Sinto-me em um estado deplorável. Havia sangue espalhado pelo meu corpo e abdome como se acidentalmente eu tivesse derrubado algum suco vermelho em cima da minha roupa. Aquela coloração vermelha apesar de me intrigar, me irritava também, ser o que eu sou nada mais nada menos que um monstro era tão irritante. Matar era pecado? Sim, mas nada naquela hora podia ter me interrompido, por que e como interromperiam? Seria suicídio tentar interromper um monstro demoníaco sádico por carne de matar pessoas. Para mim ou para o monstro dentro de mim, aquela coloração vermelha em cima do meu corpo era também um tanto... Excitante.

O pior da situação é que a culpa não me invadia, por que ver meus entes queridos despedaçados não me enchia de depressão, de raiva ou de qualquer sentimento que me faça notar meu erro? Não... Nada podia fazer com que eu sentisse remorso por praticar aquela ação, contanto que as nuvens estejam escondendo o demônio branco lá no céu, tudo estaria bem com as pessoas próximas de mim.

Levantei-me do chão, recuperando meus perdidos sentidos, passar muito tempo por lá seria perigoso, ainda mais caso a policia chegasse e visse uma jovem com sangue por toda sua roupa, afinal eu não poderia dar aquela cômica desculpe de um simples acidente com ketchup, seria “burrice” demais. Dei uma ultima olhada para o mar negro que cobria o céu. Para minha “sorte”, as nuvens cobriam o meu “adorável” demônio branco, assim eu poderia voltar ao meu isolo sem se preocupar em destruir as pessoas. Peguei uma jaqueta de couro negro que estava no corpo de um cadáver, até que ele tinha um bom gosto, ou melhor, ela tinha, pois na jaqueta tinha um escudo com asas e estava escrito “Girls’ Generation”, já que achei bonito e com grande estilo, o peguei do corpo ensanguentado e o vesti, mesmo ele com uma mancha de sangue na manga, mas nada que agua não limpe.

Após vestir a jaqueta, juntei as palmas das minhas mãos e rezei um pouco, pedindo para aquelas duas pessoas pudessem ser perdoadas por seus pecados e que elas fossem mandadas a um lugar bom, já que não era culpa delas por terem sido mortas por um monstro. Depois da minha rápida prece, fui embora andando calmamente pelas ruas de Seoul, as mais imundas de pecados que podiam existir, mesmo que a pecadora aqui seja eu.

Eu, Kim Taeyeon, assumo aqui e agora que sou uma pecadora e que não tenho o porquê mentir disso, eu apenas sinto pena. E também assumo que sou algo que todos mais temem nos contos de fadas... Um lobisomem.