Fugir... Era o que eu precisava fazer nada mais naquele mundo iria me entender, mas por que isso precisava acontecer comigo? Acredito que nada acontece por acaso, mas qual era a razão para isso tudo? Minha mente simplesmente não entendia, eu apenas movia minhas pernas ritmicamente contra as balas que insistiam em querer perfurar-me.

Costas.

Ombro.

Panturrilha.

A cada bala que atingia esses lugares, mais eu perdia controle da minha rápida corrida contra a morte, mas doía... Doía muito.

Cintura.

Mão esquerda.

Cotovelo.

Orelha.

Ao a bala atingir minha orelha esquerda, ela formou-se um enorme buraco, igual à de um cachorro de rua. Meu corpo sangrava por inteiro e eu estava perdendo sangue, será que eu iria ganhar minha luta contra morte? Eu tinha recursos para isso, mas meu medo falava mais alto em minha mente e eu não conseguia formular nada em minha cabeça, apenas sabia que eu precisava tanto correr quanto desviar das balas.

Calcanhar.

Senti-me completamente como Aquiles, pois após a bala ir diretamente ao meu calcanhar, fui ao encontro com o chão de uma forma brusca, fazendo com que eu cortasse minha boca. Depois que fui parar no chão, comecei a refletir minha situação, ela era, no entanto... Divertida. Como uma pessoa que tinha recursos para se defender podia se machucar tanto?  Apenas via a poça de sangue se formar envolta do meu corpo, minha respiração pesava a cada minuto que passava, minhas pálpebras queriam se fechar e meu coração não tinha mais o ritmo que necessitava, eu ia mesmo morrer? Não, eu me recuso a morrer num estado tão deplorável.

Vi a pessoa que me caçava se aproximar com sua Night Walk 7 pratiada na mão e com um sorriso cínico estampado na sua face, era realmente muito irritante ver aquela sorrindo como uma criança que acabará de ganhar um doce, era muito irritante! A pessoa se agachou até chegar a uma baixa altura, encarou meus olhos e disse:

- Acho que você já não está tão rápida como era antes né? Yoona. – A mulher falou em um tom de deboche, como se quisesse me atingir com isso.

- Faz um bom tempo... Que eu... Não te vejo... Victoria. – Eu falava pausadamente pela minha dificuldade de respirar, mas eu conseguia encarar os olhos dourados de Victoria com fúria.

- Para um dragão, você amoleceu muito, nem solta fogo. – Ela sorriu de novo, isso havia sido a gota d’agua para mim.

De castanhos, meus olhos ficaram vermelhos e meus dentes cresceram no máximo 2 centímetros, por fim deixei com que uma sensação de calor atingisse meu magro corpo. O calor... Meu recuso natural e é o que eu mais amo, já que ele era quem salvava minha vida por anos e anos. Faíscas já podiam ser vistas pela minha boca e minhas mãos estavam vermelhas, Victoria notou minha repentina mudança e começou a colocar balas de prata na sua arma mais rápido quanto antes. Eu não podia deixar ela me atirar de novo, levantei-me com muita dificuldade e deixei com que as chamas saíssem das minhas mãos. Sorri da mesma forma que ela e falei:

- Quem está amolecendo agora? – Por fim, apontei minhas mãos para ela e soltei minhas grandiosas rajadas de chamas cor cobre.

Apenas sei que metade do meu fogo atingiu Victoria, mas ela saiu correndo e fugiu gritando como uma hiena, pelo menos eu consegui atingi-la, mas meu corpo ainda estava deploravelmente machucado e sangrando, eu precisava me curar antes que eu perdesse mais sangue. Fui mancando até uma casa abandonada, esse era o bom de estar em uma vila abandonada pelo menos. Depois de ir até o teto da casa, pensei um pouco mais.

- “Nunca mais irei ser pega pela C.A.D.C mesmo que morta, e ainda irei te salvar... Seohyun.”

Deixei minhas asas velhas e deformadas saírem de minhas costas para ir embora, queria apenas me esquecer de que Victoria apareceu e ir ao encontro de Taeyeon, ela poderia me ajudar a encontrar pistas e a me curar.

Quero esquecer que Victoria surgiu, quero esquecer que a C.A.D.C existe, mas quero ainda mais minha Seohyun de volta aos meus braços.