Cupons

Description

Uma vida fácil? Não que todas às vidas fossem algo fácil de se lidar, mas a minha não, era mais do que difícil, era horrenda. Primeiro a única pessoa que eu tinha se foi, minha irmã, e imagina? Ela me deixou sua filha para cria-lá. Somos apenas Hanna e eu com diversos problemas para serem resolvidos. O cupom? Ah, sobre isso é uma longa história. A história do cupom foi uma ideia maluca de Sunnie, a mãe da Hanna, que propôs a mim em troca de cuidar de Hanna como se fosse minha filha e desse à ela, felicidade. Maluquice? Totalmente, mas após ver seu último suspiro, prometi a mim mesma que faria qualquer coisa para criar minha sobrinha. Mas o cupom volta novamente a história, por algum motivo é como se Sunnie visse tudo que se passava na terra e me fez encontrar ele, o homem mais arrogante de todos os tempos. Mas adivinha? Ele também quer um cupom.

Foreword

“ — Seoul, Coréia do Sul, há dois anos atrás. —”

Mais uma vez, Sunnie — minha irmã, minha melhor amiga. —, estava internada no hospital, batia freneticamente meus dedos pela mesinha de centro na recepção do consultório á espero do doutor com o resultado dos exames. Hanna dormia calmamente nos meus braços, ela era simplesmente uma graça, igualmente a mãe. Logo desviei minha atenção do pequeno rosto que dormia na inocência e fitei a porta sendo aberta.

O doutor Kyu-Bok se sentou a minha frente com seu prontuário em mãos, não sei bem o porquê mas sentia que boa notícia não era pois o semblante do senhor a minha frente era séria demais, não que.. só por estar assim fosse algo grave mas há algo errado, eu sinto.

— Sinto muito. — Ele comentou, tendo dificuldade suficiente para me encarar. E quando finalmente ele tomou coragem, senti meus olhos arderem.  O que ele queria dizer com isso?! Me perguntava o tempo todo. — sua amiga tem apenas, no máximo, uma semana para tentar reagir aos nossos medicamentos, caso não surgir efeito algum, sua vida terá grandes riscos.

-x-

Após receber aquela notícia e exigir ao doutor que me avisasse o que podia fazer para ajuda-lá, procurei o mais rápido a U.T.I daquele local, uma enfermeira havia visto minha situação e se manifestou para cuidar de Hanna, sei que era errado deixar a pequena Hanna com alguém desconhecido mas era preciso e não demoraria pra pegá-la de volta. Nossa situação financeira nunca foi das boas, o que pra piorar a taxa hospitalar daquele lugar era caríssima mas valeria a pena se pudesse curar Sunnie. 

Quando abri a porta do lugar em que estava, doeu mais meu coração ao avistar a minha unnie deitada em uma maca desconfortante e com diversos aparelho em sua volta. Eram ligados por várias partes do seu corpo, aparelhos de respiração outras para conseguir alimenta-lá. O meu coração se partia ao meio, me sentia culpada por não fazer nada, minha vontade era arrancar tudo aquilo e tirar Sunnie daquele desconfortante lugar mas o que de fato não podia, pois pioraria sua situação.

— Chaerin... — Ela sussurrou, abri a porta com dificuldade e segui a caminha de sua maca. — É você? — Cheguei por fim ao seu lado. Seu sorriso se alargou com certa dificuldade, procurei por suas mãos de baixo do pequeno lençol e segurei-as com cuidado. — Eu já sei de tudo.

— Ya! Você sabe de tudo o quê? Está louca?  

Suspirei antes que deixasse por descuido uma lágrima cair.  Ela riu baixo e deixou com que uma mínima lágrima caísse.

— Não minta pra mim dongs. Eu sei de tudo, já sei que tenho dias contados, mas eu quero que me prometa algo... — Ela suspirou.

Apenas concordei com a cabeça. 

— Não! — murmurei. — Deixa de mentiras Unnie, sabe que irei te tirar daqui como todas as outras vezes. Hanna e eu vamos! Certo? Além do mais, nossas economias iram pagar tudo isso, está bem?!

— Chaerin..

— Por favor, acredite em si!

— Eu acredito dongs, mas arque com a realidade. — Antes que falasse algo, ela me interrompeu. — Eu quero que pegue algo pra mim naquela gaveta — Ela disse com dificuldades e apontou para o criado-mudo ao lado de um armário. Fiz o que pedi e fui em direção ao local. Lá havia uma simples maleta marrom, peguei-a com cuidado, não pesava nada, de fato não teria nada. E a entreguei.

— O que quer que faça com isso? — Arquei uma sobrancelha curiosa. Ela sorriu. — O que é isso Lee So Yun? 

Ela abriu a maleta devagar e me encarou.

— São cupons.

— E o que isso tem haver? 

— Lembra quando éramos menores? — Assenti com a cabeça. — Chaerin, sempre fui sua irmã mais velha, depois que omma e appa morreram tudo ficou por minha responsabilidade e apenas enganei a nós duas que era capaz de algo.. depois de um ano, ainda sustentadas por uma pequena herança fui roubada por Dae-Hyun e depois de me deixar grávida e pobre ele foi-se embora... — Lágrimas desciam pelo seu rosto. — Eu só quero te pedir desculpas por isso, fui burra demais por  ter-lo deixado roubar tudo!

— Ya ya! — Vociferei com raiva ao lembrar daquele idiota do appa de Hanna, se pode-se chamar de appa uma pessoa tão ruim como aquela que nunca se importou com a filha! — Pare com isso, como iriamos adivinhar que ele nos roubaria? É passado, superamos isso..

— Aish Chaerin, não minta pra si mesmo como eu fazia no passado até enxergar a verdade diante aos meus olhos. Passamos dias mudando com o resto que me sobrava — Ela sussurrou. — Hanna nasceu e só piorou as coisas mas você sempre me ajudou a arrumar um jeito de dar algo pra ela comer, quase fui injustiçada e tive que entregar minha pequena estrela para outros. — Engoli um seco e apertei mais suas mãos. 

Meus olhos lacrimejaram e não suportava mais segurar às lágrimas. 

— Omo unnie, chega! — Limpei as lágrimas com as costas das mãos. — O que quer me dizer?!

— Chaerin, teve um tempo que me envolvi em serviços comunitários para eventos carentes, se lembra que conseguia dinheiro para as três, não é? — Concordei. — E neles, haviam cupons, são pequenos papéis que você troca com alguém por outro serviço. Em meio deles, eu fiz meu próprio, te peço que com esses cupons de troca, dê felicidade a Hanna e jamais permita que alguém tire a sua. Aigo, eu não quero que passe por toda essa responsabilidade sozinha, ainda mais que.. essa filha é minha. — Ela sorriu. — Mas é um favor, cuide dela como nunca cuidou de ninguém. Eu te amo maninha... me perdoe por tudo! 

— Eu.. eu prometo.

“ — Seoul, Coréia do Sul, atualmente. — ”

Não que tenha mudado muita coisa durante todo esses últimos dois anos depois, mas eu ainda sinto uma dor imensa ao me lembrar de Sunnie,  somos apenas Hanna e eu com diversos problemas para serem resolvidos. Hanna tem quatro anos agora é realmente uma bonequinha pela qual amo tanto que crio como se de fato fosse minha filha. Ela realmente acredita que sua mãe um dia possa voltar, na realidade, ela é uma criança com imaginação fértil como todos nós fomos um dia. 

Temos uma casa, não das melhores mas a única que consegui após fazer um acordo com o dono e pelo aluguel. Trabalhava agora em uma lanchonete pela manhã toda enquanto Hanna ficasse na escola. Nada é como antes, mas em compensação a situação de antes está bem melhor.

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