It's Just The Beginning?

Spotless Mind
“Beeeeeep"
- Atenção cidadãos, atenção! A hora do recolher obrigatório é dentro de poucos minutos. Têm meia hora para abandonarem as ruas! Repito, meia hora.
"Beeeeeep"
 
- Durante mais quanto tempo tenho que ouvir esta voz irritante? –  Resmungou o meu irmão. Vi-o tirar o telemóvel do bolso e a olhar para algo no ecrã. – Será possível que não há um único dia em que se esqueçam? Nem por um minuto sequer?
 
- É para o nosso bem Oppa. Vamos é acelerar o passo senão nem amanhã lá chegamos. – Avisou a Sun Ah, ao empurrar o Daehyun. Estes dois eram tão irritantes juntos, não os conseguia suportar, mas apesar de tudo animavam todos os meus dias com as suas parvoíces.
 
- Calma Sun Ah! Para de empurrar, ainda sei andar sozinho. – Ele continuava a refilar, à medida que tentava esquivar-se dos empurrões dela. Não conseguia esconder o meu sorriso por os ver assim. Apesar de tudo o que acontecera, eles eram os mesmos de sempre.
 
- YAH! – Dei um salto. Aish, esta miúda fala tão alto. E é mandona ainda por cima. Ela pôs as mãos na cintura e continuou a gritar. – Até um caracol consegue chegar a casa primeiro que tu! – Agora de certeza que o Dae não ia ficar calado a ouvir. Afastei-me uns 5 metros deles, antes que fosse atingida por alguma coisa. Daqueles dois pode-se esperar qualquer coisa.
 
- Um caracol? Estás a chamar-me de quê exatamente? – O Daehyun também já começava a levantar mais o seu tom de voz. Isto não vai acabar bem. E agora ela estava a rir. Ele vai mesmo explodir. – Deixa-me só apanhar-te Jung Sun Ah! Vais parecer uma lesma esmagada!
 
- Apanha-me se conseguires! - Gritou Sun Ah, e imediatamente ele começou a correr atrás dela. – Unnie nós vamos à frente! – Avisou-me ela, continuando a sua fuga. É melhor fugires é, se ele te apanha estás completamente esmagada.
 
Continuei o meu caminho sozinha. Fui sentindo a brisa do final da tarde a tocar-me na face. Ás vezes arrependo-me de na altura não termos ido embora com os pais. Assim estávamos agora com eles, todos felizes juntos. A culpa é toda minha, os meus irmãos queriam ir para o Japão na altura, só eu é que fui contra. Por que tomas sempre as decisões erradas Jung Boo Na, porquê? Avistei os meus melhores amigos em frente à porta de minha casa. Fiz um enorme sorriso só de os ver. Por um lado até foi bom não ter ido com os pais, o que seria de mim sem o Him e a Hyun? Seja como for arrependo-me de não ter ido, pelos meus irmãos, não por mim.
 
- Him, Hyun! – Chamei a atenção deles. Him deu uma corrida até mim, e abraçou-me. – Oppa, larga-me! – Lá estava ele, a apertar-me mais e mais, como sempre fazia. – Estou a ficar sem ar! – Avisei, com alguma dificuldade em falar.
 
- Ohhh, desculpa Boo Na! É que tinha tantas saudades tuas! – Finalmente tinha-me soltado. Este gajo é tão idiota! Ainda de manhã esteve comigo, a sério... – Anda, vamos ao pé da Hyun Ji! – Afirmou ele, completamente empolgado, enquanto me puxava. Em menos de 5 segundos chegámos ao nosso destino, a entrada da minha casa.
 
- Boo Na, os teus irmãos entraram há pouco tempo. – Informou-me ela, ao dar-me um abraço. – Himchan, agora que já viste a Boo na, podemos ir?
 
- Estavam à minha espera? – Estranhei. Normalmente eles não costumam ser assim, até porque todas as manhãs estamos juntos. Vi o Himchan afirmar positivamente com a cabeça, com um enorme sorriso. – Aconteceu alguma coisa? 
 
- Claro que não! Sabes que se tivesse acontecido algo serias a primeira a saber. Aqui o senhor faz-tudo-o-que-quer é que decidiu que hoje não ia para casa sem se despedir de ti. – Explicou Hyun, já pronta para se retirar.
 
- Ninguém o percebe mesmo. – Disse eu, rindo com ela. – Bem, é melhor irem embora, já não temos muito tempo. Vemo-nos amanhã? – Perguntei ao Himchan.
 
- Já sabes que sim! Então, até amanhã! – Disse-me ele, enquanto se afastava ao lado da Hyun. Entrei em casa e vi os meus irmãos em pé, parados, de costas para a porta.
 
- Que aconteceu? Viram algum fantasma, ou quê? – Perguntei, mas nem sequer obtive resposta. Aproximei-me deles e toquei nos ombros do Daehyun, ao que ele respondeu com um salto de susto. – Estás bem Dae?
 
- Boo Na... Isto estava à entrada. – Disse Daehyun, com um tom chocado. Olhei para o que ele tinha nas mãos. Uma carta? Por que raio estava uma carta à entrada de nossa casa?
 
- O que diz a carta? – Perguntei receosa do que poderia ali estar. Ele abanou a cabeça. – Não sabes? – Perguntei espantada. Nem pensei duas vezes, arranquei-lha logo das mãos para a abrir. Os meus irmãos estavam especados a olhar para mim, ansiosos para saber o que dizia a carta, endereçada para o Daehyun. Tirei de lá de dentro uma folha que pela marca vinha... da Presidente? Senti a Sun Ah agarrar-me o braço com força, enquanto esperava que a lesse para ambos ouvirem. – “Meu caro cidadão, venho por este meio informar que na próxima ta-feira conto com a sua presença na sede para a discussão de uns assuntos. Obrigada.” – Li, devagar, para que eles ouvissem bem. – Dae, é amanhã. – Respondi, ainda meio assustada com esta súbita carta.
 
- Não te preocupes comigo, Boo Na. – Pediu ele, de forma a acalmar-nos. Consenti com a cabeça, e dei a mão à Sun Ah para que ela também se acalmasse. Entreguei a carta ao Daehyun, e fui para a cozinha com a Sun Ah preparar o jantar. Eu era a mais velha , tinha de cuidar deles, custasse o que custasse.
 
Acordei bem cedo, era ta feira, a noite tinha passado a correr, nem tempo tive para sonhar. Levantei-me e fui até ao quarto de cada um deles. Ainda estavam a dormir profundamente. Apressei-me, e depois de beber uma caneca de leite saí de casa. Ao chegar lá fora o Himchan já estava à minha espera.
 
- Bom dia! Já estás aqui há muito tempo? – Perguntei-lhe. Vi-o bocejar sem sequer pôr a mão à frente da boca, o que me fez soltar um pequeno riso. 
 
- Não. Acabei de chegar. Vamos? – Perguntou-me. Aprovei com a cabeça  e iniciámos o nosso caminho até ao local onde fazíamos voluntariado. Por causa de todos estes problemas a acontecerem no país, as escolas tinham sido fechadas, então para ganharmos algum sustento os estudantes podiam ajudar com voluntariado, sendo recompensados com pequenas coisas, mas essenciais para nos mantermos vivos e saudáveis. Depois de quase uns 20 minutos a rir-me das parvoíces do Him, chegámos ao local. Ajudávamos a distribuir água e comida a pessoas com dificuldades. Não era muito, mas sempre era melhor que ficar em casa sem fazer nada. Após 3 horas, terminámos o nosso trabalho, pegando alguma comida também para nós. 
 
- Estás cansada? – Perguntou-me ele, enquanto caminhava ao meu lado com os sacos na mão. Não respondi, ainda estava a pensar no que tinha visto naquela manhã. – O que tens Boo Na? – Olhei para ele, e voltei a baixar a cabeça.
 
- Ainda não posso crer que existem pessoas como o senhor Park. – Respondi-lhe, ainda chocada com a história que tinha ouvido. Senti o braço do Himchan cair nos meus ombros. – A mulher morreu quando a Coreia do Norte enviou aqueles espiões que andaram a assassinar todos os que encontravam, fossem homens, mulheres ou até mesmo crianças. Não achas horrível? – Olhei para o Him com uma lágrima no canto do olho. – E agora, como é que ele vai viver com quatro filhos? E como se não bastasse um deles é um recém-nascido, com apenas 2 meses de vida! Não é mesmo horrível, Him?
 
- Sei como te sentes. – Afirmou ele, também triste com a situação. – Mas não podemos fazer mais nada por ele para além disto, sabes disso, não sabes? – Perguntou-me ele, passando a mão na minha cabeça. – Que se está a passar ali? – Ele parou  de repente de andar. Olhei para a frente, e vi um monte de fumo sair de uma fábrica daquela rua e um grande amontoado de pessoas em frente, envoltas em gritos e choro.
 
- Him, aquela não é a fábrica onde trabalham os teus pais? – Ouvi os sacos que ele trazia caírem no chão.
 
- É!
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Comments

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sehunsh81
#1
*(^_^)*V *claps*
Cheesecakenham
#2
Chapter 7: MAS...MAS ! AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH T^T
Cheesecakenham
#3
Chapter 3: Poor Himchanie T^T É BOM QUE A SUN AH SE DEIXE DE MERDAS, OK ? XDDD