo essas coisas, e ao mesmo tempo não estar ligando por isso.

Obrigada por proporcionar essas coisas com essa história. E agradeço mais ainda por terminá-la. Eu tava quase conformada de que não teria um final.
Final mais lindo, nostálgico e emocionante! Sério, eu amo muito essa fanfic.
Parabéns por ter conseguido terminar kkkkkk só não vou te seguir no Twitter porque eu não gosto muito então nunca entro no meu -q
Bye :3
_Yui-Chan
#6
Chapter 48: Que final lindo!!!
Acabou... quase 4 anos T_T
Mesmo você demorando pra atualizar sentirei saudades dessa fic, obrigado por não desistir!

Vou te seguir lá no twitter, o meu é yuu_luana


cap 42 Outlaws Of Love
"Aish, eu sou cardíaca Fany, última vez que você me falou para fechar os olhos você me apareceu vestida de princesa só para maiores e olha, que dia para se estar viva!” "
Moça faz um capitulo bônus de seqsu kkkk adoro seus oranges XD
quero muito ler isso,Tiffany de princesa +18 , nunca te pedi nada kkkk

bye 0/
SouUmMushroom
#7
Chapter 48: confesso que já tava quase pra vim atrás de ti de novo porque você falou que não ia demorar, mas gritei com a atualizão kshsjsksk
moça, eu simplesmente amei esse final, ficou fofo, lindo e maravilhosa!!!
to triste porque terminou, mas feliz porque você terminou kkk não abandonou a gente e obrigada por não ter abandonado esse povo sofredor que vira e mexe tava aqui enchendo teu saco (eu) kk pensando aqui em reler tudinho só pra não ficar logo com saudades... acho que é isso?! e mais uma vez obrigada por não abandonar a fic <3
até a próxima, moça ^^

~vou te perseguir você no twitter ~
Yuunosuke93 #8
Chapter 48: Moça, já pode fazer minha cova também. Morri com esse final lindju e maravilhoso <3 demorou sim u.u mas saiba que mesmo assim, tinhamu autora (apesar de querer de matar às vezes), essa fic vai ficar pra sempre no meu heart também :') até chorei porque acabou. Tô pensando seriamente em reler tudo de novo, só pra sentir aqueles feels supimps tudo de novo. Enfim, é isso. Não tenho muito o que falar, já que é o final. Só obrigado mesmo por terminar e me fazer feliz. Já posso morrer.
momoringgu
#9
Chapter 43: OKAY VOLTEI PARA COMENTAR DECENTEMENTE E MEU DEUS QUE CAPÍTULO FOI ESSE

Deixa eu respirar, foram muitas emoções aqui.

Certo, foi uma coisa fofa, surpresa, fofa de novo, drama e por fim mais fofura. Eu diria sim que foi um capítulo fofo ^^ Adorei a menina Jessica ter retornado a fic e com um Yulsic maroto, amo. Amei a cena do começo e concordo com a Tae, ficar nessa de ir de loja em loja é chato sim! u.u Tudo bem que sorvete compensa, massss.. eheh
A parte do presente e da Disney é uma coisa tãããããão Taeny, que subiram formigas no meu monitor por causa do açúcar, aiai (E tadinha da
Tae, quase morre de infarto, de felicidade, claro kk)
Por mais que o final do capítulo tenha sido bem feliz, o ponto forte dele foi a conversa da Tae com a família. É até clichê, mas infelizmente é uma coisa tão comum :/ Posso dizer que essa cena me tocou, até porque eu já ouvi coisas parecidas de mamãe, mas também por toda a carga emocional que você conseguiu passar. Parecia que eu estava na pele da Tae (não por nada pessoal, mas pelo jeito que você descreveu), deu pra sentir tudo, exatamente. Agora é esperar e ver se o tempo vai ser favorável, porque infelizmente as vezes nem o tempo amenizam as coisas, mas fighting ^^
E esse finalzinho, aaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh, quero morder as duas. Vão se casar praticamente, vou chorar de emoção T.T
Só queria dizer que agradeço por você não ter desistido da fic, eu adoro, acho que você sabe hehe. E também pelo tempo, não que eu esteja dizendo que seja ruim, mas é que me sinto uma senior lendo hahahahahahha
Sério, obrigada por mais um capítulo. Tome seu tempo pra postar até o final, mas não demora muito senão vou morrê >.<
xoxo
momoringgu
#10
MEU DEUS UMA ATUALIZAÇÃO ok, eu to atrasada, mas ainda vou leeeeer. (vi agora por acaso, mas to mortinha aqui, depois comento decentemente, é a emoção do momento)