Hyewon odiava qualquer trabalho em grupo, certamente trocaria aquilo por um grande e dificultoso trabalho de física. Mas Eunbi a encorajava com belas palavras, a garota não entendia o porque daquilo, era tão mais fácil fazer tudo sozinha. A professora queria um pequeno poema, onde teria que conter frases com um grande pesar ao escritor, resumindo, a mulher queria que seus alunos contassem suas histórias de um jeito culto e doce. Hyewon revirou seus olhos cor de mel e começou a pensar em como iria descrever o que sentia pela pessoa que mais amava, mas quem ela amava? A mesma olhou ao redor, ninguém da sala chamava sua antenção, olhou mais um pouco e pousou seu olhar em uma bela jovem de cabelos claros como o ouro, sorriso angelical e uma risada tão sonora como uma nota de violino em um concerto vazio. Analisando ainda mais a bela mulher notara que era Eunbi, com as maçãs de seu rosto levemente coradas a menor se debruça contra sua mesa e começa a respirar fundo. "É certamente impossível, não sinto nada por ela", negava quase que automaticamente, querendo ou não, a imagem magestosa de Eunbi sorrindo com seus amigos não saia de forma alguma de sua mente, estava ficando estressada com tudo isso. Levantando bruscamente, foi em direção a Eunbi e pediu ajuda. Não iria conseguir escrever sobre amor, quando nunca amará ninguém. 

- Eunbi? - Cutucou levemente o ombro de sua amiga. 

A mais velha virou lentamente e sorriu ao ver que era sua amiga, pedindo licença para seus amigos a garota se lavanta e se aproxima de Hyewon. 

- Precisa de ajuda? Sabe que os veteranos só estão aqui para ajudar e iremos sair daqui a pouco, certo? 

- Eu sei, eu sei! Mas Eunbi...como vou escrever sobre amor....quando nunca amei?

- Você não me ama? - Sua amiga respondeu mais que rapidamente, certamente essa frase teve um peso, pois sua voz saiu trêmula e seu sorriso diminuiu alguns centímetros. 

Hyewon envergonhada com tal pergunta apenas sussurrou um pequeno e sonoro sim e pediu lincença, voltando para seu lugar, começou a colocar tudo para fora, seu poema continha coisas que nunca teve coragem de falar para a pessoa que mais amava no mundo. Sua professora começou a chamar alguns alunos que notara que teriam terminado tal tarefa, Yuri foi uma das primeiras, seguida de Sakura. Depois era vez de Hyewon, apreensiva a menor olhava para Eunbi que logo notou que estava a encarando, a mais velha notando que estava sendo observada também, lançou um pequeno sussurro: "Você consegue, acredito em você". 
  Chegava a hora dela ler, será que teria coragem para ler? Seu título certamente já demostrava que não era aquilo proposto pela sua professora, teria fetio uma grande burrada? Apenas lançou esses pensamentos para algum canto de sua cabeça e olhou para sua professora, que por sinal já estava a chamando. Levantou com uma certa demora, arrumou seu cabelo para trás de suas orelhas e lambeu seus lábios que haviam ficados secos pelo nervosismo anterior. Com a voz trêmula, prosseguiu com seu pequeno poema:

 Amargo amor.
Não sei porque ainda espero.
Que regresse aos meus braços.
Mas eu ainda te quero.
Maldito verbo amar. 
Só me faz querer te abraçar.
Sei que nosso amor é uma maldição.
Mas por favor aceite meu coração.
Sou jovem, certamente não sei o que o amor é de verdade.
Só não me mostre a realidade.
Deixe meu amor vagar pela imensidão.
Do seu coração.
Desse seu amor amargo.

Hyewon retornou ao seu lugar quieta, sem olhar para ninguém de sua sala. Sentia uma forte onda de vergonha lhe subir nas bochechas, sua professora não sabia o que falar. Estava pronta para ganhar um zero ou uma pequena chamada de atenção, mas apenas ouviu sair dos lábios de sua professora:

- Espero que consiga transformar esse amor amargo, em um pequeno mundo de fantasias. 

Era algo impossível, pensou com si mesma. Certamente seu amor seria amargo para sempre, não iria conseguir transformar em algo doce e fugir da triste realidade. Até porque Eunbi tinha vários ex namorados e nunca notaria sua amiga, ambas eram diferentes e seria uma missão impossível faze-la sentir seu amor puro e sereno.