Out of Limit

Spotless Mind

- YAH! Kim Himchan, para onde me estás a levar?! – Gritei, tentando soltar-me dos braços deles.

- Se queres continuar viva está quieta e mantém a boca fechada! – Sussurrou ele, enquanto me levava ao colo para fora daquele sítio horrível.  – Esconde-te aí! – Avisou-me ele, sentou-me no chão atrás de uma secretária de forma a ninguém me conseguir ver. Fiz o que ele mandou e permaneci em silêncio, controlando a minha respiração. Ouvi-o falar com alguém.

- Bang Leader! O meu trabalho está terminado. – Ouvi o Himchan dizer.

- Isso quer dizer que não haverá qualquer vazamento de informação, certo? E quanto ao corpo? Livraste-te dele? – Levei as mãos à boca, percebendo que naquele momento eu devia estar morta, não ali.

- Claro que sim, Bang Leader! Então, com a sua permissão. – Fiquei parada, sem mexer um único músculo, à espera que o Himchan voltasse, enquanto ouvia o som de passos a afastarem-se. Uns 2 minutos depois o Himchan estava de volta, deixando-me bastante aliviada. Ele baixou-se e disse-me para subir para as costas dele. Poucos minutos depois estávamos fora daquele grande edifício que eu reconheci de imediato. Não ficava a muitos metros de minha casa, era na parte abandonada da cidade.

- Himchan, para onde me levas? – Perguntei-lhe, sentindo ainda uma forte dor na barriga. Ele acelerava cada vez mais o passo enquanto ia olhando para trás. 

Depois de quase 1 hora finalmente chegámos a um enorme portão, que eu reconheci de fotografias que já tinha visto. Era a Casa Azul. Os guardas presidenciais rapidamente aproximaram-se de nós.

- Quem são vocês e o que estão aqui a fazer?! – Perguntou autoritariamente um deles.

- Deixe-me falar com a Presidente, por favor! É um assunto que com certeza lhe vai interessar. – Afirmou o Himchan, ainda a segurar-me nas suas cavalitas. Naquele momento soltei um gemido, a dor estava cada vez mais forte, precisava de repousar em algum sítio.  Senhorita, está ferida?! – Perguntou o mesmo guarda.

- Sim, ela está ferida! Podem ajudar-nos, por favor? – Disse o Himchan, sem me deixar responder. – Digam à Presidente que em troca de proteção tenho informações acerca da sua filha. 

Sem pensar duas vezes o guarda fez sinal aos outros atrás de si, e fomos guiados até ao interior, onde um carro nos veio apanhar para nos levar ao grande edifício. Assim que entrámos, ao fundo das escadas estava a Presidente, provavelmente à nossa espera.  És tu o rapaz que diz saber algo da minha filha? – Perguntou ela, aproximando-se de nós com precaução, seguida dos seus guardas.

- Eu conto-lhe tudo, mas antes disso, por favor, prometa-me que ajuda a Boo Na. – Implorou o Himchan, ajoelhado no chão, ainda comigo nas suas costas.

- Claro, vou mandar preparar o quarto. – A Presidente deu ordem a uma das senhoras que estava a limpar o chão. – Diz-me, sabes onde está a minha Park Bong Soon?

- Não exatamente. – Respondeu o Himchan, deixando uma expressão de tristeza na cara da Presidente. – Mas ela pode estar em grande perigo neste momento. Se não faz alguma coisa vai perder tanto a sua filha como o seu país!  A Presidente ficou completamente alerta e pediu para que ele continuasse, dando-nos assim proteção. – Já ouviu falar dos Modok? São um grupo criado pelo Presidente da Coreia do Norte. Há muito tempo que eles andam à procura de pistas para encontrarem a menina, desde que descobriram que a suposta morte dela era tudo uma mentira, e que ela foi arrancada dos seus braços à nascença pelo bem deste país. Penso que eles já a encontraram. – Vi a cara assustada da Presidente, o Himchan deu-lhe as indicações do local onde eles estavam assim como do local onde a Hyun Ji morava e ela rapidamente mandou preparar os seus homens. 

- Como sabes isso tudo? – Perguntou ela ao Himchan, enquanto me ajudava a levantar.

- Eu fui treinado com eles. Os métodos deles são tão macabros que nos fazem esquecer completamente quem somos. – Ao ouvi-lo dizer isto, comecei a compreender tudo aos poucos.

- Por agora vou fazer o que prometi, vocês vão ficar os dois aqui, o quarto já está preparado. Depois vejo o que faço contigo. – Disse ela cheia de ódio.

Apoiei-me nos ombros do Himchan, e um dos guardas guiou-nos até ao quarto que tinham preparado, avisando que ia trancar a porta para segurança de todos. O Himchan ajudou-me a sentar no chão, ao fundo da cama, encostando-me a ela.

- Como é que te lembraste de mim? – Perguntei, enquanto me ajeitava, de modo a ficar minimamente confortável.

- Sinceramente não sei, apenas lembrei. – Respondeu ele, sentando-se na cama, atrás de mim. Uma lágrima escorreu pelo meu rosto.

- Estou tão assustada! E se eles nos encontram? E se vais preso?– Solucei olhando para trás na direção dele.

- Não te preocupes, aqui estamos em segurança. E mesmo se for preso pelo menos sei que tu vais ficar bem. – Senti os braços dele à minha volta.

– Vai ficar tudo bem, confia em mim. – Olhei para cima, e lá estava ele, a olhar para mim, aproximando-se cada vez mais, até os seus lábios tocarem nos meus.

 

Hyun Ji’s POV – 

O Jongup atirou-me ao chão e eu caí de joelhos, sentindo-os a arder. Estava no armazém onde a Boo Na tinha encontrado o Daehyun, o que me deixou completamente assustada. 

- Agora só temos que esperar que o Bang Leader chegue. Muito em breve o nosso objetivo estará completo. – Disse o Jongup para o tal de Youngjae, que se manteve sentado em cima de um pequeno monte de tijolos. 

- Jongup, o que se está a passar?! O que é tudo isto? – Gritei, ao que ele me respondeu com um murro na cara. Bati com a cabeça naquele chão frio, estava cheia de dores por todo o corpo. Comecei a chorar e a gritar por ajuda.

- Não te vais calar?! – Ralhou ele, mas eu nem sequer lhe dei ouvidos, apenas continuei a gritar por socorro. Vi-o aproximar-se de mim novamente, e deu-me um forte pontapé nas costelas, fazendo-me levar os braços à barriga, encolhendo-me com as dores. – Já não te tinha avisado para te calares?! – Gritou-me agarrando-me os braços, e voltando a dar-me um murro na cara, exatamente no mesmo lado do anterior. Vi-o afastar-se e pouco depois estava de volta, com uma corda. Atou-me as mãos uma à outra, e prendeu-as a um ferro que estava na parede atrás de mim. – Agora vamos ver se te calas ou não! – Olhei para a cara dele, deixando-me completamente aterrorizada, parecia a cara de um psicopata. Começou a desapertar-me as calças e a puxá-las  para baixo, o suficiente para se verem os meus joelhos. Esperneava e esperneava, mas sem qualquer efeito. – Youngjae, queres vir divertir-te comigo? – Olhei para o outro raptor, a tentar pedir-lhe ajuda com o olhar. Mas assim que senti as mãos do Jongup a tentarem tirar-me a roupa interior, o medo aumentou. Gritei, implorei para que ele não fizesse aquilo, mas nada o parava. Fechei os olhos, e aquelas mãos imundas largaram-me e logo em seguida ouvi um estrondo. Abri os olhos e ali estava o Youngjae, com um taco de basebol na mão. Mandei um grito ao ver o Jongup estendido no chão, com sangue a escorrer pela cabeça. Fiquei completamente paralisada, sem saber o que fazer ou dizer. O Youngjae estendeu-me a mão, mas eu hesitei.

- Vem comigo, vou tirar-te daqui. – Rejeitei a oferta de ajuda dele, estava demasiado aterrorizada para confiar fosse em quem fosse. Sem se importar com o que eu queria, ele levantou-me, agarrou-me pela mão e saímos os dois dali. – Diz-me onde é a tua casa. O Leader não sabe onde moras, lá estás em segurança. – Fui-lhe indicando o caminho ainda meio receosa, e finalmente chegámos lá. 

- Obrigada, Youngjae. – Disse-lhe abraçando-o por ele me ter livrado daquele pesadelo, sem pensar sequer duas vezes. Ele perguntou-me onde estava a mala dos primeiros socorros e foi buscá-la. – Mas porquê? Por que razão traíste os teus amigos por mim? – Perguntei-lhe enquanto ele me tratava das feridas nos joelhos.

- Consigo aguentar muitas coisas, mas o que ele te tentou fazer é completamente imperdoável. – Ouvi-o suspirar, enquanto colocava o último penso no meu joelho. – Na verdade, quando era pequeno... – Ele parou de falar, meio hesitante.

- Não precisas de me contar. – Disse-lhe, tentando mudar-lhe aquela expressão infeliz.

- Não. Deixa-me contar. Preciso de contar isto, preciso de ultrapassar isto. – Ele sentou-se ao pé de mim, e eu coloquei a minha mão por cima da dele, de forma a tentar dar-lhe algum apoio. – Quando era pequeno vi a minha irmã passar pelo mesmo que tu. – Não fiz qualquer tipo de som, mantive-me a ouvir atentamente. – Mas eu era demasiado novo para conseguir parar aquele homem. E depois... a culpa foi toda minha... eu não a ajudei... ela morreu por minha culpa! Nem sequer sei se ela teve um funeral digno. Levaram-me para me juntar aos Modok, e finalmente consegui voltar ao meu país, mas nem sequer sei se os meus pais ainda estão vivos. – Vi as lágrimas dele começarem a aparecer, e instantaneamente abracei-o com toda a minha força.

- Não chores. A culpa não é tua. Por favor, não chores. – Ele encostou a cabeça ao meu ombro, e deixei-o estar assim até se acalmar.

Alguns minutos depois a porta abriu e graças a deus foi o Daehyun que entrou, são e salvo, assim como a Hae Mi e o Junhong, e mal me viram vieram abraçar-me. 

- Onde está a Sun Ah? – Perguntei-lhes, ao que eles responderam com um abanar de cabeça. – O que querem dizer com isso?

- A culpa foi minha, ela encontrou-me estendido no chão, e apareceu lá um homem. Ele queria matar-me, mas a Sun Ah colocou-se à frente. Ela salvou-me, nunca me hei-de perdoar. – Soluçou o Daehyun, lavado em lágrimas. Eu e a Hae Mi abraçámo-lo, dando-lhe o nosso apoio. Ainda mal tínhamos tido tempo para dizer fosse o que fosse ouvimos um estrondo vindo da porta.

- Bang Leader! – Afirmou o Youngjae em sobressalto. 

- Finalmente encontrei-te pirralha! – Ele apontou-nos a arma e mandou-me para ao pé dele, caso contrário disparava. Antes de conseguir dar o primeiro passo o Youngjae colocou-se à minha frente.

- Não vais a lado nenhum! – Ordenou-me ele. – Se quiseres matar alguém, primeiro mata-me a mim! – Puxei o Youngjae, para que ele recuasse, mas ele simplesmente não saía dali. 

- Como queiras! Não me serves de nada vivo! – Encostei a cabeça às costas do Youngjae, fechei os olhos para não ver nada e ouvi um tiro. Senti as costas do Youngjae separarem-se da minha cara. Não queria acreditar no que estava a acontecer. Abri os olhos e vi o Leader morto à nossa frente, o Youngjae estava de joelhos aterrorizado, e os guardas presidenciais estavam à porta, com as armas apontadas ao Leader.

 

x

Acordei bem cedo, olhei para o lado e vi o Himchan a dormir ao meu lado, o que me fez esboçar um enorme sorriso. Dei-lhe um beijo na testa para o acordar. Ele abriu os olhos e sorriu.

- Bom dia! – Ele puxou-me para cima do seu peito e encostei a cabeça em cima dele. Uns minutos depois ouvimos a porta a ser destrancada, fazendo-nos separar um do outro imediatamente.

- Hyun Ji! – Gritei de felicidade ao ver a minha melhor amiga ali. Saltei fora da cama e corri até ela abraçando-a. – Estou tão feliz por estares bem. 

- Não podia estar melhor, afinal de contas encontrei a minha mãe! – Afirmou ela com um enorme sorriso na cara. – E o Himchan? Disseram-me que ele estava por aqui. – Apontei para a cama, fazendo-a olhar para lá. – Hmmm, estou a ver que a noite foi animada! – Disse ela a fazer troça das nossas bochecas vermelhas. Logo de seguida um dos guardas apareceu, dirigiu-se ao Himchan, algemou-o e levou-o consigo. A Hyun Ji pegou no meu braço e arrastou-me escadas acima atrás do guarda. Entrámos no Escritório Presidencial e vi lá um outro rapaz já algemado, ao qual o Himchan se juntou.

- Como já deviam estar à espera, vocês não podem sair imunes a isto. – Declarou a Presidente, de pé à frente deles, com as mãos atrás das costas. – Ficarão isolados de tudo e de todos durante 12 anos, se o vosso comportamento for impecável serão libertados, senão, mais 12 anos vos esperam. – Vi os dois assentirem com a cabeça, sem fazerem qualquer tipo de protesto.

- NÃO!! – Gritou a Hyun, fazendo-me saltar de susto. – Se você realmente é minha mãe, por favor, não faça isso. O Youngjae salvou-me e o Himchan é meu melhor amigo. Você já sabe bem ao que eles estiveram sujeitos na Coreia do Norte, por isso, por favor, deixe-os sair em liberdade.

– A Presidente ficou a pensar durante alguns segundos e apesar de contrariada não conseguiu recusar o primeiro pedido que a sua filha lhe fizera em 24 anos.

 

– 4 anos depois

- YAH! Kim Byeol! Pára de puxar as orelhas ao Joon! Não vês que ele ainda é 2 anos mais novo que tu? Sério, nunca pensei ter que fazer de babbysitter! – A Hae Mi estava a refilar, enquanto estava a segurar o Yoo Joon ao colo. A Byeol estava aos saltos com o braço esticado para agarrar nas orelhas dele. Tudo isto fez-me rir com o Himchan. Depois do país quase ter ficado em guerra, com ao descoberta de que a Hyun Ji era filha da Presidente, os Norte Coreanos já não tinham qualquer arma para usar contra nós, e o nosso país acabou por recuperar a paz.

- Kim Byeol, vem cá. – Assim que a chamei ela veio a correr. – O Yoo Joon ainda é pequeno, está bem? Tens que ter cuidado. 

- Nae, omma! – Disse ela a fazer beicinho. O Himchan ajeitou a fita de cabelo que ela trazia e disse-lhe para ir brincar mais um pouco enquanto esperávamos pelos outros. Entretanto o Youngjae e a Hyun Ji chegaram ao pé de nós fazendo o Joon ir a gatinhar até eles.

- Obrigado por olharem um pouco por ele. – Agradeceu o Youngjae. Aproximámo-nos todos da campa à nossa frente e ajoelhámo-nos.

- Byeol, toma. – Dei-lhe uma flor, e ela colocou-a ao lado da campa.

- Imo, annyeong! Obrigada por seres o anjinho de toda a nação.

Like this story? Give it an Upvote!
Thank you!

Comments

You must be logged in to comment
sehunsh81
#1
*(^_^)*V *claps*
Cheesecakenham
#2
Chapter 7: MAS...MAS ! AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH T^T
Cheesecakenham
#3
Chapter 3: Poor Himchanie T^T É BOM QUE A SUN AH SE DEIXE DE MERDAS, OK ? XDDD