_E o que você disse?

_Se você não largar isso eu te mato. Mas ela não ouviu então eu tive que matá-la.

_Então isso que dizer que estou conversando com uma assassina?

_Com uma assassina que mata de cócegas, ou de tanto rir, depende de quem é a pessoa.

_Como você me mataria?

Kathryn fez uma cara pensativa.

_Eu improviso. Mas provavelmente seria de rir mesmo, eu não tenho criatividade com assassinatos.

Ri com sua resposta e tomei mais um gole do vinho que estava quase acabando em minha taça. Ajudei Kate a levar os pratos para a cozinha, e em seguida ela tirou um pedaço de torta da geladeira.

_Como você consegue ser magra?

_Simples – ela começou – eu não tento. Quer dizer, a menos quando eu engordo um pouco, aí eu surto e passo uma semana comendo como um coelho.

_Seria engraçado ver você comendo através dos dentes da frente – ambas rimos com meu comentário, e nos dirigimos à sala.

_A verdade é que eu comprei para nós duas. Se você não viesse aqui, eu levaria para você. Gostou?

_Hm – respondi com a boca cheia.

Kathryn se espreguiçou e deitou a cabeça em meu ombro. Durante toda a nossa conversa, eu havia evitado tocar no assunto de incidente de hoje a noite, e ela nem mencionou a banda em nenhum comentário. Eu gostava disso nela, do jeito que ela não era invasiva, mas te deixava sentir que se você precisasse, ela estava lá.

_No quê está pensando? – me perguntou, ela perguntou ainda deitada no meu ombro.

_Em como você é uma boa amiga – respondi com sinceridade e ela sorriu, meio sem jeito.

_Nos conhecemos há dois meses, como pode saber que sou uma boa amiga?

_Eu sei – rimos mais uma vez naquela noite e depois de um tempo, fomos para o quarto de Kate. Já era tarde e eu iria dormir aqui, coisa que havia decidido em questão de segundos. Seria uma boa ficar, sua companhia me fazia mais do que bem.

Ela havia insistido que eu avisasse as meninas que dormiria aqui e por causa da hora eu apenas tinha mandado uma mensagem para Sooyoung. Junto com a resposta estava o aviso de que os compromissos da manhã haviam sido cancelados, logo, eu estava livre até o almoço. Kathryn havia ficado empolgada com a idéia, sorrindo e fazendo brincadeiras. Depois de arrumar tudo, sentamos no colchão e começamos a conversar da mesma forma que fazíamos enquanto jantávamos. Apesar do tempo, assunto não faltava e o jeito que estávamos sentadas me lembrava de quando eu era mais nova. Não parecíamos adultas e sim duas adolescentes. Havia bilhões de coisas que não sabíamos sobre a outra, e assim começamos a fazer perguntas, alternando quem perguntava.

_Minhas vez! – ela disse e sorri, esperando uma grande bomba depois da pergunta indiscreta que havia feito a ela.

_Primeiro namorado – ela disse.

_Foi mais para um namorinho de adolescente, nada demais.

_Yuri! Vamos, quero nomes e detalhes! – ela pediu, quando viu que eu não ia continuar.

_Ah, eu tinha dezesseis, ele, vinte, éramos da mesma companhia... Nós conversávamos muito e um dia começamos a namorar, mas ele já era famoso, então era meio complicado.

Sorri, sem graça. Não pelo assunto, era comum conversar sobre relacionamentos com as meninas, quando alguma tinha a sorte de ter algum, mas sim pelo que havia acontecido mais cedo. Eu sabia que alguma hora iríamos acabar chegando nesse assunto, o que me deixaria magoada.

_E vocês continuam se vendo?

_Bem, ele é da mesma companhia, então nos vemos bem frequentemente.

_Ele é o motivo do que houve mais cedo? – ela perguntou séria, mas com certa delicadeza na voz. Olhei para ela um momento, pensando se devia mentir ou não. Seria tão fácil dizer que sim, mentir que ainda sentia algo por ele ou coisa do tipo, mas me pareceu tão errado.

_Não.

Kate me olhava com curiosidade, sem saber se continuava no assunto ou não. Por fim, suspirou e se sentou ao meu lado, me olhando nos olhos.

_Yuri... Você sabe que eu te considero uma grande amiga não sabe? – assenti, e ela continuou – Ultimamente, eu tenho sentido que... Que eu gosto de você sendo mais do que isso, entende?

Perplexidade foi o que eu senti nessa hora, e sem eu dizer nada, Kate continuou.

_Está mais do que na cara que você tá sofrendo assim por causa de outra pessoa, e eu não consigo ver você sofrendo assim Yuri. Eu gosto de você de verdade e eu nunca te magoaria dessa forma, nunca mesmo.

Enquanto ela falava, eu a ouvia atentamente. O que ela dizia parecia algo surreal, uma brincadeira do destino. Como se depois de me ver sofrer tanto, ele resolvesse me dar algo para esquecer, para me curar. Levantei meu olhar e olhei em seus olhos.

_A pessoa pela qual eu estou sofrendo não é esse cara que eu te disse. A pessoa que me fez ficar assim se chama Hyoyeon, e você a conhece – dei uma leve pausa, mas após não obter nenhuma reação continuei – Mas ela está comprometida e por mais que eu tente, eu não consigo esquecer o que sinto por ela. Desculpe, mas não posso aceitar seus sentimentos Kate, não sem ter certeza de que eu sou capaz de gostar de você.

_Eu posso te ajudar Yuri, você mesma já disse que ela é comprometida. De que adiantará continuar sofrendo por ela? Você é capaz sim, eu sei que é. Só me dê... Uma chance.

Seus olhos estavam suplicantes e por um momento considerei o que ela disse. Kathryn era uma mulher bonita, gentil, engraçada, diferente de qualquer pessoa que eu havia conhecido. Ela me fazia sentir bem, como se eu não precisasse ser nada além de eu mesma perto dela.

_E se eu não for capaz, Kate? E se eu a magoar, da mesma forma que-

Ela me interrompeu com um beijo. Um beijo calmo e doce, que foi se aprofundando com o tempo. Pega de surpresa não tive tempo de me afastar e quando dei por mim, estava envolvida naquele beijo tanto quanto ela. Uma mão minha subiu para seu pescoço, e senti as delas envolvendo minha cintura. Logo, precisamos respirar e nos separamos.

Ficamos nos olhando nos olhos, até que ela quebrou o silêncio.

_Não importa se me magoar, isso é risco que tudo mundo corre em qualquer relacionamento, e você sabe disso tanto quanto eu Yuri. Só me dê um tempo.

Continuei em silêncio, pensando em como havia sentido em tudo que ela acabara de dizer. Eu não tinha nada a perder, só a ganhar, se me apaixonasse por ela. Permiti-me um sorriso, que foi logo notado por Kathryn. Uni nossos lábios e nos beijamos. Podia sentir um sorriso se formando em seus lábios enquanto ela me beijava.

_Então isso é um sim? – ela perguntou, e confirmei com a cabeça, antes de nos beijarmos novamente. Aquele foi apenas o segundo de muitos beijos que aconteceram naquela noite...

-x-

Oi gente! Sei que ando demorando para postar, mas saibam que  próximo capítulo já começou a ser escrito e que não pretendo abandonar a história. Mas preciso que comentam sobre o que estão achando dela, para saber em que devo mudar. Obrigada por ler e até o próximo capítulo.