É eu não sabia por que eu estava aqui.

Sinceramente, acho que ninguém sabe. Ou melhor: ninguém deve saber.

Ao menos que algum enxerido queira saber algo da vida de uma imortal. O que há de errado em ter uma fênix de ouro estar desfrutando de uma tarde bonita apreciando o gosto amargo (diga-se de passagem, bom) de um cappuccino quente no Star Bucks? Acho que sei qual é o problema.

“Neste mundo, não existe lugar, espaço ou tempo que caiba essas criaturas.”

Foi isso que Hyoyeon já havia chegado há mim e dito essa frase perturbante diante de mim e meus ouvidos que não mereciam ter escutado essa frase sem noção. Oras! Se no mundo não existe lugar para nós, criaturas, então o que estamos fazendo aqui? Que propósito temos neste mundo estranho? Nada demais... Os humanos apenas são estressados demais e esse estresse faz com que eles não pensem. O que eles se esquecem de pensar é nessa seguinte teoria: Somos base de uma espécie de homo. Da mesma forma que existe o homo sapiens, podemos ser outro tipo de espécie. Podemos ser o que chamamos de “espécie não identificada”, espero que o homem descubra o que somos futuramente, pois apesar de eu estar viva a mais de 200 anos, nem mesmo eu posso compreender totalmente o que o mundo representa para nós.

Desculpe meus maus modos, chamo-me Lee Soonkyu, mas, por favor, chame-me de Sunny, é apenas um nome que me apelidaram na época em que fui dita como “morta” nos escombros que as bombas que Hitler deixaram, mal eles sabiam que 3 meses depois, eu estava lá na casa dele tentando mata-lo, apesar de eu não ter conseguido, ele teve o que ele mereceu. Tirando este homem detestável da conversa, os alemães decidiram esse nome após saber que eu vinha de origem americana, apesar de minha aparência asiática.

Com toda essa mudança tecnológica que o mundo passou, eu cheguei a imaginar e iludir-me de que eu finalmente poderia viver minha tranquila imortalidade, mas...

Eu estava completamente enganada.

Pois, o que ressurgiu do passado era algo que qualquer pessoa de minha espécie temeria...

Em 1980, uma pequena cidade que ficava na Coréia do Sul ficou em estado de alerta, pois haviam prestado queixa de ter um “ser estranho” matando tudo o que seus olhos cor vermelhos conseguiam enxergar. Primeiramente, os países vizinhos achavam que se passava apenas de uma infame piada de um povo pobre, o que levou a o presidente do Japão querer fazer uma piada com a Coréia do Sul, mandando dois de seus soldados para a cidadezinha para apenas “dar uma olhada” como o senhor de idade que tinha o cargo de Presidente do Japão dizia para os soldados.

Sua piada teve um grande significado.

Quem rir demais acaba por fim chorando.

Os dois soldados foram constatados como mortos. Um deles, Kenshi Otomo, foi encontrado com seu coração arrancado e o outro, Takashi Kira, foi encontrado sem sua cabeça.

O presidente recusava-se acreditar que os soldados haviam sido mortos por algo incomum, para ele, eles haviam sido assassinados. Assim... O Japão queria vingar-se da morte de seus companheiros e a Coréia do Sul tentava defender-se.

Mas, como sem provas?

Assim, um homem surgiu das sombras.

Seu nome era Kim Junsu.

Um simples homem, mas cheio de informações. Ele morava na cidadezinha com suas duas filhas, já era bem claro que não tinham condições financeiras, mas eles sempre davam um jeito de sobreviver. Junsu contou sua história ao presidente japonês, que o ouviu com atenção e cautela.

Era uma vez, um jovem rapaz que vivia uma bela vida com sua esposa e suas duas filhas na pequena casa em uma pequena cidade, mas um dia frio do inverno tenebroso do mundo, um homem de aparência superior, cobrindo seu corpo alto e esbelto em um enorme sobre-tudo, decide visitar-nos na tarde fria de inverno. Por educação, recebemos o homem em nossa residência, minha esposa alegou conhecer ele, pensei “deve ser um amigo”, porém na noite fria de inverno, quando despedíamos do homem, ele como um leão voou sobre mim com seus dentes de felinos e seus olhos vermelhos como uma poça de sangue. E foi isso que iria restar de mim, se não fosse por minha esposa, que se meteu entre mim e a fera. Seu corpo jogado ao chão eu recusei a ver, apenas por ódio e fúria, tentei atacar o homem, mas ele virou de frente para mim e disse olhando diretamente em meus olhos:

“Da mesma forma que ela fez com minha filha, eu irei fazer com as suas.”

Não havia entendido no momento o que ele quis dizer, mas pelo desespero de ver minhas filhas em perigo, ataquei o homem com apenas o que tinha: meus punhos. Apenas um golpe em mim foi capaz de fazer com que eu perdesse meu equilíbrio e caísse no chão cheio da neve, que agora, tinha uma coloração vermelha, vindo do pescoço de minha esposa.

Acordei cinco minutos depois, pelo menos eu achava, pois meu corpo tremia muito de tanto frio que fazia naquele lugar cercado da tristeza. Minha mulher era apenas um cadáver cercado da cor vermelha que aquele homem maldito havia deixado, caí ao lado dela e deixei-me chorar e gritar ao meio daquela madrugada de dor. No meio de minha dor, lembrei-me das palavras deixadas pelo homem:

“Da mesma forma que ela fez com minha filha, eu irei fazer com as suas.”

Desesperei-me e corri entre prantos para dentro de casa, evitando colocar a ideia de que minhas filhas estavam mortas em minha cabeça. Entrei em casa e vi minha filha casula deitada, no chão e fui verifica-la, por sorte, ela estava bem, mas eu não achava a minha primogênita em lugar algum. Procurei praticamente em toda minha residência, e foi nessa procura toda que achei uma carta em cima da cama de minha filha mais velha, nele estava escrito:

“Espero que você não pense que estou sendo cruel, pois tudo o que faço eu preciso ter alguma resposta para concluir a pergunta. Um ano atrás, minha filha casula foi levada embora de minha casa, como todo pai, desesperei-me a encontra-la. Jamais a vi de novo...

Juro que não estou mentindo. Ela era a menina mais linda que o mundo todo poderia ver, seu sorriso iluminava meus dias, me fazia sentir pena de destruir a humanidade e seu mundo, pois minha filha adorava a cor rosa e cada flor rosa encontrada em meu jardim fazia seu sorriso aumentar e meu dia melhorar. Porém, uma antiga inimiga resolveu voltar a perturbar meus dias de paz, e como ela decidiu se vingar? Levando meu bem mais precioso de mim. Fiquei sabendo que ela levou minha filha para uma adoção na América, desde então procuro ela, mas nunca mais a achei. Esta mulher casou-se com um homem humilde da região da Coréia do Sul chamado Junsu certo? Ele é um homem bom. Mas um tolo por não saber da história que sua esposa trás pelas costas. Kwon BoA, conhecida agora como Kim BoA, era nada mais nada menos que a vampira mais forte de toda a Inglaterra, apesar de ser descendente de Coreanos, ela sempre foi a mais forte, porém quando eu surgi, foi deixado bem claro a todos de que eu era o vampiro mais forte e ela enfureceu-se, então ela me enganou, fingiu estar apaixonada por mim e fez uma família comigo, mas abandonou-me com uma filha.

Caro Junsu, sua esposa sempre foi boa com você? Por que ela tem um temperamento difícil e claro, um espirito vingativo. Nunca soube para quem minha filha puxou sua doçura, pois eu posso dizer que nem eu e muito menos BoA erámos doces. Quero deixar bem claro, não fiz isso por que eu realmente queria magoar você, fiz isso para me vingar de BoA por todos os anos que ela me enganou e ainda por cima tirou minha filha de mim. Fiz algo que com certeza compensaria o que ela fez comigo.

Sua filha primogênita, Kim Taeyeon, agora pode até estar morta, mas não por muito tempo.

Não iria desperdiçar meu veneno transformando sua filha em uma vampira, por isso pode acalmar-se de onde estiver lendo esta carta. O que fiz com sua primogênita foi apenas deixa-la perto das fronteiras onde vivem aquela famosa matilha de lobisomens. Simples né? Nem tanto, arrisquei-me muito para deixa-la em uma floresta cheio de meus inimigos naturais, mas foi só eu dizer que havia deixado comida que eles ficaram satisfeitos.

Junsu... Sei que o que estou fazendo é errado, sei o quanto este pecado cometido não será perdoado, sei que tudo o que fiz eu irei pagar um dia e por isso estou deixando sua filha Hyoyeon para cuidar de meu castigo. Provavelmente ela irá crescer, irá saber desta história, irá sentir ódio e irá buscar sua vingança. Espero que eu esteja vivo até lá...

Junsu, não irei suplicar por perdão, mas eu peço... Se um dia encontra-la, deixe minha filha fora de tudo isso. Não peço isso como um humano, mas peço isso como um pai.

: Conde Drácula.”

Agora sim havia ficado tudo claro, mas meu ódio foi inevitável, comecei a gritar aos ventos daquela madrugada e chorei por saber que perdi minha querida filha. Em meio de minha dor, senti leves puxões em minha camisa, uma criança de cabelos levemente loiros olhava para mim com uma expressão de preocupação.

“Appa, cadê a omma e a Unnie?”

Abracei Hyoyeon com todas as forças possíveis, desde aquele dia, jurei protege-la para sempre.”

De primeira, o presidente não acreditou nas palavras de um pobre homem vindo das províncias de Busan, mas depois que Junsu montrou a velha carta em que foi deixado no quarto de sua filha, o presidente nem ao menos precisou confirmar algo em sua mente.

Tudo havia sido deixado bem claro a humanidade.

Eles estavam em perigo.

Os presidentes do Japão e da Coréia do Sul, secretamente, formaram uma agência com seus melhores soldados para combater as forças “monstruosas” em que estavam se espalhando pela terra.

A C.A.D.C.

Significa Caçadores Anônimos De Criaturas.

Sim, foi em 1980 em que o inferno começou.

Todos os tipos de criaturas foram extintas desde 1980 até 1998.

A C.A.D.C funciona apenas com um objetivo: Acabar com todas as espécies de criaturas que existem.

Mas, uma coisa eu duvido:

Matarem-me.

Sinto-me mais calma agora, depois de saber que Kim Taeyeon voltou das “escuras”, sei que aquela organização terá seu fim, pois eu admito. Ninguém nunca ganhará aquele lobisomem. Conheço poucas criaturas que se encontraram com Taeyeon e sobreviveram, aquela garota realmente tem um temperamento difícil, principalmente quando se trata de proteger sua vampira.

Decidi por final abandonar aquela cafeteria e continuar andando pelas ruas de Seoul. Por onde andava, encontrava um turbilhão de pessoas apressadas e outras até calmas, os humanos têm áureas esquisitas, mas devo admitir que eles me divertem, pois cada personalidade é diferente e existem aquelas que dão o motivo de risada.

Minha caminhada foi longa pelo chão asfaltado da cidade, até que finalmente cheguei onde queria: As fronteiras abandonadas. Nada demais... Apenas uma floresta onde criaturas se escondem, na maioria dragões ou Cheschires.

A floresta era proibida ao acesso de humanos, mesmo assim aproveitei a tarde de folga dos seguranças e atravessei facilmente o portão de ferro que formava a entrada. Voltei a caminhar pelo denso verde e marrom da floresta, sempre aproveitando para sentir o doce ar puro, como uma pessoa estar sentindo-se em casa. Não demorou muito para eu encontrar os lindos Chechires, gatos bem peludos e preguiçosos dormindo nas árvores. Decidi sentar encostando minhas pequenas costas em uma arvore e relaxar. Mal passou minutos e um gato de pelos negros e olhos azuis, deitou em minhas pernas, abusando.

- Você já não acha que está abusando demais? – Perguntei sorrindo docemente ao gato negro. Que apenas espreguiçou-se e voltou a deitar.

O acariciei na região da cabeça e aproveitei para aliviar todos os estresses que já passei nesses 200 anos.

Por pouco tempo.

Logo escutei um barulho nos ventos, como se um pássaro enorme estivesse voando descontroladamente nos céus e o pior, quando olhei para o grande e azulado céu, deparei com algo parecido. Um corpo voando descontroladamente, mas com líquidos saindo de seu corpo e deixando-se cair sobre as lindas arvores do local, mas isso não importou no momento, pois enquanto observava, reparei que o sol refletiu um objeto no pescoço da criatura.

Um S.H?

Eu reconheço esse colar de qualquer lugar...

Esse colar apenas representa uma grande batalhadora.

Era ela...

Yoona.

Apressei-me a levantar e senti meu corpo entrar em chamas, como se tivessem me banhado de álcool e jogado uma lasca de cigarro em seguida. Meu corpo tomou a forma de um pássaro.

Um pássaro de fogo.

Uma fênix.

Sai voando em direção a garota, que voava como uma demente sem noção, mas ela ia bater em uma arvore logo-logo e eu não podia permitir isso. Aumentei o ritmo das batidas de minhas asas com o vento e pude aumentar minha velocidade. Mal pude piscar e a garota bate com tudo na arvore e cai no chão.

Ótimo...

Mais machucados!

Pousei de forma profissional na terra, perto de onde a garota tinha seu corpo caído e cercado a poça vermelha. Ela não pode morrer. Joguei minhas chamas ao seu magro e alto corpo e vi uma quantidade grande de balas de prata saírem de vários lugares de seu corpo:

Costas.

Ombro.

Panturrilha.

Cintura.

Mão esquerda.

Cotovelo.

Calcanhar.

Logo seus ferimentos sumiram como um truque de mágica, na verdade, apenas mágica, pois nada daquilo era um “truque”. A verdade era: Ela não vai acordar agora, e eu necessito ajudar ela, da mesma forma que ela me ajudou. Quando eu agachei-me para pegá-la do chão, passei a observar com calma toda sua estrutura e estado físico.

“Uma menina magricela, mas cheia de fé, nunca vi ninguém se sacrificar tanto por uma pessoa”.

Sim, essa era a realidade daquela garota.

Im Yoona, uma jovem de 22 anos cheia de energia e vida.

É um dragão do elemento fogo e um dos bons.

Mas vive apenas por uma coisa.

Ou melhor, uma pessoa:

Seo JooHyun.

Desde que conheceu essa garota, Yoona não enxergou outro motivo para viver, a não ser ter a menina ao seu lado. Até que a C.A.D.C estraga tudo, levando a menina dos braços da dragão e deixando um ódio maior do que o de Kim Junsu de 1980. Pois a uma diferença entre Junsu e Yoona nessa situação:

Yoona não deixou isso de lado.

Até hoje, Yoona está em um estado de vida ou morte para tirar Seo JooHyun das grades da C.A.D.C. Sinceramente, tenho pena dela, vai morrer tão cedo por causa de amor.

Enfim, ela me ajudou no passado a livrar-me de más pessoas.

Eu devo uma para ela.

Peguei meu velho e útil celular e liguei para um número conhecido. Ficou na chamando até que escuto uma voz conhecida:

- Alô?

- Hey, sou eu a Sunny, preciso de ajuda. Pode dá conta?

- Depende da ajuda.

- Preciso de transporte até as fronteiras proibidas ao lado norte.

- O que eu ganho com isso?

- Se trata de Im Yoona, não posso perder tempo!

-... Im Yoona? Sunny você acabou de dizer Im Yoona?

- Exatamente, é por isso que eu te peço, por favor, para me ajudar.

- Ela tá bem?

- Como sempre, se metendo em confusões.

­- Ela está machucada?!

- Sim e muito. Ela não tem muito tempo, está perdendo muito sangue.

- Ok! Ok! Estou indo!

- Obrigada Sooyoung!

Desliguei e aprecei-me a usar novamente minhas chamas, pois até Sooyoung chegar, talvez a pobre garota já tenha até perdido sua vida.

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Obs: Narração de 3º pessoa

Por mais que não pareça, Krystal estava preocupada...

Por todos esses anos, pensou em vingar-se de certa loira chinesa com que passou a odiar eternamente. Victoria passará a ser um demônio a ser exorcizado por Krystal, pois a loira jamais a abandonará de sua mente desde o dia em que a mulher com 26 anos roubou seu coração.

Literalmente, roubou mesmo.

- Krystal! É a sua vez! – Sua irmã, Jessica, a chamara para o campo de batalha.

Mais uma vez no dia, o trio de Krystal, Jessica e Yuri encontrava-se em uma grande quadra na mansão Jung. O sol já tentava esconder-se entre as nuvens do horizonte, deixando o céu azul de uma tonalidade nem tão forte e nem tão fraca. Krystal ganhou a irônica mania de fitar o céu, coisa que ela nunca foi de fazer já que é uma adolescente de gênio rude. Aquela mulher realmente mudou completamente a mente obscura de Krystal. A adolescente permitiu pensar mais sobre o caso, pensar sobre o corpo estrutural da loira...

Sim, por mais que tentasse evitar, Krystal não via apenas pontos negativos em Victoria.

Na verdade, ninguém nunca conseguiu desvendar os mistérios da mente obscura de Krystal, nem mesmo sua irmã. Ninguém nunca viu garota como ela, uma pessoa tão fria e tão sem sentimentos.

Porém...

Victoria mudou tudo...

Victoria foi quem abriu a entrada para os sentimentos no coração de Krystal. Ela agora sentia coisas como raiva, tristeza, desejo, ciúmes, alegria...

Amor.

- Krys! Venha logo! – Sica tirou Krystal de seus devaneios. E como uma irmã obediente, a adolescente caminhou até sua irmã e Yuri.

Depois de decidirem que iriam ajudar suas amigas e iriam derrotar e destruir a C.A.D.C, elas passaram a treinar mais e planejar modos de destruir a organização sem afetar tanto o governo coreano quanto o governo japonês. Exatamente por isso que elas queriam proteger Taeyeon, pois a lobisomem é muito inteligente e pode formar uma grande estratégia tanto de batalha quanto de política. Yuri foi quem decidiu que elas deveriam treinar, não por querer ser irônica com as Jungs, mas sim por se preocupar muito com elas e principalmente com Jessica, o amor de sua vida. Krystal andou calmamente pelo chão de concreto da quadra, chegando a pouca distância de Yuri e a encarando com sua costumeira frieza, já a mais velha apenas devolveu a encarada com um sorriso.

- Krystal, preciso que libere suas asas. – Yuri presenciou uma das piores encaradas frias de Krystal, a de quando ela está com raiva. Yuri suspirou e continuou. – Eu sei que você sente dor quando libera as asas, mas quando estamos em perigo, se você evitar se transformar, você irá ou ser capturada e mantida como rato de laboratório, ou morrerá.

Por fim, Krystal desistiu de resistir.

E a dor começará.

Abrir as asas... Não existe dor pior. Geralmente, os dragões jovens só abrem suas asas em caso de emergência, ou seja, em um caso de perseguição ou de ataque. Pois a dor de liberar as asas e incomparável a qualquer dor. E como alguém tirar pele de você. Primeiro, suas costas esquentam como se alguém estivesse pousando um ferro de passar roupa quente em você, a pele de imediato começa a sangrar e ficar saindo fumaça pela grande quantidade de calor. Segundo, sua pele e carne começam a rasgar aos poucos, como um açougueiro abrindo um frango pela barriga e expondo sua carne, mas sem faca, apenas rasgando por naturalidade. Terceiro, por dentro de suas costas, há aquele osso que chamamos de “asa” e é nesse osso em que é guardada a asa de dragão, que é mantida em pequeno tamanho por que o sangue o ajuda a ficar pequeno, porém, quando a asa é liberada, ela aumenta de tamanho e abrir-se por completo. Por último, as asas saem das costas do dragão e abre-se aos frios ventos.

Tudo isso ocorreu com Krystal, mas ela era orgulhosa demais. Não se permitiu a chorar nem berrar, apenas deixou a dor perfurar suas costas como uma faca, deixou seus dentes crescerem alguns centímetros e, por fim, transforma-se em um poderoso e jovem dragão de Gelo. Na verdade, o último dragão de gelo que existe.

Jessica notou o antes concreto do chão forma-se em camadas de gelo, entre seus lábios, já saia o ar quente e os céus ganharam uma coloração cinza. Yuri também notará a repentina mudança na paisagem.

E sorriu.

5 minutos foram o suficiente para começar a nevar.

Sim.

Krystal, além de ser o último dragão do mundo...

Era o mais poderoso também.

Sua força e poder eram tão grandiosos que sua transformação podia até mesmo interferir o clima, da calma tarde de outono, após uma adolescente de 18 anos mudarem, o tempo passou a ser o mais frio da tarde. Yuri agachou-se para pegar seu casaco de couro, foi até Jessica sorrindo e colocou o casaco na gata, Jessica devolveu o sorriso e falou:

- Ela não irá precisar de treinamento.

Krystal, mesmo em sua forma de dragão, ainda tinha a imagem de certa loira chinesa que odiava eternamente.

Isso mesmo...

Odiava.

Suas asas voltaram a perfurar suas costas e finalmente voltaram ao normal. Krystal já não sabia mais quem ela era ou quem ela é, mas queria um pouco de paz.

E de vê-la também...

Passou a fitar os céus brancos e a neve a cair, e por último...

Pensou nela...

Pensou em Victoria.

A jovem sentia seu corpo leve como uma pluma, mas não sabia onde estava afinal sua visão era apenas o fundo e acumulado escuro. Sentia-se incapaz de enxergar algo e pensou estar em perigo. Pensou em gritar, mas não sentia sua voz ser expulsa de sua garganta, apenas sentia o vibre de sua voz, mas seus ouvidos não capitavam som algum. Sua única escolha agora era mover seu corpo. Começou a debater-se onde estava sacudindo seu corpo e quando sentiu que seu corpo estava preso por uma faixa de couro, sentiu-se sem saída e começou a chorar e a tentar gritar.

Ela foi capturada?

Ela não acreditava nisso.

Depois de anos perdidos na tentativa de salvar o amor de sua vida, ela perderá? Não! Não podia perder agora!

Começou a debater-se mais forte ainda e escutou o som de couro rasgando. Quando ela ia sair daquele inferno, sentiu duas mãos segurarem seus ombros fortemente, evitando a jovem de se debater.

“Yoona! Acalme-se! Está tudo bem.”

Ela reconhecia essa voz de longe.

Sua visão voltou e pode ver que estava em um quarto simples, um quarto que ela reconhecia pelo fato de estar cheio de posters do Brad Pitt.

Era o quarto da Sooyoung.