Impromptu

Stained Glass - PT

Kyungsoo estava quase na borda do gramado de sua casa quando percebeu que ainda estava envolto no calor do casaco verde mar de Jongin. Devolver ou não devolver? Do Kyungsoo geralmente faz a coisa certa e devolve as coisas que não pertencem a ele imediatamente, mas hoje ele iria se rebelar e não dizer nada para que pudesse manter esse casaco por pelo menos uma noite. O que realmente planejava fazer com o casaco, Kyungsoo não tinha idéia; tudo o que ele sabia era que queria segurar o casaco de Jongin apenas um pouco mais. Quando chegou à porta da frente da casa da família Do, ele se virou para dar uma última olhada para Jongin, que ainda estava enraizado no mesmo lugar, enquanto observava Kyungsoo calmamente. Kyungsoo sorriu para ele enquanto Jongin continuou a observá-lo, sua expressão intensa e séria. Talvez ele estivesse se arrependendo do beijo, Kyungsoo pensou consigo mesmo, preocupado. Mas não havia nada que pudesse fazer sobre isso ,  nunca iria se arrepender de ter beijado Jongin. Dando ao rapaz tatuado um último olhar e um alto sussurro "VAI!", Kyungsoo entrou rapidamente em casa para Jongin ir embora antes que sua mãe descesse como o Anjo da Morte.

Kyungsoo deu um suspiro de alívio quando chegou em seu quarto sem ser abordado. Na esperança de que seria capaz de ver pelo menos um último vislumbre de Jongin, separou sua cortina só para ver Jongin acelerando na noite, e ondas de decepção enrolaram e desenrolaram dentro dele. Fazendo um barulho frustrado, se jogou em sua cama antes de alcançar o casaco de Jongin e cheira-lo. Ele podia sentir seu próprio cheiro de sabão com um toque de limão no interior, mas o casaco foi permeado com traços de baunilha, fumaça e algo que não conseguia definir. Seus sentidos tinham sido preenchidos com aquele cheiro quando ele ousadamente beijou Jongin poucos minutos atrás. Ele ainda não podia acreditar que tinha feito aquilo ,apenas o puxou e beijou-o. E ele se sentiu tão bem em ter os braços de Jongin o cercando e o puxando para mais perto ... sentir sua pele sob seus lábios.

Kyungsoo não era completamente inocente. Ele tinha tido dois namorados no passado, mas nunca havia sido o primeiro a ter a iniciativa, não tinha tido vontade o suficiente. Mas Jongin o fez sentir todos os tipos de coisas que não tinha sentido antes, e apenas um pequeno número dessas coisas tinha a ver com Jongin parecer perigoso e diferente de qualquer um que Kyungsoo já tinha conhecido. Sem duvidas, Kyungsoo sabia que se Jongin o chamasse para sair outra vez, ele diria sim sem um momento de hesitação. Sua mãe provavelmente teria um infarto se  visse as tatuagens e piercings de Jongin, e ele mesmo provavelmente teria o coração partido, mas não conseguiu se importar com isso. Corações partidos poderiam se curar. Ele não iria deixar escapar a chance de passar tempo com Jongin se outra oportunidade surgisse. Quase desafiadoramente, respirou a fragrância diferente de Jongin e fez um voto de cheirá-lo de perto novamente, nos planos suaves de sua pele invés de abrigado entre as fibras do tecido.

 

---------

 

Após o banho de Kyungsoo, ele puxou a coberta que tinha dobrado ordenadamente naquela manhã e se apoiou em seus travesseiros antes de se estabelecer na cama. Considerou ir dormir ou ler um livro, mas se sentia muito hiperativo. No final das contas, ele pegou seu celular e procurou o 'K' em seus contatos até encontrar o nome que queria.

Kyungsoo: Jongin, qual perfume você usa?

Jongin: Bvlgari Black. Por que estamos falando sobre meu perfume?

 Kyungsoo: Só por curiosidade. É a única fragrância que você usa?

Jongin: Sim! LOL. Por Quê?

Kyungsoo: Só por curiosidade.

Jongin: ???

Kyungsoo: Eu preciso devolver o seu casaco.

 Jongin: Fique com ele.

Kyungsoo: Mas você vai precisar dele. O tempo está ficando mais frio.

 Jongin: Fique com ele.

Kyungsoo: É muito grande?

Jongin: Fique com ele mesmo assim.

 Kyungsoo: Você é muito ... persistente.

 Jongin: Fique com ele.

 Kyungsoo: LOL. Ok, tudo bem.

Jongin: O que você está fazendo agora?

 Kyungsoo: Sentado na cama de pijama?

 Jongin: Você usa pijama ?! Com botões e gola e coisas assim ?!

Kyungsoo: E se eu usar? >_<

Jongin: Então você usa?

Kyungsoo: NÃO! Só uma calça de moletom e uma camiseta. Suspiro. O que você costuma a usar para dormir?

Jongin: Calça de pijama xadrez e camisa de manga comprida. Aceitável?

Kyungsoo: Você usa calças de pijama? Mas você fez soar como a coisa mais cafona possível!

Jongin: Bem, se há botões e colarinho envolvidos, pijamas SÃO a coisa mais cafona possível.

Kyungsoo: Oh, nesse caso, eu uso calça de pijama listrado às vezes.

Jongin: Eu também. Lol.

Kyungsoo: -_-

Jongin: O que isso significa ?!

Kyungsoo: Isso significa que eu estou irritado! Como você pode não saber disso?

Jongin: Um ... eu não uso emoticons.

Kyungsoo: Quem diabos não usa emoticons?

Jongin: Eu. Você está ocupado agora? Posso te ligar?

Kyungsoo: Sim!

Jongin: Sim, você está ocupado? Ou sim, eu posso te ligar?

Kyungsoo: Me ligue!

Kyungsoo chutou a si mesmo, enquanto esperava seu telefone tocar - quão desesperado ele se fez parecer ?! O nome e número de Jongin começaram a piscar no seu celular e todos os pensamentos de parecer estúpido e desesperado se dissolveram quando a voz rouca de Jongin preencheu seus ouvidos.

 

"Hey."

 

"Hey."

 

E então eles estavam conversando novamente como se já não tivessem conversado por horas mais cedo naquela noite.

 

 

----------

 

 

"Você não parece muito bem." Jongin disse sem rodeios quando Tao sentou-se ao lado dele na hora do almoço, no lugar deles de sempre sob a árvore de jacarandá, perto da Biblioteca de Belas Artes. Jongin também se sentia grogue, porque tinha ficado no telefone com Kyungsoo até duas da manhã, mas Tao realmente parecia miserável. O menino chinês alto tinha os olhos caídos e suas olheiras estavam ainda mais acentuadas do que o normal ,era como se ele mal tivesse dormido, se é que dormiu alguma coisa.

 

"Eu não me sinto muito bem." Ele disse simplesmente.

"O que aconteceu?" Jongin geralmente não gosta de se envolver, mas Tao parecia que talvez quisesse falar sobre o assunto.

 

"Meus pais descobriram sobre eu e Kris e ... bem, dizer que eles não estavam felizes seria amenizar a situação". Tao passou a mão pelo cabelo em um movimento frustrado "Eles basicamente me colocaram para fora de casa depois de dizer um monte de merda que eu realmente não precisava ouvir." Jongin tentava não saber muito sobre o que acontecia na vida pessoal de seus melhores amigos, mas  sabia o suficiente para lembrar que os pais de Tao não o tinham apoiado à estudar na Garnier. Eles queriam que ele fizesse alguma coisa "respeitável" como engenharia ou economia, mas a criatividade de Tao não pode ser reprimida e quando ele ganhou uma bolsa de estudos para fazer Tecnologia de Design, seus pais haviam relutantemente concordado. Mas estavam constantemente lembrando-o que isso não iria levar a uma carreira de verdade, não uma que poderia pagar suas contas regularmente, e é melhor ele não esperar que eles paguem as contas por ele quando  não conseguisse encontrar um emprego mais tarde. Escutar sobre a mãe e o pai de Tao quase fez Jongin apreciar seus pais ausentes. Quase.

"Você tem um lugar para ficar? Você pode ficar comigo ,meus pais não dão a mínima para o que eu faço de qualquer maneira. Eu tenho certeza que eles não vão nem perceber se você se mudar pra lá"

"Não, de boa. Eu só empacotei o que eu pude ontem a noite, e Kris me pegou na mercearia perto da minha casa. Vou ficar com ele por agora. E por um bom tempo, eu espero."

"Então as coisas com você e Kris ... elas são sérias?"

"Você não consegue perceber?"

"Eu sei que vocês meio que estavam flertando um com o outro durante meses, então sei que há química, mas ... e em relação a todas as outras coisas?"

"Coisas? Jongin, as emoções não são coisas. E sim as emoções são reais e Kris e eu não estamos nisso apenas pela química. Jesus, Jongin. Coisas ?!"

 "Eu não ... sou bom com palavras, Tao. Não quis dizer isso de uma maneira ruim."

"Eu sei." Tao bateu no ombro de Jongin cansadamente. "Kris está me levando para comprar suprimentos mais tarde. Coisas de banheiro. E o edredom queen size foi um pouco apertado para nós na noite passada, então ele disse que nós vamos ir comprar um king size, quando ele sair do trabalho." Ele enfiou a mão no bolso quando seu telefone começou a zumbir.

"É. As aulas terminam às 16h hoje. Ok, eu vou esperar na frente da farmácia Howarth às 17h30 ... Não, meus pais não entraram em contato. Sim ... Eu te vejo mais tarde, Kris. Tchau . Sim, estou bem. Sim, eu tenho certeza. Pare com a preocupação exagerada. Eu estou bem. É sério. Mais tarde, ok? "

Jongin assistiu toda a conversa pensativo. Então era assim com Tao e Kris. Era assim quando duas pessoas se amavam e queriam fazer uma vida juntos. Quando Tao assentiu com a cabeça e sorriu de vez em quando, suas linhas de riso apareciam quando ele dava uma  risada quente, o coração de Jongin descongelou apenas uma fração a mais. A luz do sol fez cócegas em sua pele quando ele fechou os olhos e se deitou na grama banhada pelo sol. A mente de Jongin nadou com imagens do menino perto da janela de vitrais e a forma como seus lábios se sentiram sob os dele, e da forma como a sua suave pele pálida tinha sentido em suas palmas. Eles fizeram planos para sair na noite de sábado e os cantos da boca de Jongin se levantaram com a perspectiva de ver Kyungsoo novamente.

---------

 

"Pai, teria um minuto para conversarmos?" Jongin bateu na porta semiaberta do escritório de seu pai. Kim Dae Gun era um homem distante ,com  características inflexíveis e frias, Jongin sempre temia suas conversas desconfotavéis.

"Claro. Posso falar um minuto. O que posso fazer por você, filho? " Ele colocou um maço de documentos sobre a mesa, e juntou os dedos enquanto Jongin sentava-se desconfortavelmente na cadeira de couro de frente para ele.

"Vai ter uma exposição na faculdade entre os dias 20 a 27 do próximo mês. Três dos meus trabalhos foram selecionados e eu pensei se ... talvez minha mãe e você poderiam ... "

"Comparecer? Você sabe que sua mãe e eu não frequentamos esses eventos. Mas estou orgulhoso por sua conquista. Deixe eu preencher um cheque, você deveria comprar algo bom para si mesmo. Talvez um terno novo para a exposição? "

"Eu não preciso de um terno." A voz de Jongin foi concisa mas ele não tinha certeza de que seu pai tinha notado, seus olhos já estavam se desviando para os papéis sobre a mesa. Claramente, a "entrevista" tinha acabado. Seus pais nunca tinham conversas de verdade com ele, tinham entrevistas formais e  breve encontros para passar instruções.

"Eu tenho certeza de que você vai se sair bem. E não se esqueça de comprar algo bom." O pai dele deslizou uma folha retangular de papel grosso em toda a superfície de mogno polido.

 "Eu não preciso de um terno ...senhor." Jongin virou-se e saiu da sala sem pegar o cheque.

 

----------

 

Ele saiu da casa, foi para o escurecido pátio da parte de trás e sentou-se em uma das cadeiras de ferro forjado. Os dedos trêmulos com os nervos bruscos de raiva não expressa, Jongin acendeu um cigarro e deu uma tragada profunda, assistindo o papel  queimar quando  soltou uma longa e agitada névoa branca. Enquanto observava a queima lenta da brasa laranja luminosa e fez inalação após  inalação, Jongin tentava recapturar o entorpecimento e esvaziamento de mente que normalmente seguia o uso da nicotina, mas hoje à noite ... hoje à noite, o alívio que ele procurava lhe escapava. E tudo que sobrou foi o sabor amargo desagradável de tabaco em sua língua, e uma dor oca em seu peito de seu não-confronto com seu pai.

No final das contas, ele largou o cigarro ainda fumegando e apagou-o com seu tênis. Pegou outro Marlboro Light antes de abrir a tampa de seu isqueiro Zippo prata  em um movimento suave, com uma só mão. Tem um barulho metálico reconfortante pouco antes da chama azul-âmbar explodir em vida. Mas o segundo cigarro ofereceu tão pouco conforto quanto o primeiro e Jongin o abandonou na metade, esmagando o toco aceso violentamente com a ponta de seu all star antes de voltar para a casa.

Jongin se deitou em sua cama e olhou para o teto branco liso, tentando pintar todo aquele branco por cima das imagens da expressão indiferente de seu pai, imagens que continuavam passando em sua cabeça. Mas isso não funcionou também. Sua mente não se esvaziava e seu coração se recusou a ficar dormente. Depois de alguns minutos de indecisão, pegou o telefone para ligar para Kyungsoo. Mas, quando estava prestes a pressionar o botão de chamada, foi subitamente tomado por uma necessidade desesperada para vê-lo e tê-lo por perto. Instintivamente, Jongin sabia que ouvir sua voz calmante não seria suficiente. Agarrando sua jaqueta de couro marrom, porque precisava do conforto extra hoje à noite, Jongin embolsou suas chaves e saiu do quarto, uma camada frágil de frustração agarrada a ele como uma segunda pele.

 

---------

Jongin olhou para os retângulos estreitos de luz dourada. Arrastou uma mão sobre o rosto, como saber qual era a janela de Kyungsoo? Ele sabia que seu quarto ficava virado para a rua, porque Kyungsoo tinha dito que na primavera, ele tinha uma bela vista para as flores de cerejeira rosas que cresciam na árvore de seu vizinho do outro lado da rua. Mas havia duas janelas iluminadas, qual delas? Uma janela foi obscurecida por cortinas florais que não pareciam nada com o estilo de Kyungsoo, enquanto a outra janela era tampada por um tecido liso. Estava sendo um idiota. Ele deveria apenas ligar para Kyungsoo mas algum vestígio erso o impediu de resolver as coisas do jeito que era claramente o mais lógico. Em vez disso, se abaixou para pegar um pouco de cascalho da calçada, caminhou até a janela do andar de baixo e começou a arremessar pedras contra a janela de vidro 3 metros acima.

 

---------

 

Kyungsoo estava sentado na cama, memorizando as letras desconhecidas de uma música desconhecida ,repetindo elas em voz baixa. Estava ouvindo a música em seu iPod na maior parte do dia e conhecia a melodia bem por agora.

"The world's a roller coaster and I am not strapped in (O mundo é uma montanha-russa e eu não estou preso a ela)" Kyungsoo deixou que as palavras rolassem de sua língua lentamente antes de uma expressão preocupada marcar seu rosto. Jongin tinha dito que as palavras de sua música favorita significavam "algo" para ele e essas frases faziam Kyungsoo se sentir angustiado. Mas antes que pudesse se aprofundar mais nisso, ele ouviu sons de alguma coisa batendo em outra.

Thack. Thack. Thack.

Pequenos projéteis estavam batendo em sua... janela? Cautelosamente, ele afastou as cortinas cor de areia, olhou para fora e viu uma figura solitária que está no gramado debaixo de sua janela. Jeans desbotados e uma camiseta preta com o rosto de um homem impresso. All star. Uma jaqueta de couro marrom. Cabelo loiro despenteado.

"Jongin?" Kyungsoo sussurrou pela janela aberta.

"Quer sair comigo?"

 "Por que você não ligou?" Kyungsoo parecia confuso quando aliviou sua cabeça e  relaxou os ombros.

"Pedras pareciam uma boa idéia na hora." Jongin deu de ombros e Kyungsoo riu, sacudindo a cabeça. "Você vem?" Jongin perguntou novamente.

"Vou precisar trocar de roupa-"

"Não precisa, só desça aqui agora?" Os olhos de Jongin pareciam perturbados.

"Ok." Kyungsoo concordou com a cabeça antes de fechar a janela. Deu uma olhada atormentada para seu suéter da época do ensino médio e sua calça de moletom cinza e suspirou. Ele definitivamente não estava prestes a ganhar nenhum prêmio por suas vestimentas, mas não achava que teria importância para Jongin que parecia visivelmente chateado. O casaco verde mar estava pendurado em um gancho de sua porta e Kyungsoo o pegou quando estava prestes a sair do quarto.

 

----------

 

"Jongin?" disse Kyungsoo hesitantemente enquanto se aproximava dele. "Está tudo bem?"

"Na verdade, não. Mas eu realmente não quero falar sobre isso agora." Jongin fez uma careta. Então sentiu dedos quentes se envolver em torno dos seus e sentiu um pouco do stress sair dele. "Desculpe por aparecer assim."

"Não precisa se desculpar. Estou feliz que você veio." Kyungsoo riu, "Além disso, eu meio que gosto de andar na traseira da sua moto. Eu meio que sinto uma adrenalina."

 "Vamos, então." Jongin lhe deu um meio sorriso enquanto colocava o capacete na cabeça de Kyungsoo da mesma forma que havia feito na noite anterior. Uma vez que Kyungsoo estava ajeitado atrás dele, Jongin deixou a moto descer em silêncio até o fim da rua antes de ligar o motor.

"Não quero acordar sua mãe",  se virou para dizer e a risada doce de Kyungsoo tocou confortavelmente em seus ouvidos antes da moto começar a cortar o vento à frente. Enquanto o vento chicoteava o corpo de Jongin, e os braços e peito de Kyungsoo se moldavam à sua cintura e costas, ele finalmente encontrou a liberação emocional indescritível que ele estava procurando a toda a noite.

 

--------

 

Depois de dirigir sem rumo por quinze minutos, eles acabaram sentados em um banco de madeira no parque Belleview. Os galhos das árvores de carvalho por perto oscilavam um pouco na brisa noturna de outubro. As folhas eram um vermelho escuro e dourado durante o dia, mas agora elas só pareciam que tinha sido mergulhadas em pinceladas de roxo.

"Você quer falar sobre isso?" Kyungsoo pegou a mão esquerda de Jongin e deixou suas mãos entrelaçadas descansarem em sua coxa.

"Não." Jongin apertou seus dedos ao redor dos, muito menores, de Kyungsoo.

"Ok. Mas você me deve um segredo. Você disse que iria me dizer um da próxima vez que me visse. E é melhor que seja algo mais emocionante do que morangos," Kyungsoo usou o sorriso mais desarmante que tinha em seu arsenal para distrair Jongin de qualquer coisa que o estivesse incomodando.

"O Quê ?!" Jongin deu uma risada sincera antes de ficar quieto e segurar Kyungsoo em seus braços. "Obrigado por ter vindo aqui comigo, sem fazer perguntas." Jongin apoiou o queixo no ombro de Kyungsoo, sua mão se curvou ao redor de sua nuca delicada.

"Mas eu perguntei. Você apenas não respondeu." Kyungsoo sorriu no ombro de Jongin.

"Isso é verdade."

"Posso ...?" Kyungsoo se endireitou e apontou para o pescoço de Jongin. E Jongin que realmente não gosta de pessoas encostando nele, pegou a mão de Kyungsoo e colocou-a em sua pele tatuada.

"É macio." Kyungsoo soou quase surpreso. Ele beijou Jongin a noite anterior, mas suas mãos tinham sido enroladas atrás de seu pescoço ,ele conseguiu examinar o piercing no lábio de Jongin mas não tinha tido a chance de explorar sua pele tatuada.

"Você esperava que fosse escamoso?" Jongin riu.

"Mas agulhas?"

"Elas só injetam a tinta na pele, Kyungsoo. Elas não cortam a sua pele o suficiente para criar cicatrizes. É como mil alfinetadas e alfinetadas se curam e, em seguida, sua pele está de volta ao normal, apenas diferente porque você teve histórias marcadas nelas. "

"Eu achei que você tinha dito que não era bom com as palavras," Kyungsoo reclamou enquanto seus dedos traçavam os padrões de asas de anjo. Arrepios de prazer viajavam para cima e para baixo na pele de Jongin enquanto Kyungsoo continuava suas explorações suaves, e ele estava prestes a afastar-se antes que sensações fossem demais para ele aguentar, quando sentiu os lábios de Kyungsoo tocar seu pescoço.

"É linda." Kyungsoo sussurrou pouco antes de levantar o rosto e beijar sua bochecha. Ele nunca tinha sido tão atirado em sua vida, mas se essa acabasse sendo a última vez que ele veria Jongin, Kyungsoo estava determinado a fazer valer a pena. Este era o único pensamento que passava por sua cabeça quando seus lábios envolveram os de Jongin em um beijo apaixonado que inflamou seus corações e almas, e deixou a pele deles em chamas. Vários beijos depois, quando Jongin segurava Kyungsoo em seus braços, ele disse misteriosamente, "Raios".

"Raios? Trovão? Relâmpagos?" Kyungsoo estava perplexo.

"Quando há uma tempestade muito forte e o vento está uivando, relâmpagos me assustam."

 "E se não há vento forte?"

"Eu fico bem se é apenas raio e chuva. É o vento que me desencadeia. Quando estava crescendo, tive que ir para um acampamento todos verões até fazer 15 anos ,meus pais realmente não conseguem lidar com crianças. E no verão em que eu tinha 12 anos, naquele acampamento, nós fomos em uma caminhada até as montanhas. Mas eu me separei do resto. Quando a tempestade soprou eu estava sozinho, molhado, triste e perdido. O vento era tão barulhento e os relâmpagos iluminavam o céu todo, felizmente eu encontrei uma caverna para me esconder. Mas eu nunca realmente superei isso ".

"Oh, Jongin. Eu ... obrigado por confiar em mim o suficiente para me contar." Kyungsoo apertou a mão de Jongin.

"Portanto, agora que são dois segredos que você sabe sobre mim, eu acho que você me deve dois segredos que você nunca contou a uma alma."

"Você quer que eu te diga um agora?"

"Não. Na próxima vez que nos encontrarmos você pode me contar um."

 "Da próxima vez, hein?" Kyungsoo sorriu.

"Shhh ...", disse Jongin quando fechou os olhos e inclinou-se, e seus lábios se encaixam com ternura sobre os de Kyungsoo...

 

 

Like this story? Give it an Upvote!
Thank you!

Comments

You must be logged in to comment
No comments yet