Every hour has come to this

A Thousand Years

 

- Não mais do que eu, Hae...
Aquelas palavras penetraram minha alma, me fazendo estremecer e fechar os olhos automaticamente. Toquei sua mão em minha nuca e deslizei pelo seu braço devagar até chegar ao pescoço, aonde entrelacei os dedos aos seus cabelos finos e macios. Num movimento lento, puxei seu rosto de encontro ao meu e nossos lábios se tocaram. Naquele momento, até o barulho da água corren
do pelo riacho cessou, e o silêncio tomou nossos corpos. Ficamos assim, com os lábios colados e imóveis por muito tempo. Eu podia sentir as veias de meu corpo pulsando junto ao coração e temi que ele também pudesse sentir. Sua respiração fraca se unia à minha e eu posso jurar que eu ficaria naquela situação pelo resto da minha vida sem reclamar.

Acho que aquilo não o estava agradando muito, pois ele apertou minha nuca e entreabriu a boca. Tomei o movimento como um sinal e inclinei a cabeça levemente, adentrando sua boca com minha língua. Hyukkie respondeu ao meu ato, puxando-me para mais perto dele com a mão livre. O beijo se manteve lento e envolvente. Sua língua era macia e tinha um sabor maravilhoso. Eram movimentos tão encaixados, como se aquilo tudo fosse feito pra acontecer ali, naquele riacho congelante. Era como se ele fosse feito para mim, como se seus lábios tivessem a temperatura ideal para se juntar aos meus. Me senti completo e realizado a todo momento. Todos os sonhos que tive com ele, não se comparavam à realidade perfeita que era beijá-lo e ter suas mãos me tocando. Ergui a mão livre e também deixei que se entrelaçasse aos seus cabelos, puxando os fios de forma leve. Inclinei meu corpo para o lado, a fim de chegar mais perto, e aumentei a intensidade do beijo. Não de forma maliciosa, mas eu precisava senti-lo mais. Queria explorar cada milímetro de sua boca. O toque de nossas línguas era algo tão excitante, que me causava leves pontadas no baixo-ventre. Se eu não me controlasse, iria parecer algum tipo de ertido. Nos beijamos por mais alguns segundos, - ou minutos, não sei bem – e ele mordeu meu lábio inferior de forma sensual, parando o beijo em seguida com alguns selinhos leves e carinhosos.

Nos afastamos sorridentes, não que eu quisesse me afastar... Mas algo me dizia que não seria o nosso último beijo. Abaixei a cabeça um tanto envergonhado e Hyukkie segurou minhas mãos, entrelaçando nossos dedos. Fiquei com medo de falar algo e quebrar o clima, apenas apertei suas mãos levemente e fixei o olhar nelas por alguns segundos.

- Eu senti vontade de fazer isso no momento em que te vi entrar naquela sala correndo.

Não pude deixar de gargalhar ao ouvir aquilo. Ele não havia movido um músculo sequer quando entrei naquela sala. Ergui uma das mãos e dei-lhe um soco leve no ombro.

- Não exagere! Você nem olhou para mim.

- Aigoo... Olhei sim! Olhei o tempo todo.

Eu perdi alguma coisa no caminho, porque a poucos minutos antes, eu achava que eu era o único obcecado entre nós dois.

- Eu sabia que você iria atrás de mim. Eu implorei que fosse. – falou baixo.

Olhei nos olhos de Hyukkie e acariciei seu rosto com a ponta dos dedos. Ele tinha um brilho próprio que me encantava. Não me lembro de ter conhecido alguém que tenha me causado algo parecido. Mas é como dizem, quando você encontra a pessoa certa, você sabe assim que põe os olhos nela. Eu não sabia absolutamente nada sobre o Hyukkie, mas eu sabia que precisava dele para mim. Sabia que só iria viver em paz se ele fosse meu, só meu. Eu não podia admitir de imediato que estava apaixonado... No máximo encantado, mas apaixonado não. Hoje eu sei que me apaixonei quando o vi dançar.

Não precisávamos falar nada, nossos olhares conversavam entre si enquanto sorríamos de modo bobo.  Encostei a cabeça em seu ombro e rocei a ponta do nariz na curva de seu pescoço até tocar o lóbulo de sua orelha. Acho que meu nariz estava gelado, pois ele se encolheu levemente e passou o braço em torno dos meus ombros. Tentei ser mais audacioso e logo encostei os lábios em seu pescoço, dando-lhe beijinhos leves e demorados. Hyukkie sorriu e me apertou contra si. Em seguida olhou para seu relógio e suspirou em protesto.

- Eu tenho que ir embora. Acordo cedo amanh... Hoje. – Falou num tom desanimado, mas sorriu ao fim da frase.

- Aish. Isso é triste... – Respirei fundo, me aconchegando em seus braços e fechando os olhos.

- Muito. Mas vamos repetir isso, tudo bem?

- Não vou te deixar fugir de mim.

- Acredite, eu poderia ficar aqui até anoitecer novamente. E depois disso.

Eu sei... Aquilo parecia papo de casal antigo. Nós não parecíamos dois caras que haviam se beijado uma única vez e se encontrado duas. Mas nós tínhamos isso... Essa ligação que fazia parecer com que nos conhecíamos há séculos. E era exatamente isso que nos diferenciava do resto do mundo.

Nos afastamos – com muita dificuldade – e saímos da ponte. Sentei novamente no chão para calçar os sapatos e ajeitar a calça, enquanto ele fazia o mesmo abaixado. Me esforcei bastante para prestar atenção no que fazia e não olhá-lo. Comumente nossos olhares se cruzavam ao mesmo tempo e ríamos de uma piada muda. Depois de prontos, levantei com sua ajuda e ele me abraçou pela cintura. Admito que fui surpreendido. Mais uma vez.

- Prometa que não vai sumir. – Falou doce e eu quase soltei um gemido fofo, mas me contive.

- Você tem o número do meu celular. Me ligue quando puder e eu vou te ver.

- Sim, capitão.

Bateu continência e riu animado. Não me deixou responder, pois assim que conseguiu parar de rir, me puxou para mais um beijo. Dessa vez não foi calmo como antes. Hyukkie segurou meu rosto com as duas mãos, como se guiasse meus movimentos de modo intenso e y. Deslizei as mãos pela lateral de seu corpo e pousei-as nas costas, apertando seu corpo contra o meu. Mordia meu lábio inferior, chupando-o em seguida e voltando a explorar minha boca com a língua. Uma sequência que me deixava maluco para tirá-lo dali e mostrar meu apartamento. Não consegui conter a excitação que crescia por baixo do jeans grosso e não me importei em contê-la. Sei que ele sentiu o volume tomando forma em minha calça, mas não sei bem definir a sua reação. Parou o beijo num estralo que me assustou e me fez abrir os olhos, meio perdido.

- Eu realmente preciso ir embora...

- Ahm... Tá.

Ambos suspiramos ao mesmo tempo. Depois de alguns poucos selinhos e mais promessas de encontros futuros, ele se afastou. Fiquei lá parado com um sorriso bobo, vendo-o se distanciar. Não preciso falar que tive que fazer todo o caminho de volta até o restaurante, para pegar meu carro. Prometi para mim mesmo que nunca mais caminharia ao lado do Hyuk-jae novamente. Aquele homem me fazia perder a noção de tempo. Ele me fazia perder a calma, a razão, o ar... Eu poderia perder tudo e não me importar, só se ele estivesse do meu lado. Sendo meu.

 

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Comments

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Nicaline18 #1
Chapter 3: Uauuu!! Fic Eunhae em português por aqui!! Isso é raro! Mas a estoria ta ótima. Continue!!!