Smiling to Me

A Talented Love

- Senhor Woo, finalmente chegou! – Disse o segurança que apareceu atrás de mim. Assim que tive oportunidade, saí dali e fui para o meu quarto.

Atirei-me para cima da cama, desejava desaparecer dali. Deve ter sido um enorme choque para o Kevin ao ver-me pois teríamos de passar o fim-de-semana juntos. Mesmo que não quisesse tinha de o fazer, pela Tracy. Deixei-me adormecer no meio de todos os meus pensamentos. Quando chegou a hora do jantar a Tracy foi chamar-me. Disse-me que o Kevin e o Wilson, que pelo que percebi era o segurança do Kevin, já estavam à nossa espera à mesa. Ajeitei o meu cabelo e em seguida segui a Tracy até à sala de jantar. Ela, obviamente, sentou-se ao lado do Kevin. Estavam os dois muito animados, o que me fez sentir um pouco de inveja da minha irmã. Apesar de ali estarmos frente a frente ele focava a sua atenção nela. Durante todo o jantar não falei, fiquei somente a observá-lo. Mais tarde ele disse para irmos visitar o bar do hotel. Recusei e disse para irem apenas com a Tracy porque eu estava cansada e queria ir para o meu quarto. O Kevin concordou e os três desceram. Foi a primeira vez naquele dia que falei com ele, confesso que já tinha saudades de ouvir a sua voz dirigida a mim, o que me deixou um pouco mais animada.

Quando eles foram para baixo fui deitar-me, tentei dormir mas não conseguia. Havia tantas coisas a atormentar-me, havia tanto em que pensar. Os meus sentimentos estavam metidos numa grande confusão, eu própria não conseguia entendê-los. Poucas horas depois, ouvi alguém a tentar abrir a porta da suite. Levantei-me imediatamente, devia ser a Tracy. Já era tarde, ela tinha que se ir deitar senão passava a noite inteira acordada, muito possivelmente a chatear o Kevin. Dirigi-me até à porta do meu quarto, espreitei para ver se via alguém. Estava escuro, não tinham acendido as luzes, o que realmente era estranho.

- Tracy? És tu? – Perguntei, à espera de uma resposta. Ninguém respondeu, avancei pelo corredor, no escuro. Entretanto alguém me agarrou. Lancei um grito de susto!

- Calma, sou eu.

- Kevin? O que estás aqui a fazer? – Perguntei, sem entender o porquê de ele ali estar sozinho.

- Não me estava a sentir bem.

- E deixaste a minha irmã sozinha?

- Ela está com o meu segurança, lembras-te? – Disse-me, em tom de gozo.

De repente ele desequilibra-se, eu tento agarrá-lo mas ele era um pouco mais pesado do que eu pensava, o que me fez cair também e para meu azar, exatamente em cima dele. Levantei-me imediatamente, embaraçada. Ajudei-o a levantar-se, ele segurou-se em mim e colocou-se em pé. Sem eu estar à espera ele aproximou-se e encostou os seus lábios nos meus. Tentei separá-lo de mim, mas ele estava tão bêbedo que provavelmente não deve ter reparado no que estava a acontecer. Guiei-o até ao seu quarto, ajudei-o a deitar-se na cama. Tirei-lhe os sapatos e desapertei um pouco a sua camisa para que não se sentisse demasiado apertado. Ele adormeceu de imediato mas ainda fiquei alguns momentos a observá-lo, era tão lindo! Em seguida fui sentar-me no sofá à espera que a Tracy chegasse, mas acabei por adormecer ali. Uns minutos depois senti alguém a tocar-me no ombro.

- Sunnie acorda! Se dormes aqui de manhã vais ter uma enorme dor de costas. – Alguém estava a chamar-me, abri os olhos lentamente, espreitando quem estava ali.

- Kevin? Porque não estás a descansar? – Perguntei surpreendida, tinha a ideia que ele estava a dormir profundamente.

- Levantei-me para beber água e reparei que estavas aqui.

- Ah, então foi isso… Desculpa incomodar-te, vou já para o meu quarto. – Levantei-me e dirigi-me até ao quarto, olhei para trás e ele estava ao pé do sofá, a observar-me. Antes de fechar a porta olhei novamente para ele, estava a sorrir para mim.

Na manhã seguinte o segurança bateu à porta do meu quarto com intenção de me acordar. Levantei-me rapidamente e dirigi-me à mesa para tomar o pequeno-almoço. A minha irmã ainda não estava lá, devia estar a vestir-se. Fiquei na mesa sozinha com o Kevin e, a certo momento, ambos nos olhámos. Ele parecia estar feliz e eu sorri para ele.

- Dormiste bem? – Perguntou-me ele, não estava à espera que ele dissesse algo.

- Sim… – Respondi, nervosa. – E tu?

- Apesar do calor, sim. Dói-me um pouco a cabeça mas não é nada demais.

- Acredito que sim. Lembras-te de alguma coisa de ontem à noite? – Perguntei eu, com esperança que ele se lembrasse do que aconteceu antes de o levar para o seu quarto.

- Lembro-me de te acordar mas não me recordo de ter ido para o meu quarto. Foste tu que me levaste?

- Antes de me acordares fui eu que te levei, depois disso não. Quando chegaste eu ainda estava acordada. E sinceramente pensava que era a Tracy mas deparei-me contigo, quando vi o estado em que estavas levei-te até ao quarto.

- Foste tu que me despiste? – Perguntou ele, baixo para que mais ninguém ouvisse.

- Eu? Não fiz isso, só te desapertei um pouco a camisa e tirei-te os sapatos para que dormisses de forma mais confortável. De resto deves-te ter despido sozinho. – Respondi-lhe espantada, nunca seria capaz de lhe fazer aquilo.

- Desculpa então! A tua irmã vem aí, é melhor acabarmos com esta conversa. – Pediu ele. – Bom dia Tracy estás pronta para o último dia? – Perguntou ele. Era como se naquele momento eu não estivesse ali.

- Bom dia Kevin! – Ela levou a mão à boca, bocejando. – Tenho um pedido para hoje. – Disse ela ao Kevin.

- Tudo o que quiseres. – Disse ele, sorrindo.

- Podemos passar a tarde na piscina? Sempre quis ir nadar contigo!

- Claro que podemos, depois de almoço descansamos um pouco e em seguida vamos, pode ser?

- Sim! – Concordou a Tracy animada.

Entretanto eu acabei por ir com eles. Fomos todos juntos até lá e quando chegámos escolhemos três espreguiçadeiras para que ficássemos sempre próximos. Sentámo-nos, cada um na sua, a beber um sumo natural de laranja. A minha irmã estava a acabar de beber o seu quando aparece lá alguém.

- Kevin! Há quanto tempo! – Era a rapariga que tinha visto com o Kevin no dia do concerto.

- Olá Erica, que fazes aqui?

- Vim com os meus pais passar o fim-de-semana. Eles disseram-me que ias estar aqui, por isso pedi-lhes para virem também. – Disse ela ao Kevin, enquanto mexia no seu cabelo. Fiquei boquiaberta ao ouvir isto. Como podia existir alguém assim? Tinha mesmo pena do Kevin.

- Hoje não é a melhor altura para andares por perto. Como podes ver estou aqui com uma fã. – Disse, apontando para a Tracy. – Por favor, não atrapalhes. – Pediu-lhe o Kevin. Fiquei contente ao ouvi-lo dizer aquilo. Pelo menos, apesar de ela ser assim, ele não lhe ligava muito.

- E aquela ali? Não é tua fã? – Perguntou ela, apontando para mim. Fiquei a olhar para ela, parecia que se achava superior aos outros.

- Ela só está a acompanhar a Tracy, é a irmã dela. – Disse o Kevin, olhou para mim e sorriu. Tinha a sensação de que ele estava um pouco diferente, estava um pouco mais querido para mim.

- Hmm, está bem, se tu o dizes. Eu fico por aqui e faço-vos companhia. – Disse a Erica, sentando-se numa espreguiçadeira perto das nossas.

Alguns minutos depois a minha irmã quis ir para a água e o Kevin foi com ela. A Erica começou a olhar para mim com um ar ameaçador.

- Qual é a tua relação com o MEU Kevin? – Perguntou-me ela.

- Não temos qualquer tipo de relação. – Tentei não ficar nervosa.

- Não é o que parece. Já o conheço desde pequeno. A maneira como ele olha para ti não é a mesma quando olha para mim ou para qualquer outra rapariga. – Disse ela, levantando a voz e colocando-se em pé à minha frente.

- Estou a dizer a verdade! – Disse-lhe eu, levantando-me. Ela começava a provocar-me e eu não estava a gostar nada da situação.

De repente, agarrou na minha mão e puxou-me para dentro do hotel. Levou-me até uma pequena arrecadação.

- Eu não acredito em ti! – Afirmou ela, reparei que os seus olhos mostravam ódio. Dirigiu-se à porta, deu uma gargalhada e trancou-me lá dentro!

Gritei, na esperança que alguém me ouvisse mas era escusado. Ninguém respondia ao meu pedido de socorro. Fiquei algum tempo naquele lugar escuro, já começava a ficar assustada, até que não consegui conter mais as lágrimas. Horas depois, ouvi a chave a rodar. Alguém tentava tirar-me dali.

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