Capítulo 9 - Retrocesso Pt.2

Starlit Night

- Estou pronta… - respondeu Yoon, engolindo em seco e respirando fundo…

*flashback*

Dois meses antes ‘daquela noite’

Yoon estava, como sempre, a discutir com Youngjae e Daehyun. A sua cozinha parecia ter-se tornado num campo de batalha, pois os rapazes tinham-se aventurado a tentar fazer um cheesecake para se deliciarem com ele enquanto viam um jogo de basquete da sua equipa preferida. Resultado: havia doce de morango espalhado por toda a bancada, bolachas esmigalhadas no chão, líquidos não identificados no tecto, para além de terem sido idiotas ao ponto de rebentarem com o microondas e terem metido o suposto cheesecake no forno.

- Portanto, podes limpar isso enquanto vemos o jogo ! – ordenou Youngjae.

- O quê ?! Tu é que fazes a porcaria, e rebentas com o microondas, e tu e o teu amiguinho ficam descansados da vida ?! Tenho cara de quê, empregada ?!

- És mulher, podes perfeitamente tratar disso. Afinal a cozinha é o teu lugar – Daehyun interviu, sorrindo maliciosamente, sabendo que estava a enervá-la. – Estás a fazer-nos perder o jogo, embora !

- O que é que disseste ? – começou Yoon baixinho, num tom quase ameaçador. – Sou algum pau mandado que possas pôr e dispor cada vez que fazes asneiras ou que não te apeteça fazer algo ?! Lá por tratares as outras como bonecos, não quer dizer que o possas fazer comigo ! Não me importo com partidas idiotas e bocas estúpidas, mas isto ?! Isto é baixo, até para ti, Jung Daehyun ! – Yoon gritava, farta de tudo o que tem vindo a aturar nos últimos anos.

- Se fosse o teu namorado ias feita cadela fazer o que ele manda, aposto – vociferou Daehyun, mostrando mais uma vez o seu desagrado por Taemin, enquanto Youngjae se afastava devagar em direção à televisão. Era mais seguro do que estar no meio de uma discussão entre aqueles dois.

*pausa*

- O quê ? Aquele Jung Daehyun chamou-se o quê ?! – Yoon nem queria acreditar no que tinha ouvido, claramente irritada.

- Vais deixar-me continuar ? Ele também me ofendeu aqui, nunca fiz nada que não quisesses e nunca te obriguei a nada…

- Araseo, continua…

*continuação*

- O que é que me chamaste, seu sacana ? – Daehyun apercebeu-se do que tinha dito, agora teria que ir até ao fim, já não havia volta a dar.

- Ouviste perfeitamente o que disse !

- Seu filho de uma… - Yoon ainda nem tinha acabado a frase e Daehyun levantou a mão como se fosse para lhe bater.

- Não te atrevas a tocar-me…

- Quanto queres apostar ? – Daehyun tinha um sorriso sádico na cara e balançou a mão em direção à cara de Yoon.

- NÃO ME TOQUES ! – gritou ela o mais alto que conseguiu, de olhos fechados. Ao ver que nada acontecia, abriu um olho e depois o outro verificando que a sua casa estava às escuras e que a mão de Daehyun parou a milímetros da sua face, ambos espantados pelo que tinha acontecido. Na sala só se ouvia um Youngjae furibundo porque não podia ver o jogo.

Yoon correu à janela para ver se tinha sido apenas a sua casa, mas toda a rua estava às escuras. O curioso era que as outras ruas estavam todas iluminadas.

*fim de flashback*

- E foi aí a primeira vez que os teus poderes se manifestaram.

- O quê ? Não me digas que sou um interruptor… - afirmou Yoon sarcasticamente, revirando os olhos. Taemin olhou-a de lado, julgando-a. – O que foi ?

- Não, Yoo Joo Chan, não és um interruptor – suspirou ele enquanto dava palmadas suaves no topo da cabeça dela. – O teu poder é um tanto ou quanto invulgar. Tentei averiguar, mas não tem só a ver com a electricidade em si; tem a ver com todas as formas de energia, o que é estranho. Houve uma vez, quando te apercebeste do que eras capaz, que andaste a brincar com os teus poderes enquanto estavas a cozinhar e explodiste a panela – ele riu-se ao lembrar-se da cara dela quando aquilo aconteceu, porque ele estava lá nesse momento, apesar de fingir que não sabia de nada.

- Estás a brincar comigo, certo ? – Yoon nem queria acreditar que tinha feito aquilo.

- Não estou a gozar ! Segue-me. – Taemin ordenou-lhe e ela seguiu-o até uma arrumação. Ele parecia estar a procurar algo quando de repente exclamou vitorioso e passado uns segundos mostrou-lhe um disco prateado e sujo de preto com vários rectângulos mal feitos a rodeá-lo.

- E isso é…? – perguntou-lhe Yoon.

- A panela que explodiste – respondeu Taemin animado, e Yoon abriu a boca em choque. – Depois disto aprendeste a fazer pipocas – deitou-lhe a língua de fora, ao que ela respondeu com um bater leve no braço e sorriu.

- Então mas é isso ? O meu poder é fazer explodir coisas ? – perguntou ela, gozona, enquanto voltavam ao quarto.

- Não… Eu próprio não sei, nunca tinha visto nada igual, portanto chamei-o de energia, simplesmente.

- Hmm – Yoon adotou uma pose pensativa, avaliando o nome. – Parece-me bem ! – piscou-lhe o olho, ao que Taemin sorriu enquanto se sentavam na cama. – Então e o resto ?

- Impaciente… - queixou-se Taemin.

*flashback*

Uma semana antes ‘daquela noite’

Yoon tem vindo a sentir que alguém a anda a seguir ou algo do género. Tem quase a certeza que viu um vulto no descampado enquanto estava a praticar um pouco com os seus poderes. Ninguém podia saber que tinha este dom, nem Annie, Sunnie, ou mesmo Taemin, mas se alguém a andava a vigiar podia tornar-se perigoso e ela nem sequer sabe controlar os seus poderes.

Em casa, decidiu ir ao velho escritório do pai. Ele faleceu há imenso tempo, ninguém daria conta se tivesse lá entrado pois aquele espaço é inabitável, praticamente ninguém entrava lá. Yoon dirigiu-se à secretária e abre a gaveta, sabendo o seu conteúdo: a velha arma do seu pai. “Nunca se sabe se vai ser precisa…”, pensou ela receosa. Só o facto de ela pensar em disparar sobre alguém, mesmo que seja em sua defesa, deixava-a a tremer, e tendo a arma na mão ainda a deixava mais ansiosa. Ouviu passos e escondeu a arma na parte de trás das calças como viu nos filmes, e rapidamente se colocou ao pé de uma das estantes cheias de livros. O autor dos passos era Daehyun.

- Que estás a fazer aqui ? – perguntou ele com um sorriso.

- N-nada. Só a escolher um livro para ler… - disse ela, fingindo que tirava a sua atenção dos livros e a passava para ele. – Porquê ? Queres algum ?

- Não, não. Só fiquei curioso por a porta do escritório estar aberta, não é normal.

- Também estava a achar estranho quereres um livro. Sempre julguei que não sabias ler… - e antes que Daehyun respondesse, Yoon pegou num livro ao acaso e foi em passo rápido para o seu quarto.

Fechou a porta atrás de si e mandou o ‘Dicionário Coreano-Inglês’ para cima da cama, retirando cautelosamente, de seguida, o desconfortável volume que tinha na parte de trás das calças. Abriu uma das suas gavetas cheias de roupa e ocultou-a no fundo da mesma.

- Yoonie ! – ouviu a voz da mãe a chamá-la, o que a fez assustar-se. – Anda, o jantar está na mesa !

- Vou já ! – respondeu Yoon, fechando a gaveta na certeza de que ninguém iria descobrir o que estava ali escondido.

*fim de flashback*

- E-eu peguei numa arma ? – perguntou Yoon olhando para as suas mãos e engolindo em seco enquanto estas imagens passavam na sua cabeça.

- Não fizeste nada com ela, descansa – ela respirou fundo ao ouvir isto, aliviada. – Mas ainda não acabei…

*flashback*

Yoon viu claramente. Duas pessoas encapuçadas vinham atrás dela desde que saiu da escola, e por essa mesma razão andou às voltas por Seoul a ver se os despistava. Ao início ela apenas seguiu pelo seu caminho normal, mas ao reparar que as duas pessoas não a deixavam, ela alargou o passo.

- Parece que afinal não andavam atrás de mim – pensou alto enquanto virou a cabeça para a direção de onde tinha vindo. Ao voltar-se para a frente, viu as mesmas duas pessoas encapuçadas a sair numa das ruas e a voltar-se na sua direção. Yoon não teve escolha a não ser ir por caminhos mais complicados, fazendo mil planos na sua cabeça enquanto corria pela sua vida. “Não me posso esconder em casa… E se eles magoam a mãe, a Sunhwa e o Jae ?” Yoon olhou para o telemóvel para ver as horas, reparando que a casa devia estar vazia naquela altura. Olhou para trás e viu que os dois vultos debatiam-se com a enorme quantidade de pessoas que estavam na rua, e decidiu tomar um atalho para sua casa enquanto corria o mais depressa possível. O plano era simples: tinha que entrar, recolher tudo o que era indispensável, e sair o mais depressa possível.

Entrou em casa a correr, e a primeira coisa que fez foi ir a seu quarto, pegou numa mala e meteu lá para dentro várias mudas de roupa e o mealheiro. Ao remexer noutras gavetas pegou na arma. Não se demorou muito tempo a admirá-la e colocou-a de imediato na mala, pensando aterrorizada que talvez a pudesse usar. Desceu rapidamente, agarrou em vários tipos de enlatados e de outras coisas para se comer sem serem cozinhadas e procurou as chaves do seu futuro carro – apesar de ainda não ter tirado a carta, Yoon já sabia guiar, fruto de várias aventuras com o seu irmão – rezando para que ele funcionasse. Correu porta fora e entrou imediatamente no veículo, metendo a chave na ignição e tentado fazê-lo arrancar mas…nada acontecia.

- Agora não, por favor, liga-te ! – gritou Yoon suplicando, mas o carro permaneceu imóvel. Continuou a tentar ligá-lo, até que olhou para o lado e lá estavam os dois vultos. Aterrorizada, continuou a tentar, até que um deles falou.

- Yoon~ - ela congelou por segundos ao reconhecer-lhe a voz, de tão bem que a conhecia e de tantas vezes que a tinha ouvido. Era Daehyun. – Yoon, minha querida, agora já não vale a pena fugir – continuou ele, baixando o capuz e encostando-se ao carro. – Tenho pena que as coisas tenham chegado a este ponto – Yoon ainda tentava ligar o carro com a última réstia de esperança que possuía. Vendo que Daehyun não fazia nada, o segundo vulto aproximou-se do carro.

- Acaba com essa brincadeira e trá-la connosco – ordenou o segundo vulto. Yoon reconheceu que era uma mulher e também conhecia aquela voz. Ela tirou o capuz e revelou ser Yena. Yoon estava chocada ao olhar para a amiga, desistindo de tentar ligar o carro. Yena sorriu-lhe maliciosamente enquanto exclamava “Surpresa !”, com toda a alegria na sua voz como se de uma festa de anos se tratasse. Daehyun olhava para Yoon como se lhe pedisse desculpa, e ao ver que ele não agia, Yena abriu a porta do carro e deu uma descarga eléctrica a Yoon.

A última coisa que ela viu antes de ficar inconsciente foi o céu estrelado enquanto uma lágrima lhe escorria pela face.

*fim de flashback*

- Yoonie… - murmurou Taemin, enquanto ela chorava baixinho e as imagens que se tinham passado na sua cabeça começavam a ganhar sentido. Nunca pensou que Daehyun poderia ter feito uma coisa daquelas, sabia que eles tinham tido as suas brigas, mas aquilo ? E Yena ? Sempre pensara que apenas a tinha conhecido na faculdade, mas afinal ela sempre estivera lá…

Taemin abraçou-a fazendo-lhe festas na cabeça, sabendo que não ia fazer a dor desaparecer. – Já chega, vamos parar por aqui, não suporto ver-te assim.

- Não ! – exclamou Yoon, limpando as lágrimas e respirando fundo. – Continua, preciso de ouvir isto.

Taemin ia abrir a boca para recusar o seu pedido mas, ao ver a determinação nos olhos dela, desistiu e suspirou.

*flashback*

Yoon acordou, com dificuldade, no meio do descampado, presa a uma árvore com correntes. A primeira coisa que ouviu foi Daehyun a discutir com Yena.

- Porque raio a deixaste assim ? Quase a mataste, tens noção ?!

- E depois ? – perguntou ela com um ar despreocupado. – Se não fosse assim nunca mais conseguirias trazê-la ou fazer dela o que quer que fosse.

- O objectivo é levá-la viva ! Não te lembras do que o Alfa quer ?

- O Alfa quer os poderes dela, não ela… Para além disso, porque achas que estou aqui ? O Alfa enviou-me porque tinha dúvidas em relação à tua prestação nesta parte do trabalho.

- Que queres dizer com isso ? Sabes perfeitamente que…

- Idiota, até o mais cego via que começaste a ter sentimentos pela miúda. Vê se atinas ! Já te esqueceste das regras ?

- D-Dae… Onde estou ? – Yoon murmurou, finalmente conseguindo falar. Yena sorriu maliciosamente.

- Uh, vejam só quem acordou ! Bom dia, Bela Adormecida ! Ou devo dizer…boa noite ? – ela aproximou-se e agachou-se até ficar ao nível dos olhos de Yoon. – Agora vai começar a festa… - Yoon olhou aterrorizada para a rapariga, alternando o seu olhar entre ela e Daehyun, pedindo-lhe auxílio; ele simplesmente virou costas.

- Jagiya – chamou-o Yena. Ele virou-se, desagradado, para ouvir o que ela tinha a dizer. – Posso fazer-lhe o que quiser ? – Daehyun limitou-se a encolher os ombros em resposta e afastou-se, encostando-se ao que restava de um velho muro. Yena sorriu e voltou a virar-se para Yoon. – Vamos divertir-nos imenso, Yoonie-ah ! – e ao dizer isto, a sua mão emitia choques eléctricos.

A tortura tinha começado.

Primeiro ela começou com pequenos choques nos braços de Yoon, mas passado pouco tempo fartou-se. O local onde eram dados os choques foi mudando e a sua intensidade aumentou e os gritos de Yoon também, tornando-se insuportável. Ela parou e levantou-se, indo em direção à sua mala que estava pousada ao pé de Daehyun, que se manteve impávido e sereno a assistir à cena. Yoon agradeceu esta pausa, esperando que tudo já tivesse terminado, mas Yena estava de volta com um objecto nas mãos.

- O quê ? Julgavas que já tinha terminado ? – perguntou com um ar incrédulo. – Aquilo foi só o aperitivo, agora é que vou começar a sério. Tenho algumas perguntas para ti e vais ter que responder o que quero, senão… - Yena rasgou uma manga da camisola de Yoon, e revelou o objecto que tinha na mão: uma faca-de-mato. Lentamente, Yena fez um corte no antebraço da vítima, ao mesmo tempo que emitia um choque eléctrico. A dor era excruciante e Daehyun desviou o olhar ao ouvir os gritos de Yoon.

- Onde anda o teu namoradinho quando mais precisas ? Aposto que ele só te estava a usar para também conseguir os teus poderes – continuou a fazer cortes, desta vez na barriga de Yoon, enquanto esta chorava com dores, e o seu olhar era de quem não entendia o que ela estava a dizer; Yena parou subitamente. – O quê ? Não sabias que ele também é como nós ? Ali o teu grande amigo Daehyun também, mas só é perigoso nas palavras – afirmou piscando o olho e continuando a tarefa anterior.

- E o teu irmãozinho, onde anda ? Quero fazer outro género de coisas divertidas com ele… Aposto que vai ser es-pe-ta-cu-lar ! – Yena ria às gargalhadas devido ao que lhe passou pela cabeça.

De repente, ouviu-se um barulho vindo de perto dos carros e Yena levantou-se imediatamente, juntando-se a Daehyun, para ir verificar o que tinha sido. Taemin, alvoraçado, desce da árvore num salto, imediatamente assustando uma Yoon lavada em lágrimas e sangue, quase inconsciente.

- Yoonie ! Yoonie ! Perdoa-me, mas não pude fazer nada antes ! – suplicou ele, libertando-a das correntes e abraçando-a de imediato. – Anda, temos que sair daqui !

- Not so fast ! – gritou Yena, já de volta, lançando a faca electrificada na direção deles os dois, a que Taemin conseguiu desviar-se por milímetros, espetando-se no chão mesmo à sua frente. – Sempre quis dizer isto ! Pena não ter acertado !

Daehyun apareceu arrastando Youngjae pelo colarinho, tinha sido ele o autor do barulho. Atirou-o para o chão e meteu-lhe um pé em cima da cabeça, certificando-se de que ele não se levantava.

- Que bonita reunião de família, agora matamos dois coelhos de uma cajadada só, jagiya ! – exclamou Yena, sorrindo.

- O que se passa aqui, Daehyun ? Que raio estão a fazer à minha irmã ? – vociferou Youngjae, exigindo explicações. Daehyun deu-lhe um pontapé para o fazer calar.

- Desculpa… - murmurou ele para o suposto amigo.

Taemin pousou Yoon o mais gentilmente possível, pegou na faca que Yena tinha arremessado e atacou-a, Houve várias tentativas de a golpear, mas sem sucesso pois ela conseguia sempre defender-se, até que ele lhe fez um golpe ligeiro na cara. Ela parou, como que chocada, e tocou na ferida, sentido o sangue nos seus dedos. Riu-se de modo maníaco e, vindo do nada, Daehyun desfere um murro nas costelas de Taemin. Ofegante, começou a lutar com os dois oponentes para defender os gémeos.

Aproveitando a confusão, Youngjae levantou-se e correu para junto da irmã, segurando-a nos braços.

- Yoonie ! Yoon ! YOO JOO CHAN, fala comigo sua idiota ! – gritou em preocupação, ao ver as suas mãos cobertas pelo sangue da irmã.

- J-Jae… - sussurrou ela quase sem forças, metendo uma mão na face dele. – Sai daqui, por favor…

- Não te vou deixar aqui, temos que chamar a polícia e… - Youngjae foi interrompido por Yoon.

- Não ! – tentou falar mais alto. – Não podes chamar ninguém, só se iam magoar mais pessoas. Vai-te embora, esconde-te, protege a mãe, a Sunhwa, a Annie e a Sunnie…

- Nem pensar, tu vens comigo !

- Yoo Youngjae ! Sou tua noona, faz o que te digo !

- Não é hora de te armares em noona ! Estás ferida !

- Não o posso deixar… - sussurrou Yoon, olhando para Taemin, que ainda lutava com o duo, com lágrimas nos olhos. – Ele vai fazer tudo para ficar bem, acredito que sim…

- Porquê ? Por que é que tudo isto te aconteceu ? – disse Youngjae com lágrimas nos olhos, não podendo fazer nada pela irmã.

- Se tu e o Daehyun fazem-me coisas más…porque não poderiam outros fazer o mesmo ou pior ? – Yoon respondeu-lhe enfraquecida e deu-lhe uma pancadinha leve na testa. – Pabo-ya… Eu fico bem… Foge… - e perdeu os sentidos.

- Yoonie, Yoonie ! Fala comigo ! Acorda ! – ao ouvir os gritos suplicantes do gémeo, Taemin distraiu-se da luta e olhou para os irmãos. Vendo esta aberta, Yena aproveita e descarrega-lhe um choque eléctrico com uma alta voltagem, que o faz cair e o imobiliza. Daehyun, finalmente pára um pouco e olha para os gémeos, apercebendo-se da situação: ambos estavam cobertos de sangue e Yoon não reagia ao irmão, por muito que ele a abanasse e gritasse.

- Yoon ! – gritou ele, chocado por a ver assim. Ele correu em direção dos irmãos, tal como Yena, que estava pronta a matar os gémeos. Youngjae agarrou a sua irmã com força, encolhendo-se sobre ela para a proteger.

- Aaaaaaah ! – gritou. Yena e Daehyun foram projectados para longe, o que deixou Youngjae admirado porque nada assim tinha acontecido com ele.

Finalmente tinha descoberto o seu poder.

*fim de flashback*

Yoon estava lavada em lágrimas com toda a história. Ela quase morrera, quase perdera Taemin e o seu irmão, Yena era uma traidora, e Daehyun tinha-a enganado este tempo todo. Nada era o que parecia.

- O Youngjae sabe disto ? E como raios ele apareceu lá ? – perguntou, fungando e tentando acalmar-se.

- Segundo as memórias dele, ele estava a voltar para casa quando ouviu os teus gritos e escondeu-se para tentar ver. Infelizmente deu um pontapé numa lata e foi logo apanhado, como ouviste. E não, ele não sabe de nada, só eu, Daehyun, Yena, e agora tu, é que sabemos. Quando estavas a ser tratada no hospital fiz questão de apagar todas as tuas memórias relacionadas comigo, com os teus poderes e com aquela noite. Ao teu irmão fiz o mesmo, mas deixei-lhe ficar o momento em que lhe disseste as últimas palavras antes de ficares inconsciente – Yoon acenou com a cabeça, compreendendo. – Ao perceber que estavas no hospital, Daehyun inventou que te tinha encontrado a seres vítima de bullying, mas que não tinha conseguido fazer nada. Ainda hoje ele está desconfiado porque lembra-se do Daehyun naquele local.

- Por que não lhe apagaste tudo como fizeste a mim ?

- Porque tinha de arranjar maneira para mais tarde os poderes dele voltarem a despertar. O Youngjae é um escudo, e os seus poderes acordaram na necessidade de te proteger. – ele fez uma pausa, pois ela tinha ficado espantada com os poderes do irmão. – Sei que foi cruel, mas era a única forma.

- E porque é que não tenho quaisquer cicatrizes que me marcassem daquela noite ?

- Uma pessoa da minha organização que tem os poderes de cura veio tratar-te… Enganei os médicos e retirei-lhes umas memórias ou outras…

Compreendendo e interiorizando o que ele disse, Yoon encostou-se a Taemin, procurando conforto, e ele abraçou-a, beijando a sua cabeça suavemente. Eram demasiadas coisas novas e pesadas para serem ouvidas se uma vez só. Permaneceram assim algum tempo até que o momento foi interrompido pelo telemóvel de Taemin que tocava no seu bolso das calças.

- Yoboseyo ? – disse, atendendo o número desconhecido.

- Annyeong, Taemin-ssi ! – exclamou uma voz feminina do outro lado da linha. – Lembraste de mim ?

Não foi preciso um grande exercício mental para reconhecer aquela voz. – Yena… - afirmou ele com desprezo, enquanto Yoon o olhava aterrorizada.

- Ohohoh, vejo que te lembras !

- O que queres ?

- Creio que tenho algo que vos pertence… - Taemin ficou pálido ao ouvir o que ela continuou a dizer.

- Y-Youngjae…?


Um capítulo enorme para compensar a falta de tempo sem atualizar :D

E pronto, agora já percebem tudo o que estava para trás ! 

Ken... You... Bii-

FORGET, I WOBE YOU T^T

Like this story? Give it an Upvote!
Thank you!
Cheesecakenham
Obrigada a todos os que acompanharam :D Chequem as minhas histórias para verem a minha nova fic "Black Eyes, Red Heart"

Comments

You must be logged in to comment
MatoPlanet
#1
Chapter 17: OMFG Eu adoreiiiii... uma das melhores fanfics q ja li sinceramente... omfg tou aqui a chorar feita parva... tão triste mas... simplesmente awesome. :D
HailieKibum
#2
Chapter 17: EU PENSEI QUE ELA IA APARECER ASSIM DO NADA MAS AFINAL NÃO E AGORA ESTOU A CHORAR
HailieKibum
#3
Chapter 16: O QUÊ?!?!!!
HailieKibum
#4
Chapter 15: [YONGGUK VOICE] Only one shot.
HailieKibum
#5
Chapter 14: Acho que é escusado dizer que quero mais, porque acho que é obvio. u_u Update soon, pleeease.
HailieKibum
#6
Chapter 10: "Não me digas que sou um interruptor!" Ahah. xb
Sunniewoo
#7
Chapter 6: Isto está a ser tão bom!! Adoro *___*
Vá, vai lá continuar, vai xD