Chave

Obsessão

É difícil organizar cronologicamente em minha cabeça tudo a que vivemos juntos, nunca realmente me atentei às horas que passavam e minha mente turva colabora com a falta de linearidade de tudo para mim.

Eu me sinto obrigado a registrar nossa história – se é que posso chamar disso o que fizemos um com o outro – queria que ela carregasse lições e morais como uma fábula de Esopo, mas sou apenas um cara contando como viveu com um vampiro emocional, ou algo como uma sereia que atrai um fraco marinheiro para um abismo sufocante. A história do fantasma do meu passado que torna tóxicas minhas mais felizes memórias, as quais hoje agem como âncoras me impedindo de velejar pelo o que eu ainda tenho para viver.

O que eu direi é quase um testemunho, uma ultima confissão de um crime passional.

 

“Porque você não leva logo a livraria inteira, ein?”

“Os livros não caberiam no porta-malas, aliás, eu também não tô interessado eu tantos livros de colorir assim, sem contar aquelas mochilas de bichinho lá na frente” – Ele balançou a cabeça e sorriu largo, rindo das minhas bobeiras. Eu apenas observava como suas mãos guardavam meus livros de forma tão acostumada.

“Não! Espera!” – interrompi seu trabalho – “Este é pra presente.”

“Claro que é!” – respondeu brincando de ser insolente antes de botar o livro de colorir de Frozen em uma sacolinha reluzente e decorada. – “Eu até ia te oferecer um descontinho na loja de fantasias da mamãe, mas acho que não ia ter fantasias de princesa do seu tamanho...” – ele tentava manter um semblante desapontado, mas perdeu e começou a rir ao notar minha cara de desgosto, me fazendo responder.

“Fala serio, ia ser lindo! Eu de Ariel e você de Linguado, né Hae?”

“Linguado? Eu tô mais pra Príncipe Eric!”

“Bem que você poderia aparecer assim hoje na festa da minha sobrinha, ela sempre te achou com cara de príncipe mesmo, um Príncipe Encantado, da Cinderela, só que de olhinho puxado.”

“Eu até faço, mas só se você for minha princesa” – Tinha sorte de não haver ninguém esperando para ser atendido na fila do caixa para notar dois marmanjos mostrando seus miraculosos conhecimentos sobre a nomenclatura de personagens de contos de fadas da Disney.

Apreciava cada segundo que eu passava com o meu Donghae. A vida parecia querer nos separar, porém, nenhum de nós parecia querer deixar de lutar contra essas “forças”, tudo valeria a pena só pra ter um ao outro em nossas vidas. Ele era o meu melhor. Não seriam sonhos, namoros ou ambições que tirariam esse cara da minha vida.

Tínhamos uma amizade de irmãos, daqueles que caem na porrada e, na emergência do hospital, riem do nariz torto de um e da cara ensanguentada do outro. Eu tento entender como alguém com uma sintonia tão intensa comigo pode me fazer tão mal, talvez se visto em outra perspectiva isso se esclareça, mas como não sou capaz de ser o narrador observador da minha própria vida, apenas consigo sentir seu efeito em mim e era venenoso.

 

A porta do meu apartamento estava encostada, Donghae tinha perdido de novo a chave. Eu não o ouvi entrar da cozinha, mas o ranger do piso de madeira denunciou sua aproximação perigosa.

“Você trancou a porta?”

“Tranquei.” – ele respondeu incomumente seco.

“Aconteceu alguma coisa?”

“Sim, mas não é importante” – eu não me importava com o grau de significância que seus dilemas tinham para ele, eu queria vivê-los com ele e, assim, ajudá-lo a encontrar soluções.

O telefone de Donghae logo em seguida começou a tocar. Ele suspirou cansado e saiu da cozinha para atendê-lo na sala.

“Alô...sim”  - Parei no arco da porta da cozinha e o observei conversando.

“Não tem como agendar para outro dia?...mesmo?” – Vi por trás ele, aborrecido, tirando o cabelo de sua testa. – “Os prazos já estão expirados e falta dinheiro para pagar  as dívidas e por causa daquela merda que você fez mês passado não posso mais pedir empréstimos em meu nome... eu sei... não adianta dizer que não foi sua culpa e eu posso citar mil motivos só que não aqui e agora... tá tá... “ – Donghae, tirou o celular do ouvido e encarou o numero na tela para logo em seguida apertar o botão de desligar, aparentemente na cara da outra pessoa.

“Então o problema é dinheiro? Você sabe que quando precisar eu posso te emprestar...”

“São problemas desse trabalho que eu comecei, eu não quero que você participe disso, Hyuk.”

“Hae, eu só quero te ajudar da forma que eu posso com seus problemas, você nunca me fala sobre eles, mas eu quero ajudar.” – Donghae expirou vencido.

“Mas você nem sabe pra onde esse dinheiro vai...”

“Eu sei, mas se for pra você se sentir melhor, assim fica até mais fácil.”

  Não era a primeira vez que eu oferecia dinheiro para Donghae pagar dividas do trabalho, nunca tinha sido realmente um problema, nunca acreditei ser algo ilegal, senão hoje já estaríamos os dois muito encarcerados.

 

 “Hyukie, você vai estar em casa mais tarde”? – Donghae estava arrumado e perfumado, mas seu cabelo bagunçou quando ele, afobado, abaixou pra procurar alguma coisa embaixo do sofá.

“Não, mais tarde tem o aniversario da minha sobrinha... você tá procurando alguma coisa?”

“Aish, tem a festinha da Deiji! Tô procurando minha chave, por isso queria saber se você ia sair”

“Pra onde você vai?”

“Sair com um amigo”

“Isso não importa realmente, só apareça hoje lá, a Deiji vai ficar chateada se você não aparecer”

“Sim, claro, eu vou”

 

Deiji me questionou algumas vezes onde estava Donghae. “Ele está com um amigo, mas ele já vem”, “daqui a pouco ele chega, não precisa se preocupar”, “ele não se esqueceria de aparecer na festinha da menina favorita dele”. Com o tempo ela desistiu de perguntar, ela era uma menina esperta, não se deixou afetar, diferente de mim.

Cheguei ao apartamento, o lugar ainda estava vazio como eu o deixei quando sai, tranquei a porta e fui tomar banho, eu gostava de fazer isso para esfriar a cabeça. Recentemente Donghae não estava sendo o mesmo, eu não gostava disso. Sua vida estava sendo uma incógnita para mim, não sabia com quem andava e o que fazia, não conseguia entender suas atitudes e, agora, não poda e nem conseguia confiar em sua palavra. Terminei o banho e fui deitar-me. Era só uma questão de tempo.

 

“HYUKJAE!!!”

“HYUKJAE, VOCÊ TA EM CASA?!”

“HYUKJAE ABRE A PORTA”

“ABRE A PORRA DESSA PORTA, CARALHO!  EU SEI QUE VOCÊ TA EM CASA, SEU CARRO TA LÁ EMBAIXO”

Vesti meu robe pendurado ao lado da porta do quarto e me dirigi para a da sala, abrindo-a. Ele estava com o cabelo desgrenhado, pior do que estava quando eu saí. Suas roupas amarrotadas e cadarços desamarrados. Não cheirava a bebida, mas parecia que tinha rolado no chão de uma boate.

“Boa noite Donghae, a que devo sua ilustre visita?”

“Não é uma visita, eu moro com você, idiota. Você disse que ia deixar a porta aberta”

“Você disse que iria a festa da Deiji. Aliás, eu não me lembro de ter falado nada sobre a porta.”

“Não seja um babaca, me deixa entrar”

“Porque deveria?”

“Porque eu sou seu amigo E MORO COM VOCÊ SEU IMBECIL” – Ele ficava bonito irritado e isso me fazia sorrir por dentro. Eu sentia que tinha o direito de provoca-lo. Minha noite não fora a mais divertida por causa dele, estava apenas descarregando a insatisfação que nem existiria se Donghae tivesse cumprido sua palavra.

“Não seja insolente, Donghae, eu também quero resolver as coisas”

“Resolver as coisas, claro, tipo sair da frente e me deixar entrar?”

“Porque você não apareceu?”

“Siwon e eu tínhamos outros planos e bem mais animadores que ouvir música de criança e tomar refri”

“Eu não gosto desse homem”

“Você não gosta de ninguém” – Eu não gostava das companhias de Donghae, elas eram péssimas influencias. Perdia aos poucos o homem – só meu – antes doce e amável e que agora se tornou isso: um garoto insolente.

Eu abri caminho para ele entrar, ele trombou em meu ombro e trancou-se no banheiro e, depois de um tempo, em seu quarto.

 

 

“Hyukkie, você precisa de ajuda pra achar alguma coisa?” – Donghae se aproximou, olhando para a prateleira de livros que eu encarava.

“Não preciso não, tô pensando no seu presente de aniversario...”

“É sério que você vai me dar um livro de aniversário? Hyukkie, eu trabalho numa livraria.”

“Eu não tô procurando o seu presente, esse eu já tenho.”

“Então o que você está fazendo?”

“Estou pensando num jeito de fazer você acha-lo sem que eu te mostre, muito obviamente, onde esta.” – Donghae fez uma cara esquisita e eu ri. Nós dois continuamos olhando a prateleira de livros quando ele me deu um empurrão – “Onde  é que tá?”

“Onde tá o quê? Maluco” – Eu massageava meu braço no local onde me acertara.

“Meu presente! Você tá olhando pra ele, mas eu não sei onde está. Pega pra mim!”

“Aish, sério que você quer que eu acabe com a surpresa?”

“Por favor, você sabe que eu não aguento a curiosidade” – Seus olhos brilhavam, eram tão bonitos que tornava ainda mais tentador continuar com o suspense só para tortura-lo.

“Ok, só se você me disser um dito popular aleatório pra eu poder dar uma dica” – Donghae me olhou com uma adorável cara de cu, mas o quão putinho ele estava não me importava, ele continuava adorável.

“Hmm... sei lá... água mole em pedra dura tanto bate até que fura... Cara isso é ridículo, vamo logo com isso me fala onde esta esse troço”

“Agua mole em pedra dura tanto bate até que fura a parte de dentro do seu livro favorito. Essa é minha dica”

“Isso é patético... HYUKJAE VAI SE FODER” – Ele olhou novamente para a prateleira e viu sua cópia de seu livro favorito ali na prateleira, abriu-o e viu que eu tinha furado seu interior e colocado uma chave lá dentro.

“VOCÊ ESTRAGOU O MEU LIVRO FAVORITO, SEU FILHO DA PUTA! E ESSA CHAVE QUE PORRA É ESSA?”

“A chave da minha moto”

“Tá, e o que isso tem a ver com VOCÊ FODER MEU LIVRO?”

“Eu tô te dando a moto.”

“VOCÊ TA ME DAN....o que?”

“Eu comprei uma nova pra mim hoje, dai eu decidi te dar porque você tá passando maus bocados andando de ônibus todo dia e também porque você nunca disfarçou gostar muito da minha moto” – Donghae avançou para cima de mim e me apertou em um abraço. Encaixei meu rosto na curva de seu pescoço, seu cabelo cheirava ao shampoo de camomila que eu tinha comprado pra mim, mas esse aroma parecia muito melhor nele.

“Valeu, seu idiota." – Ele se afastou e tirou o cabelo do rosto. Em nenhum momento deixou de lado o sorriso de aparência meio sequelada dele – "Aliás, você me deve um livro novo”

“Nem devo. Esse livro nem é o seu, é uma copia aleatória que eu peguei agora aqui na livraria”

“Você sabe que tem que pagar por ele, né.” – E foi ai que eu saí correndo.

 

 

Donghae tinha trancado a porta de seu quarto na noite anterior. Eu olhei na estante de livros compartilhada que tínhamos na sala e procurei aquele livro especifico que eu fodi para fazer uma surpresa especial para ele. Abri a capa e coloquei a nova cópia da chave de casa dentro dele para, logo em seguida, abandonar o livro no chão da porta de seu quarto.

Eu tinha acessos de cinismo e de raiva constantes, mas eu não gostava e nem conseguia ficar bravo com Donghae por muito tempo e isso me ensinava a querer ceder, ser uma pessoa melhor. Eu faria tudo por ele e queria fazê-lo sentir isso para que ele visse que era recíproco.

Fui para cozinha preparar nosso café da manhã, quando ouvi seus passos pesados saindo pela porta da sala e um forte estrondo do fechar da porta. Ele ainda estava bravo, claro, mas o porquê agora era um mistério. Eu havia me redimido, dado o que ele queria. Ele era insaciável.

Eu não precisava trabalhar nos fins de semana, mas era bom sempre me preparar. Muitos dos médicos estavam de férias ou de licença – era um momento delicado lá no hospital – não tinha como eu saber se e quando precisariam de mim. Minha tarde foi uma alternância entre séries da Universal e um último livro policial que eu havia comprado há um tempo e que estava demorando em terminar porque não fazia bem o meu gênero de leitura, de vez em quando eu tentava telefonar para Donghae, mas sempre caia na caixa postal.

 Ele devia estar com Siwon, o “amiguinho” nojento dele. Eu nunca aprovava suas amizades, elas nunca eram boas o bastante para ele, elas incitavam o pior que existe dentro dele, o influenciam. Pobrezinho, tão ingênuo. Seus amigos deviam o inspirar a ser melhor, mas pelo o que observo, o meu Donghae está cada vez mais distante do que costumava ser, um anjo.

Ouvi o toque de mensagem de meu Donghae vir do meu celular, olhei na tela do smartphone e sinalizava 5 novos áudios.

“Hyukjae, eu não quero mais falar com você”

“Hyukjae, você tá ai? Eu não tô com saudade” – sua voz embriagada embrulhava meu estômago.

“O Siwon tá aqui e ele é meu novo melhor amigo. Você nunca sai comigo”

“O Siwon me deixou sozinho. Hyukie me desculpa.”

“Hyukie vem me buscar por favorzinho               “

A última mensagem vinha com a localização dele. Impressionava-me que já estivesse nesse estado de embriagues no final da tarde.

Quando cheguei ao pub em que se encontrava, paguei a entrada e comecei a procurar com os olhos o meu amigo. Não estava muito cheio, não deveria ter aberto há muito tempo, esse tipo de lugar só abre de noite. Tentei telefoná-lo, mas dava que seu celular estava desligado. Restava-me, apenas, dar umas voltinhas naquele ninho de ratos para procura-lo.

 Encontrá-lo não foi realmente trabalhoso, eu literalmente só precisei tentar. Donghae estava sentado no chão do corredor que dava para os banheiros, era uma cena degradante, eu senti vergonha por ele.

“Donghae, o que você está fazendo ai?” – agachei em sua frente e tirei o cabelo suado que caia sobre seus olhos.

“Esperando a minha princesa encantada” – seus olhos não conseguiam manter foco, ele não conseguia sustentar nem a própria cabeça com seu pescoço.

“Sério, para de brincadeira, me fala o que aconteceu” – sequei sua testa suada, descendo meus dedos para sua bochecha, acariciando-a com o polegar, sustentando seu rosto.

“Eu estava aqui com uns amigos do trabalho daí eles foram embora, eu fui procurar Siwon para ver se ele tinha ido também e não achei mais ele”

“Não precisa mais dele, eu cheguei, vou te levar pra casa e cuidar de você. Você vai ficar bem, eu estou aqui” – Ele apoiou sou rosto na palma da minha mão e fechou seus olhos. Acariciei sua pálpebra fechada com o polegar, seus cílios eram curtos e bons ao toque. Aproximei nossos rostos, encostando nossas testas, me fazendo parar de escutar o barulho irritante do bar que ecoava naquele corredor sujo. Beijo seu rosto quente, depois seus lábios dormentes – eram macios e aqueciam meu corpo – passo a língua sobre eles, sentindo um gosto doce e intoxicante, imagino o quão mais intenso e delicioso seria se ele não tivesse tão impotente. Deixei um selar em seus lábios e apoio seu braço em meus ombros, carregando-o para fora daquele lugar.

 

Carreguei Donghae pelas escadas, subindo para meu apartamento. Ele não poderia se encontrar mais inútil, sentia-me triste pelo desgosto. O misto de vergonha e amor me atordoava. Como pudera ele se estragar dessa forma, se debilitando inutilmente de forma tão patética. Ele tentava manter a dignidade, se esforçava para sustentar seu corpo e subir os degraus, mas suas pernas trêmulas cediam, era humilhante só de assistir.

Em momentos como aquele Donghae não precisava de ninguém, as únicas coisas que existiam eram ele e a privada na qual vomitava, o resto – no caso: eu – era apenas um estorvo que tentava forçá-lo a entrar numa ducha mortalmente fria.

Às vezes pergunto-me o que seria de Donghae sem este resto, não eu, o estorvo literal que parasitavam sua notória existência. Seria isento de qualquer nódoa moral e, dessa forma, atingiria o status de uma quase divindade, ele teria apenas fieis não  terroristas morais – que reduziram, nesse momento, a imagem de Donghae a nada mais que uma podridão decomposta.

Eu tentava ser o protetor e restaurador daquela obra prima biológica, mas era difícil com tantos ratos em meu caminho. Vigaristas, que tentavam se aproveitar da minha joia mais preciosa e aos poucos corrompê-la a mais degradante devassidão.

 

Donghae já estava aconchegado sob as cobertas e adormecido em sua cama quando fui intimado a aparecer no hospital. Eu era um médico jovem, muito jovem, talvez um prodígio, e por isso não era muito levado a serio – era sobrecarregado por meus erros e desmerecido mesmo com meus acertos – portanto, me esforçava para me manter distante dos meus colegas mais orgulhosos.

Dirigia-me ao laboratório para deixar uma cópia da rotina de medicamentos de um paciente, quando entrei lá, deparei-me com uma sala vazia de farmacêuticos e enfermeiros. Não era eticamente correto e isso também afetava minha moral. Cuidadosamente, procurei nas gavetas etiquetadas ampolas de Midazolam, quando achei, guardei uma porção delas no bolso do meu jaleco. Em tempos de crise, nunca se sabe quando um sedativo será necessário.

 

 

Ele tentava esconder as lágrimas insistentes em sair de seus olhos. Se soubesse o que penso sobre isso não teria mais vergonha. Era um sentimento catártico que me atingia nesses momentos, era como se o coração doce de Donghae roubasse todas as impurezas humanas que resvalavam naquele lugar às convertesse em lágrimas agridoce.

“Hyukie, para de me olhar assim!” – Seus olhos e nariz estavam avermelhados, típico dele vendo um romance trágico – “Isso é tão triste, como é que você não sente nada, cara!” – Alegrava-me ouvir a manifestação de seu coração doce cheio de empatia.

“Eu sinto, mas eu me recuso a chorar por causa de um filme desses”

“Mas serio, ele gostava tanto dela, porque que as coisas têm que ser assim, Hyukie?” – Ele falhava em manter a compostura, rendeu-se e se debulhou em lágrimas. Donghae era tão precioso, com um coração tão frágil, quebradiço. Alguém tinha que colar as rachaduras de seu coração e sustentá-las para que cicatrizem com perfeição.

Alguém tinha que ser forte por ele. Eu era forte e faria tudo por ele.

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