Coincidência.

Sede de vingança.

Capítulo III - Coincidência.

 

Parte I 

O sol bateu no rosto de Tae Min He o fazendo despertar, ele se levantou cansado e com uma forte dor de cabeça, se sentou e percebeu que algo caiu da cama, olhou para o chão e lá estava a mesma pasta vermelha que havia recebido na noite anterior, ele a pegou e conferiu o que tinha dentro dela, eram muitos papéis, ele retirou um deles e começou a ler as informações escritas no papel.

- "Hae Jung So, nascida dia 12 de abril de 1992. Fluente em 2 línguas, já morou em 3 países diferentes. Trabalhou de garçom, recepcionista e atualmente se dedica a Arte e pintura. Mora sozinha com o irmão de 10 anos que se encontra internado ..." Min He pausou e se lembrou daquele garoto que chorava abraçado a Hae Jung, aquele momento em que esteve no cemitério o fez reviver o que ele tanto queria esquecer.

Respirou fundo, levantou-se e foi lavar o rosto, ainda tinha um longo dia pela frente. Assim que saiu do banho ouviu a campainha tocar, foi até a porta e a abriu, por não ver ninguém achou que era uma brincadeira até perceber uma carta caída no chão a sua frente. Ele se abaixou, pegou a carta em seus pés e leu em voz alta enquanto enxugava seu cabelo molhado.

-"O Grupo ADVA, Arte De Vários Ângulos, convida você para a exposição La Moré . Data: 15 a 30 de fevereiro, Horário: das 14h ás 19h."

Tae Min se arrumou e já estava pronto para sair, voltou até seu quarto e escondeu a pasta vermelha em uma das gavetas. Não precisaria dela para que facilitasse sua missão, ele sempre foi de descobrir informações por si mesmo.

Depois de algum tempo procurando pelo local enquanto dirigia, avistou Hae Jung caminhando pela calçada com uma grande caixa na mão, ele não deixou de reparar como ela estava arrumada e bonita. Diminuiu a velocidade do carro e começo a observá-la de longe até que Hae Jung So entrou em um lugar onde provavelmente o evento aconteceria, ele olhou no relógio e percebeu que ainda faltava algumas horas para que a exposição fosse aberta, lentamente estacionou seu carro perto dali, em frente a uma ponte, saiu para tomar um ar enquanto admirava o pequeno rio que passava por baixo da ponte.

Tirou de seu bolso um cigarro e o colocou na boca, procurou por um isqueiro resmungando enquanto passava as mãos nos bolsos vazios. - Droga, devo ter pedido meu isqueiro ontem também.

- Se quiser o meu. Disse Hae Jung  o surpreendendo enquanto apontava um isqueiro em sua direção.

Ele agradeceu e acendeu seu cigarro, sentiu que a sorte estava em seu caminho, ou melhor, sendo irônico com ele.

- Você não é o rapaz da carona ?

- Isso mesmo, que boa memória você tem. Obrigada pelo isqueiro. Ele fez o gesto para que ela o pegasse de volta.

- Não, tudo bem. Eu estou tentando tirar meu costume de fumar. Fique com ele ... Ah! Aquele dia nem te agradeci por ter me salvado daquele bandido. Então, obrigado por me ... salvar.

- Salvar ? Que isso, eu só fiz o que era certo. Parabéns por parar de fumar, sério, eu não conseguiria. Fumo sempre quando quero esquecer algo ruim, já perdi as contas de quantas vezes troquei remédios por um cigarro.

- Acho que eu sei bem como é. Você está ocupado agora ?

Ele olhou no relógio e ainda faltavam 2 horas para a exposição, seria o suficiente para descobrir mais coisas sobre ela. - Acho que não, porque a pergunta ? - Questionou ele e deu uma tragada em seu cigarro.

- Estou arrumando um local para uma exposição aqui do lado. Se quiser ir até lá, ainda não está tudo no lugar mas já tem alguns quadros expostos. O que acha ?

- Eu não entendo muita coisa sobre Arte.

- Não importa, basta parecer interessado e meu chefe já ficará satisfeito com meu trabalho.

- Está bem, só não me faça fazer comentários sobre a Mona Lisa ou algo parecido. Ela concordou balançando a cabeça e enquanto caminhava ao lado de Tae Min julgou o que a seu ver era obra do acaso.

- Foi uma coincidência te encontrar aqui, e ainda bem, assim poderei mudar minha imagem da última vez de arrogante e pidona. Ela sorriu e ele se pegou observando o lindo sorriso que ela tinha.

"Coincidência". Repetiu ele em pensamento e tragou o cigarro novamente.

          

           

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