único, assim como sua risada

60 decibéis

— Ei, Dae, sabe o que eu estava lendo aqui? — Daesung nem levantou a sua cabeça para me olhar, somente fez um som que parecia um “hum-hum” e continuou olhando para o seu celular. — Que uma conversa pode chegar a 60 decibéis, isso é tão legal, né? Aí eu fiquei pensando: será que uma risada também chega a sessenta? 

Eu o empurrei um pouco para a direita a fim de me sentar ao seu lado, percebi que resmungou com insatisfação, mas me deixou continuar ali. 

— Hyung, por que você está falando sobre isso? — O mais novo revirou seus olhos com pura insatisfação. 

— Pela curiosidade, eu aposto 20 dólares que sua risada chega a 60 decibéis de boas. Eu até baixei um aplicativo para conseguir medir. — Empolguei-me colocando minhas mãos para o alto e toda a felicidade que possuía em meus olhos. — Por favor, não temos nada para fazer e vai demorar pelo menos trinta minutos para estarmos no palco, estou começando a ficar de saco cheio. 

Fiz meu olhar de cachorrinho que sabia ser o ponto fraco do mais novo, que soltou um suspiro antes de concordar comigo. A primeira risada dele não chegou nem a 5% daquela que você conseguiria escutar estando em outra sala. 

— Dae, para isso funcionar eu quero uma risada de verdade. Uma risada digna do Daesung, não aceito nada menos que isso — comentei frustrado quando olhei para meu celular e só vi marcando o número vinte. 

— Desculpa se está foda ser feliz nesse momento, Hyung — ele resmungou baixinho pensando que eu não tinha escutado. 

Essa foi uma das coisas que mais quebrou meu coração, ver que o membro mais engraçado do grupo, aquele que mais ria, agora possuía um brilho de tristeza, como o de alguém quebrado. Mas decidi que faria de tudo para ouvir aquela risada tão deliciosa que poderia escrever milhões de músicas sobre.  

— Vamos usar então as armas pesadas. — Dei uma risada de vilão antes de praticamente pular sobre ele e começar a fazer cócegas em qualquer lugar visível e não visível em seu corpo. Comecei com os seus braços e acabei em sua barriga. 

— Hyung, ok, ok, eu não aguento mais — arfou sem ar depois de alguns segundos ouvindo aquela risada que era sua marca registrada. 

Aquele barulho que somente ele poderia fazer quando estivesse em seu momento de pura felicidade, que você seria capaz de saber quem era sem precisar vê-lo. Aquele som que era tão único, assim como o próprio Daesung. 

— Então, cheguei aos 60 decibéis? — Dae perguntou curioso enquanto tentava parar de rir. 

— Não tenho a mínima ideia, nem ligo. Daesung, o mais importante é ouvir sua risada e não se ela chega a 60 decibéis ou não. Espero que você sempre esteja feliz para eu ouvi-la. — Quando o olhei, esperava que soubesse que aquelas foram minhas palavras mais honestas possíveis. 

— Obrigado por me ajudar a me lembrar como é ser feliz novamente, Hyung. — Ele me deu um abraço de outro mundo suspirando em meu pescoço. 

Eu esperava que meu mundo girasse em torno de sua risada, pois se eu a escutasse, meu dia a dia seria um milhão de vezes melhor. 

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