Frozen

A Thousand Years

 

Não se passaram mais de 5 segundos, e uma batida eletrônica começou no fundo do salão. Em seguida a luz acendeu, focando o rapaz em cima do piano. Senti uma vontade absurda de correr até lá e arrancar aquela porcaria de capuz que me deixava bastante aflito e curioso para finalmente conhecer o rosto do rapaz que havia me causado tantas reações anormais. A música continuou por alguns segundos enquanto ele se mantinha imóvel. Até que seu corpo começou a se movimentar no ritmo da música. Tirou a jaqueta num movimento brusco e trouxe com ela o casaco, mostrando seus braços nus. Usava uma regata colada ao corpo e eu pude então ver seu rosto. Não consigo descrever em palavras como aquela imagem mexeu com meu corpo inteiro. Posso jurar que me senti flutuando ou algo do tipo, pois eu não conseguia mais notar a presença de nada nem ninguém ao meu redor, a não ser ele. Tinha a pele clara e aparentemente macia, - Sim, senti vontade de tocá-la no momento em que vi. - não era forte, mas podia-se notar seus músculos bem desenhados, tanto nos braços como no abdômen por baixo da regata. E o rosto dele... Só de lembrar sinto tudo de novo. Seus lábios eram finos e rosados e ele mantinha um sorriso sarcástico enquanto dançava. As sobrancelhas arqueadas lhe davam um ar superior, que me fez rir. Sua mandíbula era bem definida, o que deixaria seu rosto quadrado se não fosse o queixo pequeno e delicadamente redondo... Em resumo: Nunca vi rosto parecido com aquele. Seu cabelo tinha um tom claro - aparentemente descolorido – e uma franja bagunçada. Os movimentos do rapaz já eram intensos no ritmo da música. Devo admitir que ele realmente foi o melhor dançarino que eu vi em todas as apresentações. Pulou do piano, caindo de joelhos e com movimentos ys e agressivos, ameaçou tirar a regata. E foi aí que nossos olhares se cruzaram. Senti meu coração parar e não contive um suspiro assustado. Ele fixou os olhos nos meus, mas não deixou de rebolar da forma mais y que eu poderia presenciar. Se eu não estivesse tão focado em seus olhos escuros, tenho certeza que meu corpo reagiria àqueles movimentos provocantes. Continuou dançando, até a música acabar. Parou levemente ofegante e suado, sem tirar os olhos dos meus. E para minha surpresa, assim que a música acabou, todos da minha equipe aplaudiram sua performance. Não consegui me mover, acho até que estava de boca aberta. Ele sorriu, agora de forma diferente, e eu consegui esticar os lábios num sorriso torto e meio bobo. O rapaz inclinou o corpo para pegar a jaqueta e o casaco no chão, inclinou o corpo novamente num agradecimento envergonhado e correu para a saída do salão, sumindo de minha vista e me fazendo querer correr atrás dele. Uma de minhas mãos tocou meu peito inconscientemente e eu pude sentir meu coração acelerado. Afinal, ele não tinha parado. Bom sinal. Sorri com esse pensamento e olhei para JiSoo, esperando o seu veredicto com uma expressão de admiração. Ela sorriu, e eu não lembro de tê-la visto fazer isso muitas vezes.

- É ele. Quero ele.

Puxei uma pasta que continha alguns papéis de sua mão e procurei o nome do rapaz com urgência. Percorri a ponta do dedo indicador pelos nomes dos candidatos, até pará-lo em um nome específico.

-Lee Hyuk-jae... – Sussurrei lentamente, sem notar que minha voz poderia ser ouvida.

- Sim. Já temos um classificado. – JiSoo falou num tom confuso, tentando entender a minha reação.

 

***

 

Os outros candidatos entraram e saíram do salão, e aquilo tudo parecia uma tortura para mim. Eu não conseguia me concentrar, olhava o relógio a cada 2 minutos e não conseguia dar resposta nenhuma em relação aos dançarinos. Aquele nome ficava ecoando em minha mente, como se me apressasse para sair dali. Lee Hyuk-jae. Eu precisava encontrar ele, falar com ele. Precisava ouvir sua voz. Precisava sentir seu cheiro e acalmar meus instintos que gritavam dentro de mim, me deixando atordoado. Após escolher os cinco classificados, pedi para sair do salão, fingindo um mal-estar qualquer. Até arrisquei umas caretas de dor para JiSoo me deixar sair. Caminhei com passos apressados até a sala de espera, e ele não estava mais lá. Ainda não entendi bem o que aconteceu comigo, mas saí correndo pelos corredores, procurando-o com o olhar apreensivo. Sentir o ar faltar assim que empurrei a porta de entrada do teatro, saindo. Apoiei as mãos nos joelhos e fechei os olhos, respirando fundo por alguns poucos segundos.

-Por que a pressa?

Ergui meu corpo rapidamente e cambaleei para trás, assustado. Só então procurei de onde vinha a voz e prendi a respiração ao encontrá-lo.

Era ele. Encostado no meu carro, com os braços cruzados e um sorriso leve nos lábios finos. Parecia com frio, pois as maçãs de seu rosto estavam pálidas, enquanto seus lábios estavam mais corados do que antes. Tentei me recompor do susto e sorri, passando uma das mãos no cabelo.

- Está indo a algum lugar? – Ele parecia querer conversar.

-N-não... É que... Eu me senti indisposto. – Não consegui arrumar uma desculpa melhor. “Estava te procurando”, não é uma frase muito boa pra se começar uma conversa com um desconhecido.

- Você parece cansado. Tente respirar.

Ele não parava de sorrir, foi aí que notei que eu estava prendendo a respiração. Respirei fundo e dei uma gargalhada baixa, envergonhado.

- Já vou melhorar, obrigado pela dica. – Brinquei, me aproximando dele e encostando no carro. Afinal, o carro era meu. Eu tinha esse direito.

- Gostou do que viu lá dentro?

Sua voz entrava em meus ouvidos e causava pequenos choques por todo meu corpo em resposta. Como se meu corpo respondesse às suas perguntas sem que eu precisasse sequer falar. Nós não nos olhávamos, ambos observávamos qualquer coisa à nossa frente.

- Sua apresentação? Sim... Você dança muito bem. Só não entendi porque não esperou o resultado.

- Ah, se fui classificado? Isso não me interessa muito...

Sua postura não era muito séria, parecia que tinha entrado ali apenas para mostrar o quanto era bom, sem fins lucrativos.

- Você foi classificado... Mesmo não se interessando muito, dançou melhor do que qualquer interessado dali.

Depois de me ouvir, ele desviou o olhar para mim. Mesmo tentando demonstrar falta de interesse, eu pude notar um brilho em seus olhos negros. Sorri e olhei para seus lábios inconscientemente. Nossos lábios não estavam a mais de 50 centímetros de distância e senti minha boca se umedecer, só de olhar para a dele. Mordi o lábio inferior, controlando a vontade

- Lee Donghae.

- Oi? – Pareceu despertar de algum pensamento, que eu daria tudo para saber qual foi.

- Meu nome... Lee Donghae. – Inclinei um pouco a cabeça, em cumprimento.

- Ah... Lee Hyuk-jae.

- É , eu sei.

- Mas me chame de Hyukkie.

Hyukkie... Soava tão doce, tão perfeito. Eu precisava de mais dele. Meu corpo inteiro pedia por mais. E isso era a única coisa que poderia me fazer respirar em paz novamente.

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Comments

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Nicaline18 #1
Chapter 3: Uauuu!! Fic Eunhae em português por aqui!! Isso é raro! Mas a estoria ta ótima. Continue!!!