– Protejam a mansão! - Amber gritava.

Seus homens corriam pelos jardins, tentando conter a massa de inimigos que avançava contra os muros da mansão. Granadas eram jogadas por ambos os lados, explodindo no momento em que tocavam o chão. Seus homens tentavam desesperadamente desviar das granadas enquanto revidavam com disparos. Amber grunhiu, sentindo seu estomâgo se contorcer em apreensão. Um por um, seus soldados caíam. A garota respirou fundo, ajeitando o boné em sua cabeça. Agora era uma questão de segundos para o muro cair. Amber tinha sua arma em mãos e seu exército atrás de si, esperando por ordens. A garota apenas esperava pelo momento certo de contra-atacar.

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Yoona encontrava-se envolta por uma escuridão. Ela tentava se mexer, sem sucesso. Algo a prendia. Yoona começou a se desesperar. Ela tentava se debater, mas continuava presa. Por fim, quando a garota já estava à beira do choro, ela sentiu o peso ser retirado. Lentamente, Yoona conseguiu levantar os braços. Estranhando o fato de ainda estar no escuro, a garota levou a mão aos olhos. Suspirou em alívio ao perceber que uma venda a impedia de abrir os olhos. Agindo rapidamente, Yoona arrancou a venda e levantou-se. No momento em que sentiu seus pés tocarem o chão, a garota assumiu uma posição de combate, pronta para lutar contra algo ou alguém.

Yoona sentiu alguém tocar em seu ombro. Imediatamente, a garota girou nos calcanhares, sua mão fechada acertou em cheio no rosto da pessoa. Com um grunhido, a pessoa caiu ao chão, suas mãos cobriam o nariz que sangrava. Yoona estava prestes a desferir um chute, quando percebeu o erro que cometera. Ela soltou uma exclamação de surpresa, ajoelhando-se ao lado da pessoa. A garota possuía lágrimas de dor nos olhos, enquanto continuava a grunhir. Yoona repreendia-se mentalmente pelo que fizera, enquanto tentava afastar as mãos da outra do nariz ensanguentado.

– Afaste-se dela! - Yoona ouviu alguém gritar, para logo depois ser jogada contra a parede.

A garota levou a mão as costas, sentindo uma dor se fazer presente. Estando atordoada pelo fato de ter acabado de acordar e ter sido jogada contra a parede, Yoona levantou-se lentamente. Ela cambaleou, apoiando-se na parede. Por fim, seus olhos se fixaram na garota que lhe empurrara. Respirando fundo, caminhou até as duas. Quando estava perto o bastante, sentiu uma mão agarrar sua camisa. Yoona fechou os olhos para logo após receber um soco em seu rosto e ser jogada no chão. Ela mordeu o lábio inferior, reprimindo a dor.

– Quem você pensa que é, Im Yoona?! - A outra gritava, desferindo vários socos na garota. Yoona apenas se encolhia, tentando se defender.

– Unnie, pare! - Quase que imediatamente, os socos pararam. Yoona tossiu, sentindo gosto de sangue em sua boca.

Yoona levantou os olhos, encontrando SeoHyun parada à sua frente. A garota tinha os braços abertos, numa posição protetora. Um pequeno sorriso apareceu nos lábios de Yoona, que logo desapareceu quando SeoHyun virou-se. Os olhos da mais velha fixaram-se na trilha de sangue no rosto da outra. Seu nariz estava inchado e vermelho. Uma onda de culpa se fez presente em Yoona. A garota levantou-se, somente para se ajoelhar diante de SeoHyun, inclinando-se até sua testa tocar o chão. Pega de surpresa, SeoHyun não sabia como agir. Ela olhou para a garota atrás de si, que também estava surpresa.

– Me desculpe! - A voz de Yoona chamou sua atenção. A garota continuava na mesma posição.

– Desculpar? Por quê? - SeoHyun indagou.

– N-não foi minha intenção te machucar, SeoHyun-ssi. - Explicou. - Eu estava assustada... Foi puro reflexo... Me desculpe!

– Não se deixe levar por essa conversa, SeoHyun. - A outra garota disse, fria. Yoona engoliu em seco.

– Jessica-ssi, me desculpe por quaisquer transtorno que eu possa estar causando. - Ela não se atrevia a levantar a cabeça. - Não é minha intenção, eu juro.

– Não é sua intenção? - Jessica disse, entre dentes. Ela caminhava lentamente até Yoona. - Não. É. Sua. Intenção?!

– Unnie. - SeoHyun segurou Jessica pelo braço, impedindo a garota de se aproximar mais.

– Me solta, Seo. - Pediu. A garota sacudiu a cabeça. Jessica respirou fundo. - Seo JooHyun, me solte.

– Jessica-unnie, não adianta me pedir. - SeoHyun disse. - Eu não vou deixar você bater nela... Ela já está bastante machucada.

– Bastante?! - Jessica rosnou. - Isso não é nem metade do que eu realmente quero fazer!

– Unnie, você praticamente a espancou! - SeoHyun exclamou, incrédula. - Ela não merece isso!

– SeoHyun, você sabe o que ela e Kwon fizeram. - Jessica abaixou o tom de voz, surpresa com a maknae.

– Sim, eu sei. - Assentiu, soltando o braço da outra. - Mas isso não quer dizer que as pessoas não se arrependem.

– SeoHyun...

– Olhe para ela, unnie. - SeoHyun interrompeu. - Você consegue enxergar a mesma pessoa de anos atrás? Porque eu não consigo.

Jessica suspirou. Seus olhos passearam pela cela, até finalmente pousar em Yoona. A garota continuava na mesma posição de antes, porém, dessa vez, era possível ver suas pernas tremendo. "Deve estar cansada de ficar na mesma posição por vários minutos..." Jessica pensou. Com passos pequenos, Jessica caminhou até a garota. Os olhos de SeoHyun vigiando cada movimento. Jessica parou em frente à Yoona. Colocou o pé em seu ombro, e fazendo um pequeno esforço, empurrou a garota para trás. Yoona caiu de costas no chão, seus olhos arregalados. Jessica se agachou, deixando seus olhos na mesma altura que os da outra. Yoona engoliu em seco, desviando o olhar.

– Vamos fazer um acordo? - Jessica perguntou.

Yoona foi pega de surpresa. Inicialmente ela cogitou a possibilidade de negar, porém ao ver o olhar que Jessica possuía, Yoona lentamente assentiu. Um sorriso apareceu no rosto de Jessica, fazendo a outra arrepender-se pela sua escolha. O primeiro acordo que ela fizera com Jessica a deixara nessa situação. O acordo que era para supostamente proteger Yuri. O acordo que a deixaria livre. Yoona suspirou. Por isso que o cargo de inteligência pertencia à Sunny.

– O acordo é simples. - A voz de Jessica tirou a garota de seus pensamentos. - Você fica longe de SeoHyun. Caso contrário, você sofrerá as consequências.

– Unnie... - Jessica levantou uma mão, silenciando SeoHyun.

– Aceita?

– Não.

– Eu acho que não ouvi direito. - A garota disse, arqueando as sobrancelhas. - Repita.

– Eu disse que não! - Yoona repetiu, aumentando o tom da voz.

–----

– Tiffany, você realmente precisa parar de sair matando as pessoas por aí... - TaeYeon reclamou.

– Mas, TaeTae...! - Tiffany exclamou. - Choi não tirava os olhos de você!

– Você já parou para pensar o porquê disso? - TaeYeon perguntou. Tiffany sacudiu a cabeça. A garota suspirou. - Fany, eu estava matando todos os inimigos. E meu próximo alvo era ela... Mas alguém decidiu se antecipar...

– TaeYeon, você até que poderia agradecer! - A garota retorquiu, magoada. - Eu estava ajudando.

– A sua ajuda atrapalhou os planos de Jessica... - TaeYeon murmurou. Para o seu azar, a mais nova ouviu.

– Quer saber de uma coisa?! Não espere mais a minha ajuda! - Tiffany exclamou, irritada. Ela se levantou da cama em que estava sentada e caminhou até a porta do quarto. Porém, antes de sair, virou-se. - Só para a sua informação, ela não está morta. Ou seja, eu não atrapalhei nada!

– Tiffany... - TaeYeon levantou, caminhando até a outra.

– Não, TaeYeon! - Disse, empurrando a garota para longe. - Você e Jessica sempre ficam escondendo coisas de mim! E sempre que eu tento ajudar, eu só recebo reclamações!

– Tiffany, nós fazemos isso pelo seu próprio bem... - Novamente foi interrompida. TaeYeon suspirou.

– Eu não quero saber! - E com isso, a garota saiu do quarto, batendo a porta com força.

"Como era esperado..." TaeYeon pensou, voltando a sentar na cama. Ela não iria atrás de Tiffany, pois sabia que se caso fosse, a probabilidade de se machucar era grande. Tiffany era o tipo de mulher que quando irritada, o melhor a se fazer é ficar longe. TaeYeon voltou a suspirar, deitando-se na cama. Ela esperaria pelo momento em que Tiffany estivesse mais calma para conversar com ela. A última coisa que TaeYeon precisava agora era sua namorada gritando no seu ouvido, como se já não bastasse os gritos enraivecidos de Jessica. A garota respirou fundo, passando a mão pelo rosto.